Capítulo 33

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Clara

Dois dias depois...

Hoje é o dia, acordei cedo, treinei um pouco e tomei um café da manhã daqueles. Com direito a muito bolo de chocolate.

Eu estava tentando agir como se esse fosse um dia como qualquer outro, e na verdade eu estava torcendo para que fosse.

Todos estavam com medo do que podia vir era notório em seus rostos com expressões abatidas e preocupadas.

Logo sai da mesa porque o clima estava pesado ali e fui para o quarto colocar uma roupa melhor. Não dá para ir em uma luta de vestido, muito menos comprido e com essa armação gigante por baixo para dar volume.

Coloquei um jeans, e um blusa preta e claro uma bota. Lilian fez uma trança embutida no meu cabelo, e eu estava torcendo secretamente para que essa não fosse a última vez.

Olhei no espelho e não vi a Clara de alguns meses atrás, mais vi a nova Clara aquela que foi forte e está sendo mesmo com tudo parecendo desabar ao redor.

E ali diante do espelho eu senti que estaria honrando o nome de meus pais nessa batalha. E então senti uma lágrima solitária descer sobre meu rosto.

Sai do quarto com a cabeça erguida e fui direto para onde Antoni estaria me esperando com a minha armadura.

E lá já estavam Julian, Andrew e Pedro que tinha Lilian agarrada em seu braço.

- A hora está chegando! (eu disse tentando aliviar um pouco o clima)

Andrew saiu na frente e logo atrás Pedro e Lilian estavam indo até a porta dianteira que dá para o campo onde treinei.

Eu estava a olhar para os lados, o olhar de Julian estava me matando. Tinha um misto de preocupação, nervosismo, amor e o pior de todos eles o medo.

Só notei que estava chorando quando encostei minha cabeça em seu peito como sempre fazia.

- Vai ficar tudo bem Clara! Não se preocupe! (Ele repetia para mim)
- Julian, eu quero que me prometa que se acontecer alguma coisa comigo hoje você vai ajudar Pedro com o Reino...
- Não irá acontecer nada com...
- Por favor Julian, me prometa...
- Tudo bem, eu prometo!
- Eu te amo Julian! Com todas as minhas forças!
- Eu também te amo Clara! Muito mesmo...

Respirei fundo e parei de chorar.

Seguimos de mãos dadas até o campo onde conversei rapidamente com Pedro e abracei Andrew.

- Se caso eu não voltar hoje, quero que saiba que você merece ser feliz e que alguém vai ser seu amor de verdade. (eu disse enquanto peguei em suas mãos)
- É você que eu amo Clara, e sempre vou amar! E não fale bobagem, você voltará!

Dei um beijo em seu rosto e coloquei minha armadura, montei em meu cavalo e fomos para os campos ao norte do castelo.

Chegamos lá e não demorou muito para que o exército de William chegasse.

Antoni apareceu ao meu lado como no sonho e pergunta:

- Estamos esperando suas ordens para atacar Alteza.

E dessa vez eu sei o que temos que atacar.

Lá no horizonte, diante de meus olhos está o exército vermelho.

Noto Pedro, Julian e Andrew bem ao meu lado um pouco atrás de mim.

Olho uma última vez em sua direção, tiro minha espada, aponto para o alto e grito:

- Essa é a hora! Vamos lá!

Saímos todos a disparada em direção ao exército.

Tenho facilidade em lutar, o exército é númeroso porém mal treinado o que facilitou para todos.

Derrubo um, dois, três... Vários deles.

E lá está que eu estava procurando William...

Por um descuido me disperso da luta e foco em William e é nesse momento que sou jogada no... Chão.

Ouvi o grito abafado de Julian e Pedro que pareciam está entrando em desespero.

Consigo sentir a terra ao meu redor, abro os olhos e me deparo com uma flecha em minha perna. Respiro fundo e retiro a flecha. Vejo a mancha de sangue no local...

Eu já sabia o que vinha depois...

Ao meu redor tudo ficou lento, olhava em todas as direções, até que ouvi uma voz como se sussurrando tão perto que poderia sentir o arrepio em meu ouvido, dizendo:

- Olhe direito! Você está perdendo algo de vista! (eu não conheço essa voz mais sabia exatamente onde olhar)

Olhei exatamente na direção que sabia que encontraria William fugindo do campo de batalha.

Respirei fundo de novo, minha perna dói um pouco, o cansaço já estava me tomando.

Ele me encarou, sorriu e continuou a andar. E mais uma vez eu sei, onde ele está indo...

Olho para trás e aceno para Antoni que entende e acena de volta.

Vou atrás dele, e por aqui é mais perto do indo pela cidade.

Chego logo atrás do cachoeira e entro na floresta.

Olho ao redor e noto a floresta diferente. As árvores estão envelhecidas como estivessem morrendo. Vejo algumas cinzas como se tivesse pego fogo.

Outro sonho... Não pode ser.

- Gisela? Gisela? Onde você está? (grito a procurando)
- Aqui Clara... Aqui... (ela responde com a voz fraca)

Sigo sua voz, e a encontro no chão atrás de uma pedra.

- Gisela! (grito e enquanto me jogo no chão)
- Clara... Aconteceu... A floresta já não tem mais vida. (ela diz devagar) Ele matou todos... (ela termina e desfalece)
- Não, Não pode ser!! (grito)

Após constatar que a floresta está um caos, e ver Gisela desmaiada, resolvo voltar a procurar William.

Quando me vejo em meio a algumas árvores, percebo que está faltando algo. Então ouço distante...

- Onde pensa que vai? (escuto a voz sem expressão atrás de mim)

Me viro e encontro uma mulher com um vestido preto e com o que parece ser uma neblina escura e densa cobrindo seu rosto.

Por mais que eu force, não consigo ver seu rosto. Mais logo a neblina se dissipa e vejo claramente. É o rosto de Gisela! Sua voz é grave e horripilante agora, não se parece nada com a voz calma e serena que ela tinha antes.

- O que você? (grito em alto bom som tentando parecer forte quando na verdade estou soando frio)

Ela aponta sua mão em minha direção e dela sai um neblina esverdeada. Que me joga contra uma árvore. Um galho se solta e cai em cima de minha perna. Grito de dor e a vejo se aproximar de mim.

- Socorro, alguém, alguém me ajude! Por favor... (grito enquanto sinto uma dor latente em minha perna ferida)

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