Verão, Sara e meu anseio por revolução.

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Estávamos a uma semana do carnaval. A animação ardia dentro de mim assim como o sol queimava a minha pele. Eu amo o verão, sorrisos fartos, coração cheio, brisa ou chuva no entardecer. Eu estava sem tempo, meu inesperado  emprego de verão requeria uma energia que eu não estava disposta a gastar. Minha avó tinha acabado de passar por uma cirurgia e precisava de uma energia que eu esperava gastar. Eu já não conseguia colocar nada no papel. A noite estava quente, a insônia me consumia e eu esperava alguém chegar. Era manhã, segunda de manhã. Me desculpe mas meu mal humor contaminava a rua toda. Minhas olheiras eram visíveis e eu estava tomando meu café pra logo ir trabalhar. A Sara me ligou. Atendi disposta a falar somente o necessário porque muita falação de manhã me irrita. Ela estava muito empolgada, nem esperou eu responder se estava bem e veio metralhando: "Amanhã eu to chegando! Meu pai me ligou e quer me ver! Vou levar a Maria minha prima. Nós vamos poder nos acabar nessa carnaval Lau, to até vendo que a praça vai ser pequena pra gente. Me espera acordada, eu sei que você me ama, tchau". Ao menos uma noticia boa! Fiquei atrás de um balcão até as 16:00hrs, hoje com olheiras mas com um sorriso no rosto. Não pense que eu nasci pra "vagabundear". Passei a vida toda a cargo dos outros. A cargo do emprego, do salário. A cargo da minha família e do que eles pensavam. A cargo de fracassos amorosos e de como eles comigo acabavam. Entendi que vivemos para os outros, vivemos em uma incessante busca do melhor. É que às vezes eu penso em abandonar todos os cargos, penso em viver pra mim, penso em um mundo novo, penso em fraternidade, penso em reciprocidade , penso em aceitação e no amor penso sempre. Contento-me com a luta, com a loucura, eu vivo no pensar, eu vivo buscando o conhecer. Buscando a revolução. A questão é:"A cargo de quem?"

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