Capítulo 25 - Nike

94 17 6
                                    

Duas semanas. Jade não me ligou, não mandou mensagem, e também não atendeu o telefone. Liguei para Emily, mas a maioria das vezes ela não podia falar pois estava ocupada. Tentei ligar para Joe, mas sempre caia na caixa postal. A três dias atrás eu decidi que não ligaria mais, ela provavelmente aderiu o nosso afastamento, deve está pensando e eu deveria fazer o mesmo. Eu deveria me focar nos negócios, nas conversas com Micke, deveria me focar na escolha do prédio e nos papéis que eu assinava.

Balançei a cabeça na tentativa de afastar meus pensamentos de Jade. Me movi inquieto na cadeira enquanto observava Micke sorri para a garçonete.

-Ela é bem gostosa. -ele disse.

-Eu não vi. -falei.

Micke me observou por alguns segundos e eu desviei meu olhar para a rua. Nova York era um caos, as pessoas passavam correndo umas pelas outras, se esbarravam e não pediam desculpa, os vendedores gritavam promoções, sempre tinha alguém distribuindo panfleto e mesmo na época mais quente, eu ainda me sentia com frio. Eu morei aqui por quase minha vida toda, mas não sabia o quanto odiava tudo isso até voltar.

-Nike, você está distraído. -Micke murmurou. Ele levou o copo com suco de abacaxi até os lábios e tomou um gole.

-Desculpe, eu não gosto muito daqui. -admitir.

-Você tem família aqui certo? -Mick perguntou.

-Sim, meus pais, pensei em visita-los mas eles não estão na cidade.

Micke acenou com a cabeça e fez sinal para a garçonete vir a nossa mesa. Ela desfilou até nós e me lançou um sorriso tímido, uma mexa do seu cabelo castanho claro caiu em seu rosto e ela logo o levou para trás da orelha parecendo envergonhada. Ela tirou um bloco de notas do seu avental, rabiscou e depois rasgou nos entregando o que parecia nossa conta. Tirei minha carteira do bolso e quando coloquei as mão sobre ela em cima da mesa, a garota olhou para minha aliança. No mesmo instante senti um orgulho que ela estivesse lá, eu amava quando as pessoas a notavam, era uma parte de Jade, mesmo que ela não quisesse, ainda sim temos isso.

Coloquei meu dinheiro em cima da mesa e Micke fez o mesmo, a garota sorriu para mim outra vez, mas seu sorriso agora parecia triste, depois ela saiu da nossa mesa.

-O que foi meu rapaz, essa garota estava te dando mole. -Micke sussurrou.

-E o que tem?

-Se eu fosse você já teria levado ela para longe daqui e nós dois estaríamos fodendo. -Micke murmurou com um sorriso malicioso em seus lábios.

Homens como Micke Fox não horam suas esposas, eles estão sempre buscando um buraco novo e apertado para enfiar o pau. Eu jamais faria isso com Jade, eu a amo mais que tudo na minha vida. Cometi alguns erros no passado, mas Jade é minha vida agora, e nem que quisesse meu amiguinho levantaria com outra mulher que não fosse ela.

-Sou casado. -falei.

-Também sou, e não recusaria essa garçonete.

Dei ombros sabendo que uma discussão com o cara que está investindo no meu negócio não me seria favorável. Nós levantamos da mesa e saímos do restaurante, ele deu uma boa olhada na garota antes de irmos embora, enquanto eu tentei com todas as minha forças não bate nesse verme. Nós caminhamos pela rua até chegar na frente do prédio onde a mais nova filial do Magnus estava sendo reformada.

Ainda ia demorar algumas semanas, e até meses para tudo ficar perfeito. Ainda tínhamos todo o processo de legalização, divulgação, preenchimento de estoque de bebidas, decoração e outros, mas eu deixaria tudo encaminhado aqui para Chuck. O lugar era enorme, bem maior que o Magnus em São Francisco, era bem arquitetado e estrategicamente localizado em uma avenida. Era um bom lugar, chamaria a atenção e todos iriam querer conhecer. Toda vez que eu o imaginava completo e concluído sentia arrepios pelo meu corpo, era por minha causa que essa filial estava se erguendo e eu não pude evitar me sentir orgulhoso e satisfeito.

Procura-se Por Nós  #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora