Capítulo 4 - Carona

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 — Cara, isso está ficando interessante — Melanie andou em direção ao casal e estendeu a mão cumprimentando o famoso namorado da Sophie.

— Essa é minha amiga. — Apontou Mel para mim.

— Oi, sou o Thomas. Ah claro, nos conhecemos mais cedo. — Thomas afirmou sorrindo.

— Já, já se conheciam? — Soph perguntou curiosa.

— Ah, elas passaram aqui mais cedo para fazer um lanche, nada demais. — Explicou. Mel me olhou torto e revirou os olhos em direção as mesas. Compreendi o recado, sorri de canto para o casal e me afastei seguindo Melanie. Sentamos na mesma mesa de mais cedo e pedimos a tão desejada comida da Mel.

— Eu vi como você olhou para ele. —

— Que isso, Melanie? Está louca? —

— Ui, não precisa ficar nervosinha, já saquei tudo. —

— Sacou o que? Não tem nada para sacar. —

— Você tem uma quedinha pelo garçom boa pinta. —

— Pare agora! Se a Sophie ouvir vai achar que estou afim do garçom gato que acabamos de saber o nome e que por coincidência é o namorado dela — Ás vezes essa menina me irrita, mal posso olhar para o lado agora que ela já acha que estou paquerando ele.

— Posso me sentar? — Sophie chegou e nós finalizamos o assunto.

— Claro. Chame seus amigos também. — Eu sorri disfarçando minha cara de surpresa, ainda estou em choque, é muita coincidência para um dia só. Sentados na mesa a conversa foi rolando em meio de risadas. O Thomas está sentado ao lado da Soph, é claro e a Mel não para de me dar pontapés por debaixo da mesa a cada vez que eles se tocam. No fundo eu sei que ela está tentando animar nossa noite, mas esses pontapés estão fazendo minha canela doer, isso sim. 

— Mas me contem, por que Harvad? — Thomas olhou para mim e isso foi uma tentativa de puxar assunto.

— Ah... Senão, seria Yale. — Respondi firme, não queria que a namorada dele percebesse que eu estava com vontade de cavar um buraco e enterrar minha cara. Esse homem é lindo, pelo amor de São Cristinho.

— Não me disseram, o que irão estudar por lá? —

— Medicina — Respondi brevemente sem olhar para ele.

— E eu, direito. — Melanie retrucou.

— Ah, que genias. Principalmente você, loirinha. — Ele me chamou de ''loirinha'' na frente da Sophie? Não creio. Eu no lugar dela já teria enfiado esse copo de cerveja na garganta dele. Mas tudo bem, como não sou namorada dele eu curti o elogio. — E você psicologia, a Soph falou muito de você. —

— Ah... — Thomas gagueja.

— Sua namorada nos contou, famoso Thomas, e o dia em que você pediu ela em namoro e passaram o resto da noite no banheiro devido a sua dor de barriga? — Melanie sempre pra frente, essa fala o que pensa literalmente. Não pude conter minha risada e todos os olhares da mesa viraram-se para mim. Ficamos ali por mais algumas horas e já estava ficando tarde quando Soph decidiu se retirar com seus amigos. Melanie estava bêbada o suficiente para querer continuar ali bebendo mais e mais e como boa amiga fiquei com ela.

— Beba comigo, cara! — Ordenou Melanie. Soltei uma risada ao ver seu rosto todo sujo de maionese, peguei um copo e o enchi de cerveja, levei até meus lábios e o virei.

— Vá com calma. — Disse Thomas.

— Você ainda está aqui? Achei que já tivesse ido embora. — Ele me assustou, mas gostei da sua presença, não posso negar. Porém eu nunca me envolveria com um homem que tem namorada ou esposa, só eu sei o que já passei devido a esse tipo de coisas.

— Ah, não. Vou levar vocês até o campus, já estão levemente alteradas para andarem sozinhas por ai.

— A Soph não vai se importar? — Melanie perguntou enquanto deitava sua cabeça na mesa e pelo visto essa vai ser última palavra da noite por que minha amiga acaba de desmaiar de bêbada.

— Claro que não. Até por que, somos bem liberais nesse ponto, e também, ela foi dormir na casa da mãe.

— Então, se for assim... Acho que já podemos ir, só me ajuda a levar essa florzinha. —  Fomos andando até o estacionamento e o Thomas estava com a Mel no colo. É claro que todos olhavam para nossa cara, deveriam pensar que somos algum tipo de sequestradores de mocinhas bêbadas ou algo do tipo.

— Esse é o meu carro, coloca ela no banco de trás. — Segurei firme minha bêbada enquanto Thomas abria a porta. Meu Deus que peso! Isso tudo é a comida de hoje, aposto. Coloquei ela no banco, consertei suas pernas e ela nem se moveu.

— Sua amiga exagerou um pouco. —

— É... Acho que ela ainda está tocada pelo fim do namoro. Quer dizer, ela não comentou nada, mas já devo imaginar.—

— Acontece. — Thomas entrou no carro e logo em seguida eu também, sentei no banco da frente ao lado dele e coloquei o cinto de segurança.

— Obrigada —

— Pelo o que? —

— Pela carona. —

— Relaxa. É somente um pequeno favor. Pode pegar para mim o meu maço de cigarros? Está no porta luvas. — Avistei o maço e o peguei, retirei um cigarro e estendi minha mão para que ele pegasse seu cigarro entre meus dedos. Ele segurou meus dedos e olhou dentro de meus olhos.

— Obrigado — Ele Sorriu para mim enquanto pegava o bendito cigarro, não era para ele ter segurado por tanto tempo assim. Foram dois eternos segundos .

— De... De nada. — Respondi vendo acendê-lo.

— Você fuma? —

— Ás vezes, na maioria das vezes quando bebo ou em dias de estresse. — Peguei o cigarro de seus dedos e o levei até meus lábios sugando-o. Soltei a fumaça e tossi em meio a risadas.

— Acontece... Na primeira vez que fumei também tossi. —

— Não é a primeira vez, acabar de falar que fumo ás vezes. — Respondi rindo.

— Ah, não? Nem prestei atenção, desculpa. — Ele disse com um tom irônico e tomou o cigarro de mim, ligou o carro e partimos. Ficamos em silêncio o trajeto inteiro, até que chegamos.

— Melanie acorda, já chegamos. — Olhei para o banco de trás e estendi a mão cutucando-a, acho que vou ter que levá-la nas costas isso sim. Quando me virei de volta para frente deparei com o rosto de Thomas encostado no meu, nossos narizes estavam encostados um no outro e eu sentia a respiração saindo pela sua boca. Fiquei paralisada, minhas mãos gelaram na hora, pude sentir meu coração saltar pela boca.

— Desculpa, não achei que fosse virar exatamente agora. — Se desculpou Thomas envergonhado.

— Tudo bem... Acontece. — Sorri para ele e sai do carro. Com sua ajuda consegui colocar Melanie na cama sã, salva e bêbada. Thomas foi embora, eu sentei na minha cama e tirei meus sapatos. Não pude parar de pensar, o que foi aquilo? Seu hálito era bom...  Opa, pare já senhorita Elle, Thomas não fez nada demais e nem você, me convenci disse e fui dormir afinal, amanhã é um novo dia.      

Eu prometo #Wattys2016 [HIATUS]Where stories live. Discover now