Capítulo Dezesseis

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Se sua primeira pergunta e curiosidade for sobre a mensagem... Não, eu não a respondi. Por mais que a todo momento minha cabeça pedisse e meus dedos coçassem, implorando para tocar a tela do celular e responder a bendita da mensagem. Mas eu simplesmente não o fiz.

Meu lado racional não deixou. Bom, obrigado lado racional, você deveria ter impedido muitas outras coisas também, não acha?

Uma semana havia se passado, minhas olheiras deviam estar profundíssimas. Eu, agora posso afirmar que, estou mais do que exausta. Não tenho tempo para nada. Acordo mais cedo para dar-me o trabalho de levar uma hora daqui até a faculdade e um pouco menos de tempo para voltar, pois de lá ia para o trabalho. Já que eu ia de carro com Melyn, papai exigiu que pagássemos uma quantia por mês pela gasolina. Mesmo que ela tenha negado dizendo que não precisava, etc. Claro, ela tem dinheiro, mas mesmo assim concordei com papai em ajudá-la. De casa para a faculdade, da faculdade para o trabalho, do trabalho para casa e em casa as atividades passados pelos professores. Que exigiam muito, por sinal.

Isso, porque passou-se apenas uma semana.

Devo dizer e admitir que, por mais que seja errado - e é - eu não vi Justin nem um dia dessa semana e... Isso me fez uma falta. Mas eu me controlava todas as vezes para não pegar o celular e lhe responder a mensagem dizendo que nossa próxima transa poderia ser onde ele quisesse... Droga, estou sendo tão vadia.

Hoje era sábado, o que significa que não trabalho e eu só queria dormir o dia todo e mais nada. Mas infelizmente, querer não é poder.

Estava à mesa sentada com papai, enquanto tomava café da manhã. Conversávamos sobre coisas aleatórias.

- Filha... - olhei-o, tirando toda a atenção da panqueca que comia.

- Sim?

- Bom, precisamos conversar sobre... Tudo! - franzi o cenho.

- Tudo?!

- Sim! - tomou um gole de seu café - Vou direto ao ponto. Acho que você deve ir morar em Skyland. Não está dando assim, não pelo dinheiro do combustível ou por qualquer outro custo, mas percebo que esta exausta. Pode ser até melhor, arranje um trabalho por lá, que seja mais perto do que o seu atual... Com todo esse dinheiro gasto, podemos investir em algo para você. - engasguei, bati a mão em meu peito tomando um grande gole do café.

- Como? Claro que não, pai! - exclamei, depois de respirar fundo.

- Será melhor, querida. Alugamos um apartamento para você, não sairá tão caro, você irá morar ao lado da faculdade, praticamente. Sei que você não quer ficar no quarto do campus.

Do nada?

- Mudar eu mudo, mas... O trabalho não pai. - torci o lábio, concordando rápido demais até, com sua ideia repentina - Eu amo cuidar da Julie e amo trabalhar como babá.

- Melissa, então não vai adiantar de nada. - meu pai balbuciou, olhando-me sério. - Ou quase nada, né?

Suspiro.

- Pai, eu até posso morar por lá. Concordo plenamente que reduzirá um pouco de custo e posso fazer outra coisa com o dinheiro, mas... Quero continuar a trabalhar onde estou agora. - ele ainda olhava-me seriamente - Você está exagerando, inclusive, o meu trabalho fica mais próximo do Campus, do que daqui, eu levo em torno de meia hora ou menos, e isso, com trânsito. Sem trânsito, beem menos!

O mais velho apoiou seus cotovelos na mesa e entrelaçou suas mãos, apoiando rente ao rosto. Continuava sério, parecia pensar. Olhei para o meu copo, mastigando minha panqueca vagarosamente.

Love At First Touch - Second Touch (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora