Capitulo 12 - Jade

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  Ele é diferente quando são apenas 6:00 horas da manhã. Seu cabelo está mais bagunçado do que o normal e sua boca está entre aberta, ele inspira profundamente e solta o ar com um ronco baixo. Seu peito sobe e desce em um ritmo quase hipnotizante quando se para e o observa dormir. Estou torcendo para que o despertador não comece a dançar em cima do criado mudo e estrague a minha visão, pois eu o acho extremamente cativante quando está dormindo.
 
  Ontem depois do banho, Nike se jogou na cama, ele não me chamou para ir com ele, mas eu fui mesmo assim. Não demorou mais do dois minutos e ele já tinha dormido profundamente.

  Passei a noite sendo invadida pelas lembranças das suas mãos nos meus quadris, do nosso quase beijo, do seu hálito de cerveja e pasta de dente, da forma como ele sorria quando eu fiz alguma piada. Acho que nunca quis tanto ser beijada por alguém como na noite passada, talvez também nunca tinha notado o quanto parecia certo suas mãos percorrer o meu corpo, e como cada toque deixava um rastro quente na minha pele, como se ele estivesse me marcando.

  O som do despertador era ensurdecedor, ele sempre acordar 6:06, não sei o que isso significa, mas quando tentei mudar o  horário, Nike deu um surto, e eu surtei por ele surtar. Isso é tão ridículo, somos adultos não é mesmo? Ele com certeza é mais adulto do que eu, mas as vezes parecemos duas crianças.

–Bom dia. –a voz mais rouca que o normal, é outra coisa que adoro no homem á minha frente.

–Oi. –sussurro em resposta.

Não é como se eu estivesse gostando dessa rotina domestica, mas a verdade é que eu realmente meio que gosto. Isso soa patético? Por que soar, infelizmente sou patética. E jamais admitiria esse tipo de coisa sem que valesse á pena.

–Está acordada a muito tempo? –Nike sussurra.

–Não sei, não contei.

–Ficou me olhando dormir?

–Não muito, talvez um pouco. –brinco e ele sorri, um sorriso preguiçoso e lindo.

–Não sei como se observa um pouco. Na maioria das vezes eu observo muito.

–Devia tentar, é sempre bom não se viciar tanto em algo.

–Não me importo, eu já estou fodido mesmo. –Nike da de ombros.

  O silencio surge e por aqui se instala de uma forma confortável, eu gosto disso também. Não preciso falar, só preciso observa-lo...um pouco. As coisas já são estranhas o suficiente entre nós, para que eu tenha que ficar me perguntando o tempo inteiro se o que estou fazendo é algo que eu normalmente faria. Mas eu já nem sei qual era o meu normal, não faço ideia de quem sou e definitivamente não quero saber nesse momento.

Eu só quero observar, só quero notar a íris verde, a pupila dilatando, o peito subindo e descendo em uma respiração lenta e calma, quero olhar para as tatuagens em seus braços e antebraços, quero notar quantas sardas ele tem nos ombros, por que isso é realmente lindo. Eu quero de uma maneira totalmente ridícula morder suas sardas claras dos ombros, pois elas são tão sexys na minha opinião. Eu quero deixar seus cabelos – de uma maneira quase impossível – ainda mais bagunçados e fazer com que ele sorria para sempre. Se bem que quando ele está com raiva, eu também o acho totalmente atraente.

–Você tem sardas nos ombros. –murmuro. Mas na verdade estou lutando contra as minhas mãos para que elas não agarrem os ombros de Nike.

–Você gosta? –ele pergunta. Algo me diz que ele já sabe a resposta.

–Não, acho totalmente feio e nem um pouco atraente. –digo e sorrio.

–Eu sei, uma vez você quis arranca-las com a boca. –ele diz e depois rir, não de mim e nem para mim, ele rir consigo mesmo.

Procura-se Por Nós  #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora