"- Por que esse tal de Louis quer ser melhor que todo mundo? Sempre anda de nariz em pé, tira boas notas em tudo, é sempre puxa saco dos professores... Por que ele faz isso?
- Você não sabe? [...]
- Sabe o que?
- Ele tem Cacorrafiofobia. [...]
...
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Harry Pov
Hoje seria o dia da entrega do boletim, e quem iria entregar seria a Professora de História, e por sorte, Louis estava na minha sala. Não vou mentir, eu estava nervoso e minhas mãos suavam levemente. Se eu tirasse notas baixas demais, minha mãe provavelmente me proibiria de ir para festas no final de semana, e eu adoro festas. Quem não gosta de uma?
Eu encarava Louis de dois em dois segundos, só para ver á sua reação. Ele balançava sua perna nervosamente, eu queria estar lá do seu lado dizendo que tudo vai ficar bem e que apesar de tudo, eu estarei lá para ele, mas eu simplesmente não podia. E isso doía por dentro. Um sentimento por Louis cresceu em mim do nada, e isso me assusta ás vezes.
-Eu vou chamar seu nome, e quando chamado, venha até minha mesa pegar o Boletim. –A professora anunciou com um sorriso no rosto. Alguns alunos comentavam o quanto estavam nervosos e outros o quanto estavam confiantes. Louis estava em silencio, e eu preocupado com ele. Às vezes ele abaixava a cabeça, outras vezes mordia seus delicados lábios, e outras mexia em seu cabelo, atos nervosos.
Meu nome foi chamado e rapidamente busquei meu boletim. Antes de abri-lo encarei Louis rapidamente, e ele já me olhava. Lancei um sorriso de canto para ele, mas o mesmo virou a cara rapidamente. "Você é um iludido Harry." Meu consciente disse, e eu ignorei como de costume.
Eu abri o papel amarelado que tinha meu nome, o nome da escola e á assinatura do Diretor e um sorriso apareceu em meu rosto. Minhas notas estavam acima da media e isso é ótimo, para mim pelo menos que não me dou bem com a escola.
Logo o nome de Louis foi chamado e lentamente ele foi a mesa e pegou o papel. Quando se sentou em sua mesa, apenas colocou o papel na bolsa e mais nada. Estranhei na hora, mas deduzi que ele queria ver sozinho, sem ninguém por perto.
O som estridente do sinal foi ouvido e assim, estávamos liberados para o almoço. Eu queria ver a reação de Louis e aposto que ele iria ver suas preciosas notas agora no almoço. Arrumei minhas coisas e logo que ele saiu da sala, eu o segui distante. Ele passou direto pelos armários e refeitório, e foi para uma área aberta verde que tinha atrás da escola. Aquele lugar era usado as vezes para algumas aulas ao ar livre, mas servia como refugio para alunos, que estudavam, namoravam e entre outras coisas.
Ele andou até um arvore robusta que tinha em um canto afastado, e se sentou com as costas encostadas na planta. Eu fiquei escondido atrás de um arvore não muito longe de onde ele estava, e me pus á observa-lo. Eu realmente nunca entenderei o que se passa com Louis e sua fobia. Sei que mesmo se souber sobre tudo, eu nunca vou sentir o que ele sente em relação á isso. Deve ser horrível ter medo de algo que, ás vezes, é inevitável.
Louis suava, mesmo que pouco, mas suava. Ele limpava suas mãos suadas em sua calça jeans, ele piscava rapidamente, como se estivesse ansioso. E pelo que aparentava, eles estava mesmo, e nervoso também.
