Capitulo Dezessete

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Passei pela sala tão rápido que mal me lembrava que nela ainda tinha dois homens, pra completar; gatíssimos. O que não me importava muito, devo admitir - pelo menos não naquele exato momento, de extrema vergonha.

Adentrei no quarto de Julie, que encontrava-se do mesmo jeito que estava quando sai. Deitada, assistindo o novo filme da Barbie que seu maravilhoso e bondoso pai havia comprado a seu pedido.

- Juh? - chamei-a.

- Você demoôu, tia! - sentou-se na cama.

Sorri para ela.

- É que eu tinha esquecido onde estava o achocolatado, por isso demorei. - fiz careta com minha própria desculpa.

Ela me olhou com um ponto de interrogação no pequeno rostinho, mas nada respondeu.

Testei rapidamente a temperatura de sua mamadeira, despejando um pouco de leite no dorso da mão para ver se estava quente - mesmo sabendo que a quantidades de minutos que eu havia colocado no forno-microondas estava certo - e entreguei, Julie segurou a mamadeira com suas duas pequeninas mãos gorduchas.

Sentei ao seu lado, ela rapidamente pulou da cama ainda com a mamadeira na boca, se enfiou entre minhas pernas, encostando sua cabeça em minha barriga, sorri de lado. Como essa garota é fofa. Puxei-a para sentar em meu colo, beijei seus cabelos ruivos e macios, que exalavam cheiro de cereja.

- Você é a coisa mais fofa que eu já vi! - admiti sorrindo, passando minha mão por seus cabelos, ela encostou sua cabeça em meu peito e uma de suas mãos foi até meu rosto, onde alisou, fazendo carinho.

Isso é uma mania que eu já havia percebido desde que comecei a cuidar dela. É algo que ela faz quando vai dormir ou mamar. Não sei... Julie é uma criança carente, isso eu poderia afirmar. Por mais que eu já tenha presenciado várias - e ao mesmo tempo poucas - das vezes seu pai lhe mimando.

Justin simplesmente não se poupa de demonstrar o quanto ama a pequena e de dar carinho quando está com ela, é tão doce com a mesma... Mal parece aquele que é quando está comigo!

Ah, Melissa! Não compare, por favor, não é mesmo? Ela é filha dele.

Balancei a cabeça negativamente afastando os pensamentos, percebendo que Julie já acabara sua mamadeira.

- Juh, a titia vai ter que ir embora agora. - avisei, colocando seu cabelo ruivo atrás de sua orelha. Ela fez um biquinho.

- E a Julie vai fica com quem? - perguntou de si mesma na terceira pessoa, fazendo-me sorrir.

- Seu pai já chegou, querida! - pulou do meu colo eufórica.

- Ebaa!

Ri fraco. Levantei-me, pegando minha bolsa que estava pendurava atrás da porta e colocando no ombro.

Peguei na pequena mão de Julie, saindo do quarto logo após desligar a tv e apagar a luz, quando chegamos ao topo da escada a mesma descia aos pulinhos - claro que eu a segurava pela mão ainda -, era engraçado, porque ela era tão pequena que quando pulava seu pé não tocava no piso, ela ficava pendurada enquanto eu a segurava. Eu apenas ria baixo.

Já era possível ouvir novamente as vozes e risadas daqueles homens, agora com o barulho da tevê ligada. Assim que chegamos perto pude ter a bela visão de três homens sentados - lê-se jogados - no sofá, com garrafas de cervejas nas mãos, enquanto conversavam e assistiam o jogo de basquete, descontraidamente.

Julie soltou rápido de minha mão e correu até seu pai. Os três olharam pra mim, mas logo desviaram toda a atenção para a pequena.

- Papai! - parecia uma eternidade correr até seu pai com pernas tão curtas.

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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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