Escuto o barulho dos carros passando por nós. Abro os meus olhos e vejo sangue em todas as partes, cacos de vidros penetram a minha pele e sinto uma forte dor na cabeça. Estou em um carro. Minha perna está doendo e sinto cheiro de gasolina. Eu adorava esse cheiro, mas agora ele está me deixando enjoada. Quero me mexer mas não consigo, o sinto de segurança me prende ao banco, estou de cabeça para baixo e sinto todo o sangue que ainda me resta, indo para a cabeça.
Meu Deus, preciso de ajuda. Apoio minhas mãos no teto do carro, mas não consigo me segurar, meus braços doem. Viro minha cabeça e vejo um homem ao meu lado, ele tem pequenos pedaços de vidro no rosto e um dos seus braços está enrolado como uma corda no volante, seu rosto está ensanguentado e ele provavelmente não usava o cinto como eu.
Procuro algum sinal de que conheço o rapaz e vejo em seu braço um corrente de prata com um pingente de âncora. Eu dei esse pingente. Não, não pode ser! Levanto meu braço para sacudir seu corpo, quero gritar por ele mas não consigo. Bato com força e sinto meu braço doer, as lágrimas começam a sair dos meus olhos e eu quero parar de chorar, mas não consigo evitar. Minha visão fica turva, mas consigo ver luzes azuis e vermelhas piscando sem parar. Escuto o barulho da sirene e se pudesse correria...
A noite está fria e escura, eu quero que esse pesadelo acabe logo. Quero que ele acorde e diga que tudo vai ficar bem. Escuto pessoas falando e uma voz rouca grita meu nome. Eu quero responder, quero dizer para a voz não se desesperar, eu vou ficar bem, mas não posso dizer o mesmo dele.
-1,2,3...puxa! -uma outra voz grita e agora vejo com mais clareza. Ele repete a sequência até que a porta ao meu lado é arrancada. Não consigo ver o seu rosto, meus olhos ainda estão cheio de lágrimas e minha visão turva. Ele toca o meu pulso e afirma para outra pessoa que estou viva.
A voz grita novamente, e quero correr para ele e reconfortar-lo. Sinto uma mão me puxar para o lado enquanto uma outra pessoa cortava o cinto. Olho para o lado e o vejo outra vez, totalmente deformado com seus cabelos castanhos claro bagunçados e manchados de sangue.
-Jhon...vamos ficar bem. -digo quase sem fôlego.
Uma mão forte me puxa e logo estou fora do carro. Escuto meu nome outra vez, mas agora sei que a voz é da minha mãe. Ela grita desesperada por mim e depois por Jhon. Me colocam em uma maca e meu corpo inteiro doi, e uma dor intensa em minha perna não é nada comparada a dor que tenho na cabeça. Quero gritar, mas doeria ainda mais. Abro meus olhos e vejo muitas pessoas assustadas, chorando e gritando por nós.
A voz me chama mais uma vez e já estou me sentindo em brasa. Eles colocaram algo em meu rosto e sinto ar invadir minha boca. Uma agulha penetra em meu pulso, e por mais que eu odeie injeções, essa dor não é nada comparada a todo o resto.
-Ela está perdendo muito sangue. -uma mulher diz ao meu lado e aperta minha perna com força. Preciso que a dor na cabeça pare.
Pego em sua mão e com uma força que não imaginei que teria, a levo até minha cabeça. Ela entende o que quero dizer e pressiona a mão em minha testa. Sinto um toque frio nos meus dedos e procuro por quem os tocou.
-Senhor saia por favor. -ela diz para o homem.
Ele parece um anjo, um anjo mal. Seus cabelos pretos, sua pele levemente bronzeada, seu nariz longo e empinado, uma boca vermelha e carnuda, sua barba curta, dava um toque de menino mal ao seu rosto angelical. Ele trajava uma camiseta preta deixando à mostra suas tatuagens tribais nos dois ombros. Mas o que é me chamou a atenção de tão lindo e evidente em todo o seu visual, são os olhos verdes quase cinzas.
-Jade, amor. -ele diz e percebo que a voz rouca era dele. Eu quero abraçar o anjo, posso ver o desespero em seus olhos, mas eu não o conheço.
-Quem é você? -sinto dor ao falar. O anjo me olha confuso e se afasta com o corpo rígido. Ele fica parado com uma expressão de tristeza em seu rosto e não imagino por quê.
Alguém empurra a maca para dentro da ambulância e minha visão começa a ficar borrada outra vez. Uma pontada forte em minha cabeça faz com que meu corpo se retorça de dor, a mulher me olha com desespero e pede ajuda a outra pessoa. Sinto uma escuridão me rodear, e não posso fazer mais nada a não ser me entregar a ela. Preciso saber se Jhon está bem, preciso saber se meu irmão vai sobreviver.
-Jhon...-digo e então apago. Me afogo na escuridão e ela me acolhe, me sinto tranqüila e todo o meu corpo adormece. É uma sensação boa em meio a tanta dor. Nao quero acordar nunca mais, quero ficar aqui nesse escuro e nunca mais sair.
(Nota da autoraaa 🤓)
Olá
Erros, erros, erros. Sou humana, e não revisei os capítulos. Me desculpem quem estiver lendo, futuramente quando a história acabar, vou fzr a revisão e deixar tudo perfeito. Mas por enquanto é assim que vai ficar. Desculpa amores. Espero que vcs estejam gostando, e esperem mais pq só está começando!Beijim da Mariana. F 💕😘
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Procura-se Por Nós #Wattys2016
AcakÉ realmente lindo ver como começam as histórias de amor e como elas prossegem felizes. Eles se conhecem, se apaixonam, brigam e no final ficam juntos. Mas e quando tudo isso já aconteceu e todas essas lembranças se perdem? Um grave acidente deixa Ja...