Capítulo 23

27 6 0
                                    

Julian

Horas antes...

Ir até a cidade foi o menor de meus problemas.

Quando cheguei lá ela estava completamente destruída. Poucas coisas sobraram de pé para contar história.

Havia soldados ajudando por toda parte, eu segui diretamente para meu alvo. A igreja.

Assim que recebi o bilhete do meu irmão-não-morto, arrumei um modo de ir até a cidade.

E aqui estou eu na igreja, tive que disfarçar e virar meu rosto quando notei Anna a Governanta do castelo rezando ali perto.

Fui direto para a Sala dos fundos, onde foi o outro encontro de "família" da última vez.

Espero que ele não me venha com ameaças novamente.

Assim que cheguei, ele já estava lá. A minha espera. Dessa vez estava sozinho. Ou pelo menos não vi ninguém por perto.

- Quanto tempo irmão! (disse sorridente, e logo após fazendo uma careta de dor)
- Você tem o costume de mentir sempre desse jeito Andrew? Você deu a sua palavra! (disse tentando reprimir a raiva que brotava em mim)
- Calminha irmão! Eu também fui enganado, como pode ver também fui vítima! (disse ele apontando para a parte enfaixada por baixo da capa escura)
- Clara quase morreu Andrew! Se não a tivessem salvado talvez estaria agora junto dos pais. (omiti a parte que eu a salvei) que amor é esse que você diz que sente por ela? (digo quase cuspindo as palavras na sua cara)

Ele se levanta rapidamente e me empurra.

- Não ouse dizer que não a amo! Você não sabe de nada! (Ele diz alto) na hora que eu percebi o ataque eu tentei correr na direção dela só que alguém já estava puxando.
- Não vim aqui para saber de sua tentativa falha de se salvar e salvá-la! O que você quer comigo? (digo sem rodeios)
- Nosso pai vai atacar novamente Hopeland! E dessa vez não será só com força bruta, vai ter magia também, magia negra! Só queria avisar para que pudessem se preparar! (Ele diz e faz novamente uma careta de dor)
- E você espera que eu acredite que agora você quer ser "Bonzinho" e quer ajudar o reino? (digo desdenhoso)
- Não espero que acredite em nada! Eu mesmo nem acredito que estou aqui entregando o plano de nosso pai! (Ele diz e se senta devagar)
- Seu pai! Eu não tenho pai! E porque você está fazendo isso? (pergunto intrigado)
- Eu a amo, Julian! Assim como você eu a amo! (Ele diz e baixa o olhar)

Por um momento tive a sensação de que Andrew falava a verdade!

Ele parece sentir o que senti quando fui forçado por ele a ir embora!

- Julian, ajude Clara! Ontem eu percebi a rejeição na qual ela me tratou que ela nunca acreditaria em qualquer palavra que eu dissesse. (ele disse ainda cabisbaixo) espero que possa me perdoar pelo o que te causei! Assim que descobrirem que eu troquei de lado irão me matar e eu não poderei fazer mais nada! (Ele diz e o vejo chorar)

Não acredito que aquele Andrew que conversou comigo da última vez é esse mesmo Andrew que está aqui na minha frente agora chorando. Resolvi dizer algo:

- Se o que você diz é verdade sinto muito por você... Isso é culpa de suas escolhas! (disse e ele me olhou cabisbaixo) espero que tenha sorte e se livre dessa!

Por fim me levantei, arrumei meu paletó um pouco amassado e encostei na porta.

- Até! (eu disse por fim e sai deixando o sozinho)

...

Naquele mesmo dia mais tarde...

Depois de ter tido aquela conversa com Andrew, sai da igreja e aproveitei que estava na cidade para ajudar as pessoas e verificar o que falta.

Cheguei faminto, subi, tomei banho, me troquei e desci indo em direção ao salão principal.

Ainda no corredor ouvi som de uma belíssima música sendo tocada em um piano.

Quando cheguei me deparei com Clara sentada em frente ao piano e tocando lindamente.

Fiquei um bom tempo ali a observando quando derrepente ela olha em minha direção e vejo seu rosto ficar vermelho.

