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Laura

Estico o meu corpo preguiçosamente enquanto bocejo com os olhos fechados, sentindo meu corpo relaxar sobre cama incrivelmente confortável. Eu apaguei e, por incrível que pareça, não tive pesadelos. Acho que isso eu devo a um certo alguém que me proporcionou um momento absolutamente único. A primeira coisa que me vem à mente, sem dúvida, é noite quente que tive. Pra quem aparenta não me suportar, ele me deseja.

— Levante-se. — abro meus olhos sendo trazida para o presente pela voz inquisidora de Dan Walker. Ergo minha cabeça imediatamente, deparando-me com ele, saindo do banheiro, em uma toalha enrolada ao redor de seus quadris. Respiro profundamente tentando emergir, desesperadamente, das profundezas da minha mente suja enquanto olho-o seminu. Seus cabelos estão molhados e seu cheiro invade minhas narinas causando arrepios por todo o meu corpo.

— Vamos sair? — pergunto tentando fingir que sua presença não me afeta, mas é difícil, já que ele se posiciona bem próximo a mim.

— Vou levá-la a uma clínica e você precisa estar em jejum. — eu o observo sem entender, e ele ergue as sobrancelhas.

— Esqueceu que esteve sequestrada em situações precárias em um país precário? Quer ficar doente ou trazer doença para o nosso país? — não sei se agradeço-o ou mando-o se ferrar. No entanto, ele tem toda razão. Preciso saber se estou bem.

Levanto-me enrolada ao edredom e, por mais que ele tenha me visto completamente nua e saboreado o meu corpo, eu simplesmente não consigo ficar naturalmente dessa forma. Não agora. Não há clima, embora eu ainda esteja com pensamentos sujos envolvendo o seu corpo. Preciso de um banho frio.

Depois de um banho relaxante, me enfio em uma calça jeans e blusa de gola branca. Calço uma sapatilha preta, escovo meus dentes e solto meus cabelos. Encaro a minha figura no espelho e vejo que no lugar do inchaço existe um pequeno hematoma multicolorido. Quando saio do banheiro, Dan Walker já está pronto e totalmente apresentável com um terno escuro que, aliás, combina perfeitamente com sua expressão fechada. Ele olha para o relógio preso ao seu pulso e se vira, caminhando em direção à porta de saída.

— Estamos atrasados. — é a única coisa que ele me diz antes de sairmos.

***

Fiz todos os exames em uma clínica que fica em Manhattan. O local é escondido, próximo ao Central Park e não há possibilidades de alguém supor que no edifício, existe uma clínica. O homem que me examinou, parece conhecer muito bem Dan Walker, mas de uma maneira profissional, o que me faz entender que eles trabalham ou trabalharam juntos. Ele me fez levar um lanche no qual fui proibida de comer até me submeter a todos os procedimentos.

Não sei qual foi a mágica, mas os exames não demoraram nem uma hora para sair os resultados, o que me deu total alívio, não foi detectado nada grave. O médico disse que o conteúdo de hemoglobina no sangue está um pouco abaixo do normal, mas que, com algumas vitaminas, em breve estará tudo resolvido. No geral, preciso ganhar peso e estarei nova em folha.

No mesmo instante em que saímos da clínica e entrei em seu carro, devorei o sanduíche de peru completamente e sem me preocupar com o homem sério ao meu lado. Enquanto termino de tomar minha água mineral, ouço o seu telefone  tocar. Ele tira uma de suas mãos do volante para alcançá-lo dentro de seu terno e atende depois de olhar para o visor.

— Diga. — ele ouve atentamente o que a pessoa diz do outro lado da linha e sua expressão se fecha imediatamente.
— Ele estava em estado grave. Como pode ter sobrevivido? — sua voz ganha um tom a mais e eu franzo o cenho, encarando-o com preocupação.
— Em qual hospital ele está? — ele solta o ar pelo nariz. — Estou perto. Consiga jalecos e crachás. — Amplio meus olhos e ele desliga o aparelho, entrando no primeiro retorno que encontra.

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