-Então me dê um. - O quê? Me dê o que menino...
Como dizer não? Será que consigo rir e virar? Ou sair andando?
Não posso nem fechar os olhos e espera que ele tome a atitude, ele abandonou a responsabilidade ao me pedir.Chase riu, não chegou a ser indelicado, porque mesmo rindo não tornou a situação menos tensa.
-Eu vou fechar os olhos, se isso for ajud...
Estiquei-me, fechei os olhos também e o beijei calando-o, seus lábios entre abertos encaixaram nos meus, tão macios que acho que seria assim beijar uma garota, tão inocente.
Como beijar um príncipe em conto de fadas.
Seu movimento me acordou do transe, sua boca se aproximou mais e abriu mais um pouco. Não! Não vou beijá-lo de verdade. Acabo com tudo me distanciando. Então senti algo tão forte, uma fraqueza nas pernas, como se elas tremessem, aí, e agora? Preciso abrir os olhos, preciso mesmo olhar na cara dele? Não penso, porque se tivesse pensado algo tão estúpido.
Joguei-me no chão, fingi o desmaio mais real da história dos desmaios falsos. Por pouco Chase não consegue me segurar, o que teria sido mil vezes pior, mas felizmente escapo de seus braços e parecendo uma maria-mole caio no chão, bato o joelho, o ombro direito e doeu até o osso da bochecha, é, eu coloquei a cara no chão.
Epa, ele vai pensar que desmaiei por causa do seu beijo? Aí meu Deus, não, serei zoada pelo resto de minha vida, é capaz dele colocar uma foto minha em um porta retrato de novo, levanto, mas tão rápido e desajeitada que pareço bêbada.
Isso, irei fingir que estou bêbada, daquelas travadas, mucho locas.
Ando rápido, cambaleando para que acredite na minha cena, não foi difícil, a vontade de me enterra no meu próprio sapato está ajudando no meu andar desengonçado, droga, ele está me seguindo, empurro todos a minha frente, sem medo, colocarei a culpa na bebida. Como faço para ir embora? A porta fica do outro lado?
Droga, não estou nem cheirando a álcool, se descobrir será muito mais vergonhoso, chego ao balcão, vejo copos na bancada, pego um deles, como vou beber isso com ele vindo atrás? Jogo-me de novo no chão, bato o cotovelo em um dos bancos e viro o copo em cima de mim. Fecho os olhos e os aperto com força, por causa da dor, deve até parecer uma careta. Levanto devagar com bastante dificuldade, sentindo cada hematoma escurecer no meu corpo, estou de joelho na metade da ação quando alguém se abaixa ao meu lado.
Não se aproxime, não... Chase me levanta segurando um dos meus braços e me dando apoio pela cintura, mantém suas mãos firmes para que eu não me mexa mais, estou eufórica, sei que exagerei, cheguei em um estado que não sei como parar. Mantendo-me presa a ele, me leva para fora da casa de show, mantenho a cabeça baixa, será que chamei muita atenção? Aiiii, não né? Não quero nem ver.
O ar parece mais puro aqui do lado de fora, se Chase não estivesse na minha frente com um ponto de interrogação tatuado na testa franzida eu poderia ter aproveitado mais o ar da liberdade.
-Você está bem? - Ainda me segurando com medo que eu "caia" de novo.
-Hã? - Como se finge estar bêbada? - Sim, claro, eu só preciso... - Não encaro-o de forma alguma.
Tento pagar de louca e sair andando sem dizer nada, mas suas mãos me seguram
-Você está muito doida. - Seu tom melhora, de assustado foi suavizando.
-Eu vou pra... - Calo-me fingindo esquecimento.
-Pra casa? - Ele sugere.
-Isso!! - Aponto pra ele, fingindo animação pelo seu acerto, droga, levei a atuação muito a sério e esqueci, não era pra olhar, assim que encaro-o, viro, e começo a andar para ir embora.
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As quatro agendas
RomanceNum golpe de sorte, a senhorita Vinz consegue seu então desejado emprego na maior empresa do estado, onde os donos são quatro irmãos, ela como secretária tem que realizar seu trabalho e cuidar desses quatro homens singulares, e descobrir o que suas...