Mariah - "sufocando"

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-Eu vou chamar a Jhey, ok? - Vai saber se eles usaram alguma coisa e ele está chapado. Sei lá, o que mais seria.

Ele não tem intimidade para brincar neste nível comigo.

Não é nada Mariáh, é o escuro que exagera as coisas.

Ando em direção as escadas, mas ele começa a dar a volta na bancada, ficando bem na direção da saída das escadas.

-Ian? Você quer ajuda com alguma coisa?

"Passei toda a noite... - Ele estendeu a mão. - ...sem dormir... - Ele dá um passo na minha direção... - vendo...

Que porra é essa?

Meu coração está muito acelerado, não sei se pego a mão dele, se for sonambulismo, talvez o toque acorde-o. Acho que se eu correr consigo chegar no quarto antes que ele me pegue, ele não vai correr atrás de mim, calma, calma. Ele só está sonâmbulo.

-... sem espaço, a figura dela." - Terminou.

Num movimento rápido, viro a direita indo para o outro lado da bancada, e coloco a garrafinha que estava na minha mão ainda em cima da pia, pelo menos agora tem uma bancada entre nós. Não consigo tirar os olhos dele.

Ele está apenas com uma bermuda branca larga, tão larga que está bem caída, caída o suficiente para ver que está sem nada por baixo. Não queria ter reparado nisso. Porque ele não parece mais o Ian que eu conheço. Seu rosto está com expressões mais duras, e o olhar é assustador.

Ele virou para me encarar, mas não se moveu. Fico ali por uns segundos e ele continua também. Puta merda, que situação de merda.

Foda-se, vou pelo outro lado. Tem outro lado né, tem que ter. Nem que eu corra pelo jardim, preciso de ar, preciso sair. E se ele me seguir vou gritar muito, como se estivesse sendo assassinada, juro que vou.

Dou a volta na bancada e vou pelo lado contrário dele e da escada, vou na direção da parede de vidro e não, não tem um porta nem corredor aqui, viro para trás e ele apenas apoiou a mão na bancada.

Mano, eu aqui com medo e ele deve está muito mal.

Tenho certeza que amanhã terei muito vergonha de tudo que pensei aqui.

-Ian, vamos lá, vou te levar para Jhey. - Andei até ele e quando encostei em seu ombro...

Eu nem tive tempo de perder o ar, sua mão segurou minha cabeça e a bateu com tudo no mármore da bancada.

Cai no chão, e bati a cabeça no chão, a dor foi tão forte que fechei os olhos e começou a tudo rodar...

eu...

o que eu estava pensando?

ai, tá doendo muito.

Em alguma coisa empurrando meus ombros contra o chão, estão me prendendo?

Abro os olhos e Ian está em cima de mim...

Ian está em cima de mim?? Meu Deus, não. Como assim.

Consigo empurrar ele, mas Ian senta sob minha barriga prendendo meus braços com suas pernas, enquanto suas mãos apertam meu pescoço.

Ele está me sufocando. Me sufocando.

Me contorço com todas as forças que tenho, empurro meus pés contra o chão para fazer seu corpo pular e eu tirar meus braços debaixo dele. Mas mesmo com minhas mãos livres, não consigo tirar suas mãos do meu pescoço. Eu...

preciso respirar, me solta Ian.

Desisto de tentar tirar suas mãos, e enfio as unhas na sua barriga, mas ele não parece sentir dor.

As quatro agendasOnde histórias criam vida. Descubra agora