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Laura

— Afaste-se de mim! — Christian berra, dando pequenos passos para trás. Seus olhos estão presos nos de Dan Walker que apenas o observa calmamente.

— É você quem está se afastando, mas você está indo na direção contrária. — Dan desprende-se do batente e cruza os braços. Olho para sua alta forma calma que eu sei que é somente um disfarce para esconder o homem perigoso que ele é. — A saída é por aqui! — Dan aponta casualmente com o dedo indicador em direção à porta de saída e Christian engole em seco.

— É ele quem a trouxe de volta, não é? — Sua pergunta é mais como uma afirmação. O suor que cai de sua testa demonstra claramente o quão apavorado está.

— Não só me trouxe, Christian. Ele me ajudou sem me conhecer. Ele não é um covarde! — provoco-o, porque ele merece ouvir isso.

— Eu tive os meus motivos para não ajudar. Peça ao seu amigo para não se aproximar, pois eu não vim com o intuito de fazê-la mal! — Dan fixa seus olhos nos dele e, lentamente, caminha em sua direção. Christian continua trêmulo, mas eu não sei ao certo se é por medo da situação ou de Dan Walker.

— Sabe... — Dan começa a falar calmamente. — Se não fosse um pequeno detalhe, tenho certeza que você seria uma excelente pessoa.
— Detalhe? — Christian engole em seco encarando-o com uma expressão atordoada.

— Sim. Quer saber qual? — ele acrescenta e Christian concorda com a cabeça. — Você nasceu. — esse é o seu único problema. — Christian está suando ainda mais. — Homens merdas feito você, não deveriam existir. — Dan se afasta e inspira uma respiração profunda.
— Suma daqui. AGORA! — a última palavra sai dois tons acima do normal e Christian entende bem o recado. Ele passa por mim com a cabeça baixa e determinado a sair, porém, é interrompido pela voz firme de Dan:

— Pare! — Dan ordena enfaticamente e Chris obedece no mesmo instante. Ele parece uma estátua e está nítido que ele prendeu a respiração. O medo parece brotar de seus poros.

— O que dizia nos e-mails anônimos que recebeu? — Christian se vira e me olha rapidamente antes de observar Dan.
— Era anônimo, mas as ameaças vieram de alguém daqueles grupos terroristas que nos pegaram, eu tenho certeza! Eles disseram que sabem da minha ligação com Laura Ryder. Ela precisa sair daqui. — Dan não diz nada em resposta esperando que ele saia de uma vez e é exatamente isso que Christian faz. Ele sai, desaparecendo pela porta.

— Seu colega estava certo. — Dan diz, chamando a minha atenção para ele.
— O quê? Do que você está falando?
— Sobre sumir. Você precisa ir embora daqui.
— Mas eu não sei para onde ir! — Dan solta o ar pelo nariz e me encara fixamente nos olhos.

— Você vem comigo.

Encaro-o de volta, incrédula, como se uma outra cabeça tivesse surgido do seu ombro, mas, por dentro, confesso que estou dando pulos de alegria. Eu não sei de onde vem esses sentimentos conflitantes em relação a ele. É como se meu cérebro não raciocinasse direito quando ele está por perto. Sinto-me bem e protegida. Tudo que eu quero é desaparecer desse lugar onde as lembranças estão cada vez mais sufocantes.

Fiz a minha mala com alguns produtos de higiene, roupas que ainda servem para o meu corpo ainda mais magro e tudo que uma pessoa precisa para uma viagem curta. Na verdade, precisarei comprar roupas novas e sacar meu dinheiro para me manter independente em qualquer lugar que eu esteja. Tranco a minha casa e deixo um bilhete para os meus vizinhos, avisando que estarei  viajando, ou eles pensarão coisas ruins a meu respeito. Eles foram tão prestativos comigo que merecem, ao menos, uma explicação.

Dan Walker não diz nenhuma palavra, mas me ajuda com a mala, colocando-a no bagageiro do seu carro alugado.
Assim que entramos, o motor ganha vida e, rapidamente, o carro acelera pelas ruas.

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