Hopeland (EM REVISÃO)

Capítulo 36

"Em outros tempos se eu pudesse faria diferente..."

Dias Atuais

Suíça, Hopeland

Clara

Acordei maravilhosamente bem. Após ter um sonho daqueles... O fim não era muito legal... Mas sonhos são apenas sonhos não é mesmo?

Meu despertador são meus bebês. Tá eles não são mais bebês. A mais velha tem 6 anos e se chama Charlotte, mais a chamo de Charlie. O mais novo é o Harry que tem 4 anos. Nada melhor do que ser acordada todas as manhãs por essas belezinhas.

Tenho que arrumar eles porque vão viajar com o pai deles Andrew, que atualmente é meu ex marido.

Enquanto eu tenho que correr para o escritório, para não me atrasar.

Depois deles estarem prontos, descemos para tomar café. Marie nossa cozinheira já tinha montado a mesa e eu estava realmente faminta.

Tomamos todos juntos o café da manhã, quando ouvimos a buzina do carro de Andrew.

Saímos de casa e fui junto com as crianças para o lado fora e os levei até onde o carro estava estacionado.

- Papai (os dois gritavam em uníssono)
- Cadê o abraço do papai? (foram todos juntos abraçar Andrew)
- Bom dia Clara!
- Bom dia Andrew... Tomem cuidado crianças! Cuidem do papai!
- Pode deixar mamãe!
- Ei... Cadê meu beijo? (Harry me beijou de um lado da bochecha e Charlie do outro) se comportem! E não se esqueçam de usar o casaco!
- Tá bom! Tchau mamãe
- Tchau!
- Até mais ver Clara! (Andrew falou já dentro do carro)
- Até...

Quando vi que o carro virou a esquina entrei e fui pegar minha bolsa.

- Marie já estou indo para o escritório!
- Tudo bem patroa!
- Bom dia!
- Bom dia! Tchau

Fui para a garagem, peguei o carro e sai. Até que aqui onde moro não tem bagunça, a vizinhança é bem tranquila. Ruim é enfrentar o trânsito caótico do centro da cidade. Hopeland existe desde os tempos medieval... O que fica bem claro com algumas das construções antigas que damos de cara ao caminhar pela cidade. E o antigo castelo da monarquia é um museu onde reúne vários artefatos históricos como a coroa da princesa assassinada. Minha mãe colocou meu nome em homenagem a ela. Disse que assim como a princesa eu mudaria a história... Vai saber porque...

Consigo chegar a tempo, por pura sorte.

Mas não contava com alguém esbarrando em mim e espalhando pelo saguão do edifício meus documentos.

- Não vi a vi senhorita, me desculpe, deixe-me ajudar.
- Tudo bem sem problemas!

Até então não tinha o olhado nos olhos, até que nossas mãos se esbarraram e senti uma coisa diferente então eu o olhei. E tinha a impressão que já tinha visto aqueles olhos mel antes... Eles eram lindos e brilhantes, seu olhar se tornou intenso ao ver que eu o olhava. Desviei rapidamente o olhar.

- É... Obrigado.. Com licença.

Sai praticamente correndo, não fazia idéia do que tinha acabado de acontecer. E não queria ficar para ver no que ia dar.

Fui para o elevador e subi para o meu andar. Fui para minha sala arrumei os papéis e meu secretário Antoni me avisou que o cliente que eu esperava para a reunião já tinha chego e já estava a minha espera na sala de reuniões. Ajeitei uma última vez minha roupa, peguei a pasta e fui para a sala.

E acho que a vida resolveu a começar a jogar comigo... Porque lá estava o senhor que esbarrou comigo no saguão, sentado na mesa de reunião. Seu olhar de surpresa devia ser o mesmo que eu dei a ele quando o vi lá.

- Bom dia senhores. A reunião é para...

...

Uma hora depois...

O relógio parecia brincar porque essa reunião foi a mais longa da minha vida.

Por mais que eu tentasse não olha-lo nos olhos eu não conseguia parar.

Assim que a reunião acabou fui correndo para minha sala...

Antoni saiu para almoçar e então ouvi batidas na porta.

- Entre por favor.

Meus olhos se arregalaram quando vi o bendito passar pela porta.

- Senhorita Clara, sou Julian nos esbarramos no saguão e estava na reunião a poucos minutos.
- Prazer Senhor Julian, no que posso ajudá-lo?
- Pode parecer meio estranho, mais tenho a impressão de que já te conhecia antes esbarrar com a senhorita no saguão...
- Eu poderia dizer o mesmo do você senhor Julian...
- É... Eu posso perguntar algo para a senhorita?
- Sim... Claro.
- Será que a senhorita não quer sair para tomar um café? Quero me desculpar por ter derrubado seus documentos...
- Acho que... É por mim tudo bem...
- Podemos ir agora? 
- Vamos sim.

Esse homem é real? Me convida para um café por ter esbarrado em mim...

E eu não sei porque mais parece que eu o conheço de algum lugar.

A cada minuto ele fica mais inacreditável... Um total cavalheiro.

...

Duas semanas depois...

Desde que esbarrei com Julian as coisas tem estado perfeitas. Estamos saindo a duas semanas. E eu nem acredito que vou dizer isso... Acho que estou apaixonada por ele!

Porém desde então venho sido perturbada com pesadelos frequentes, e ele sempre se parecem tão reais. E Julian tem passado pelo mesmo, ele sempre faz questão de me contar...

Mas tirando isso, ele sempre me surpreende, e por incrível que pareça ele parece adivinhar as coisas que eu gosto.

Sei que é pouco tempo para isso mais vou me declarar para ele no jantar de hoje a noite.

...

1 ano e meio depois

Julian

Já são 3 da manhã, amanhã é o dia do meu casamento e não consigo pregar o olho.

Aos poucos vou pegando no sono e...

Me vejo em uma floresta conversando com Clara, a salvando de um ataque no museu, nos abraçando e ela chorando encostada em mim, nos beijando na biblioteca, no quarto dela a cobrindo quando ela estava dormindo, encostado no batente da porta ouvindo ela tocar, nos abraçando depois de levá-la para a entrada de um túnel, em uma biblioteca a vendo mexer em papéis, tentando a convencer de não ir a um lugar, ela chorando e me abraçando antes de se esvair em direção a um galpão, um último olhar antes de o que parecia um ataque, a vendo suja de sangue em meu colo desfalecida me entregando um papel, no enterro dela pedindo uma chance de fazer diferente...

Acordei em um sobre salto, o suor cobria meu rosto, o despertador do lado da cama marcava 9 da manhã.

Esses fragmentos de sonhos se pareciam mais com lembranças...

É como se eu tivesse vivido isso, mais eu não vivi... Me lembro de um dos lugares que se parecia com o museu...

Eu não acredito em vidas passadas, mais seria isso lembraças da minha última vida?

Não faço idéia, mais uma coisa rondava minha cabeça...

"Uma chance de fazer diferente..."

Era a única coisa que voltava e voltava...

"Uma chance de fazer diferente..."

Essa seria minha chance de fazer diferente?

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