Resolvo ir em sua direção e ela me pergunta:

- Há quanto tempo estava ali observando?

Respondi sincero:

- Não sei ao certo, perdi a noção do tempo quando encostei ali. Nunca tinha ouvido você tocar... É lindo! Digo e beijo sua testa)
- Obrigado (ela diz um envergonhada)

Ela se levanta e me abraça.

Sorrio com esse gesto.

Encosta a cabeça em meu peito e sem dúvida ela deve está ouvindo as batidas rápidas de meu coração.

Meu instinto protetor me diz que devo protegê-la com minha vida. E se possível eu farei!

Clara

Ouço alguém fazer "rum rum". E quando olho é Lilian parada com as bochechas vermelhas.

- É... Humm... Desculpe-me interromper é que... É... O jantar está servido! (ela diz gaguejando)
- Ah sim, obrigado Lilian! (digo enquanto me solto dos braços de Julian)
- Com licença! (ela diz e sai rápido)

Eu e Julian começamos a rir.

- Lilian deve está vermelha até agora! (digo rindo)
- Com certeza deve está! (Julian diz me puxando para fora do salão)

Já no corredor ele me puxa e me beija.

Um beijo urgente e doce. Começa faltar o ar me solto de seus braços e vou na frente.

- Alguém pode nos ver! Se controle! (digo arrumando o cabelo e entro na sala de jantar)

Encontro Pedro na mesa.

- Boa noite querido! (vou até ele e o beijo na bochecha)
- Boa noite pequena! (Ele sorri) Julian...
- Boa noite Pedro! (Julian diz e se senta)

Jantamos tranquilamente, e conversamos sobre as coisas que precisam ser feitas na cidade.

Logo estamos comendo a sobremesa. E então eu vejo minha brecha para sair da mesa.

- É... Está na minha hora meninos! Boa noite! (digo e me levanto)
- Eu te levo... (Diz Julian)
- Não precisa não quero atrapalhar a conversa de vocês! (vou até Pedro e lhe dou um beijo depois dou a volta e beijo Julian)
- Fica mais um pouco pequena! (Pedro diz)
- Estou cansada, não vou não! Durmam bem meninos! (digo e saio)

Vou para meu quarto, me jogo na cama... a tristeza começa a me tomar. E então eu choro por meus pais, pela cidade, por minha Vó, pela floresta e adormeço.

Pedro

Na mesma hora na sala de Jantar...

Depois que Clara sai vejo a cara de Julian.

- É Cunhadinho, está difícil aí é? (digo e o vejo ficar branco)
- Não sei do que está falando Pedro, Clara e eu somos amigos. (ele diz ainda branco)
- Posso ser tudo menos burro! É óbvio que você é Clara não são apenas amigos! (digo e ele arregala os olhos) a questão é você gosta dela? Gosta de verdade? (digo fazendo uma pausa dramática) Quando cheguei aqui você não estava, eu vi a tristeza no olhar dela quando ela me disse que você tinha ido embora! Não quero que você a machuque Julian! (solto tudo de uma vez)
- Pedro, nós somos amigos! Tá. Eu realmente gosto dela, eu a amo de verdade! E eu daria minha vida por ela! Nunca faria nada que a machucasse! (Diz sincero e vejo seus olhos brilharem)
- Eu sei Julian, posso ver no jeito que você a olha! Esse é meu papel como irmão me certificar que ela está em boas mãos! Ela gosta muito de você, não a decepcione! (digo amigável aprovando a situação)
- Obrigado Pedro! (Ele diz com uma certa gratidão)
- Que nada Julian! Agora vai dar boa noite para ela vai! (digo sorrindo)

Então o vejo saindo da Sala e agora tenho certeza que ele é o próximo rei de Hopeland.

--------------------

Será que Andrew está sendo sincero com Julian? Pedro aprovou o romance de Julian e Clara! Que ótimo!
Hahaha
Não deixe de ler! Se gostou deixe sua estrela e/ou seu comentário! Beijos :*

Hopeland (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora