Capítulo 35

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Aproveitei a distração momentânea que Andrew estava sendo para William, e dei uma cotovelada em seu estômago e ele me soltou gemendo de dor.

- Quando eu encostar minha mão em você princesa rebelde vou fazer questão de te matar, de uma forma dolorosa e demorada. (disse Grosso como se estivesse irritado)
- Você não vai fazer nada com ela! Nada! (Andrew disse se pondo na minha frente)
- Como ousa falar assim comigo filho? Eu sou seu pai. Você está se rebelando contra mim?
- Se é isso que você acha William, então é isso mesmo!
- Imbecil, Tolo. Você acha mesmo que vai me ganhar? Ela nem gosta de você, Ela gosta do seu irmão! Ela te despreza! Olha o que ela fez com você e com seu tio!
- Ela fez o que fez por culpa sua e de Fernando! Eu estava sendo manipulado por vocês! Eu nunca vou perdoar vocês!

Peguei no braço de Andrew e falei para ele:

- Não se deixe levar pelo o que ele fala... (disse calma e um pouco mais baixo)
- Você é manipuladora! Não basta ter um para você, quer os dois?
- Você está errado William! (disse me exaltando um pouco)
- Deixe comigo... Eu resolvo isso. (Andrew me disse)

Apenas abaixei a cabeça e me escondi. Eu sabia que o que William falava era verdade.

- Protegendo a garota do seu irmão Andrew? Uma pena que ele não vai poder nem te agradecer!
- Isso é o que vamos ver!

William armou a guarda, Andrew também e começaram uma briga de espadas.

Estava tão intertida com o briga que nem me liguei nas pisadas atrás de mim.

Me puxaram pelo braço. Era Gisela com o rosto desfigurado que o agarrava.

- Me solte sua bruxa!
- Pensou que tinha me matado?

E então um pouco distante do local em que Andrew e William brigavam. Eu e Gisela travavamos uma briga de magia.

- Eu não quero te matar. Por favor não faça isso.
- Eu não ligo para o que você quer.

- Me desculpe.

Minha última cartada. Joguei o máximo que tinha de poder sobre ela e ela se desfez em cinzas.

Agora tenho que ajudar Andrew, dei a volta, peguei minha espada que estava caída perto dali e fui em direção a eles.

Andrew percebeu que eu voltara, e entendeu o que eu queria fazer. Ele estava todo arranhado assim como William também estava.

- Desista garoto! Você já me fez vergonha o suficiente!
- Eu não vou.

Quando estava me preparando para atacar por trás, alguém aparece pelo meio das árvores e grita:

- Parem!

Era Julian que parecia cansado e olhava para os dois homens a sua frente.

- Você me deve explicações William! (Julian disse para seu pai)
- Que explicações? Porque eu que te joguei um feitiço? Porque você era bonzinho demais para ser meu filho. Porque sua mãe na verdade não foi embora? Ela está morta porque eu a matei? Ou porque eu quero e vou dominar Hopeland?
- Você o que? (Andrew disse agora)

Julian olhava com os olhos arregalados.

- Eu não sabia do resto...
- Pois bem, agora vocês sabem... Podem pular para a parte que me agradecem e eu acabo logo com isso? (disse enquanto levantava as mãos e sinal de conquista)
- Ou eu acabo!

Andrew vai até seu pai e o acerta no coração.

- Você nunca foi meu pai de verdade! (Andrew praticamente cuspiu as palavras)
- Andrew! (Julian disse se aproximando e indo abraçar seu irmão que estava em prantos)

Eu estava por trás das árvores observando a cena. Quando ouvi alguém vindo, me esconde e ataquei. Mais não sabia o que viria depois. Fui atingida... Eu fui antigida... E quando cai só consegui ver o soldado de William indo embora correndo e minha visão embaçando.

Fui praticamente me arrastando até onde eu podia ser vista por Julian e Andrew. Tentava gritar mais não conseguia emitir ao menos um som. A dor que sentia no joelho ferido não era nada comparado ao que estava sentindo agora que por baixo das minhas mãos sangrava.

Peguei uma pedra e joguei no Mato. Então vi o olhar de Julian olhar diretamente para mim que estava caída e não conseguia levantar.

- Clara! (Julian gritou e correu)

Mesmo com minha visão um pouco embaçada, Andrew parecia não entender nada até que ele olhou em minha direção e começou a correr também... Tentava falar mais não conseguia emitir sons.
Eu sentia-me desfalecendo...
Sabia que essa era minha hora de ir. Talvez essa fosse a minha linha,essa sempre foi a minha linha...
Eu não tinha futuro...
Conseguia sentir minha mente se desligando aos poucos...

Julian

Alguma coisa dentro de mim já dizia que alguma coisa ia dar errado.

Quanto vi Clara, caída e machucada eu tive certeza.

Quando vi eu já estava gritando seu nome e corria em sua direção.

Nem me lembrei de puxar Andrew mais ele logo veria porque eu corri.

Me joguei ao seu lado, percebi que ela tentava falar alguma coisa mais não conseguia.

Coloquei sua cabeça em meu colo e senti as lágrimas quentes rolando pelo meu rosto.

- Clara por favor, fiquei comigo! Mantenha os olhos abertos. Por favor...
- Clara! Julian temos que chamar alguém... (Andrew me falava)
- Chame alguém por favor!

Vi Andrew correr e sabia que ele está sofrendo tanto quanto eu.

- Eu te amo Clara! Fique comigo! Por favor...
- Ju... lian... Eu... É... Te... A...mo.
- Eu também te amo, por favor Clara seja forte...

Vi Clara tirar um papel dobrado de dentro da calça e colocou em minha mão.

- É pra mim?

Eu a vi piscar os olhos.

- Te amo Clara! Te amo muito! Vai ficar tudo bem.

Beijei seu rosto e a vi fechar os olhos.

Eu sabia o que vinha depois disso. Só não sabia que eu não conseguiria nem me mexer.

Guardei o papel no bolso da minha calça quando vi Andrew chegar com alguns soldados e uma maca da enfermaria do castelo.

...

A guerra estava ganha. Hopeland ganhou! Mas também perdeu... Perdemos a nossa Rainha.

Não consegui pregar o olho, as olheras, os olhos vermelhos denunciavam uma noite mal dormida e o choro que durou durante toda a mesma.

A paisagem parecia saber que alguém já não estava mais aqui.

O céu estava cinza, as árvores mortas, tudo parecia sem vida, sem brilho como se o sol tivesse desaparecido ou nesse caso o meu sol desapareceu.

Me arrependo de não ter estado mais tempo perto dela e de também não ter estado perto dela para protege-la dessa tragédia.

Em outros tempos se eu pudesse faria diferente. É uma lição que aprendi e não me daria o direito de errar de novo... A única coisa que eu queria era mais uma chance de fazer diferente...

Mais uma chance de fazer diferente
Mais uma chance de fazer...
Diferente...
Diferente!

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Hopeland (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora