Clara
Acabei de acordar, hoje é o terceiro dia mais feliz da minha vida (porque outros dois foram o nascimento dos meus filhotes) hoje é o dia do meu casamento com Julian!
Estou tão feliz e nervosa... Finalmente eu encontrei o amor da minha vida.
E aqueles sonhos que eu tenho em que nos perdemos um do outro, porque eu sempre termino morta não vai acontecer... Quer dizer as vezes é tão real que parece que eu realmente estava lá...
Ainda deitada na cama olho para a janela ao lado e noto o quão bonito está o dia.
Saio do devaneio quando ouço o toque de Julian invadir meus ouvidos.
# - Bom dia Amor
- Bom dia Princesa...De novo ouço como um eco na minha cabeça onde a única palavra pronunciada é Princesa.
- Clara você tá aí? (ouço Julian do outro lado questionar)
- Oi, estou sim. Desculpe.
- Foram os fragmentos não é?
- Foram sim. Essa noite eu sonhei que morria de novo...
- Eu também sonhei com isso, sonhei com tudo na verdade. Você tem como escapar um pouco antes de começar a se arrumar?
- Não sei Julian. Não vai ser fácil... Minha mãe está aqui...
- Preciso te levar a um lugar...
- Que lugar Julian?
- É surpresa!
- Está bem. Com que roupa devo ir?
- De qualquer jeito, você fica linda até descabelada...
- Está bem. Vou ir sim. Vai passar aqui ou vou de carro te encontrar?
- Vou te esperar na rua de trás daqui a vinte minutos...
- Tá bom. Vou me aprontar. Te amo
- Também te amo. #...
Vinte minutos depois...
Sai disfarçadamente pela porta de trás. E fui correndo até a rua para encontrar Julian.
Quando cheguei ele já estava me esperando...
Entrei no carro, nos beijamos daquela forma apaixonada, doce e genuína que só nós dois fazemos.
E ele começou...
- Você demorou!
- Eu falei que ia ser difícil de sair. Minha mãe já tava me gritando quando eu acordei... E as crianças não me largam...
- Eu sei amor, estou brincando. Agora vamos...
- Preciso fechar os olhos?
- Não precisa...Andamos pela cidade até que eu noto que ele está se direcionando ao antigo museu da cidade.
- Vamos ao museu Julian?
- Sim. Quero te mostrar uma coisa.Estacionamos o carro e fomos em direção a entrada.
Antes de entrarmos no imenso Jardim, tem uma placa grande escrita: BEM-VINDOS.
Julian me puxa em direção a uma árvore, e além de me recordar de minha mãe me trazendo aqui quando eu era pequena.
Lembrei de um dos sonhos, em que eu estava com um longo vestido sentanda nessa árvore.
- Eu já sonhei com essa árvore Julian...
- Eu também sonhei com ela... Com nós dois aqui. Vem, deita aqui comigo.Deitados olhamos para o céu e me lembrei novamente de outro fragmento.
- Eu não sei o que são todos esses fragmentos Julian, mas sei que também lembro disso...
Me levantei, os fragmentos e o fato de está aqui agora estavam se misturando... Eu estou confusa a ponto de não saber qual é a realidade e qual não é...
Julian se levantou percebendo minha confusão...
- Clara, está tudo bem?
- Eu é... Estou confusa. Eu consigo ver tudo Julian...
- Vem Clara, vamos para outro lugar...
Ele me ajudou a levantar, e começamos a nos limpar, até que nosso olhar se cruzou e ele me beijou. Agora com mais calma, era como se tivesse mil palavras para dizer e esse beijo dissesse tudo.De mãos dadas ele me levou para dentro do sala principal, e os fragmentos não paravam de me atingir.
É como se eu estivesse dentro da minha própria nostalgia.
Quando chegamos na sala estavam arrumando ela. Eles o chamam de Salão Principal... E ele é simplesmente enorme.
Havia pessoas de todos os lados arrumando, parecia que teria um festa aqui.
- Venha Clara, vamos ver uma última coisa!
Ele me puxou e fomos em direção ao quarto da princesa, e só olhando para as fotos espalhadas sobre os corredores pude notar o quão parecidas nós somos.
- Julian, olhe! É a Clarissa! (disse enquanto apontava para um dos quadros)
- Incrível a semelhança que vocês tem uma com a outra! (Ele me disse enquanto se dividia em me olhar e olhar para a foto da Princesa)
- Não entendo como podemos no parecer tanto, se nem somos da mesma família!Continuamos a andar até que chegamos no quarto, lá estavam tudo exatamente no lugar que estavam em meus sonhos. E tinha ao lado na penteadeira suas jóias expostas. E lá estava a pulseira mais simples no meio de todas aquelas jóias finissimas, prateada com pedras azuis.
- Julian, a pulsei... (parei de falar e estiquei minha mão para tocá-la)
Mais um fragmento, mais dessa vez estava sendo muito mais real.
"...eu via Julian me dando a pulseira, minha avó falando dela para mim..."
Deixei-a e me afastei.
- Eu não acredito que almas retornem depois de mortas para viverem novamente. Mas tudo leva a crer que somos duas almas que vieram do passado... Isso é muito surreal. (disse enquanto tentava assimilar as coisas)
- Acho que eu sei a razão de tudo...
- Sabe?
- Não tem o sonho em que você sempre desfalece em meus braços?
- Sim...
- Eu tive sonhos que podem ser depois desse... No sonho eu ia ao seu interro, e enquanto eu chorava, pedia uma segunda chance para poder ter você comigo...
- Você acha que foi por você ter pedido?
- Eu não acho. Eu tenho certeza. Como nos encontramos? Temos o mesmo nome deles. Temos os mesmos sonhos... Parecemos fisicamente com eles...
- E o que você quer fazer? O que faremos Julian?
- Vamos fazer diferente Clara!Julian
Depois de ter explicado o que provavelmente era verdade, por mais que nem eu e nem Clara acreditassemos.
Eu a abraçei, agora de um jeito diferente... Eu conseguia sentir que a amava ainda mais. Se isso fosse possível claro.
Planejei uma supresa para Clara que acho será incrível, espero que ela goste.
Depois de tantos fragmentos ou lembranças não sei, a levo de volta para casa.
Levei uma bronca enorme da minha sogra que praticamente me puxou pela orelha por ter sequestrado a noiva horas antes do casamento.
Depois de deixa-la em casa, corro para meu apartamento para me preparar... Ligo para Pedro, irmão da Clara. Que eu pedi... na verdade implorei para me ajudar com a supresa.
E para minha tranquilidade, está tudo correndo bem.
Tudo tem que está perfeito para o dia que Clara jamais irá esquecer...
O dia que ficará marcado para o resto de nossas vidas...
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Hopeland (EM REVISÃO)
FantasiJulguei-me incapaz por muito tempo, vivi mergulhada em livros, pra esquecer das grandes responsabilidades que carrego desde que nasci. Fui instruída a ser boa, generosa, altruísta e inteligente, mas tudo que aprendi só pesava ainda mais sobre os omb...