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    Juro por Deus que o amava, e como amava...

    E é por isso mesmo que aqui estou hoje. Porque o amava.

    - Mary, a senhora tem a certeza que o seu marido alguma vez a traiu? A menina tem alguma prova?

    Sim, como disse, amava... Já não consigo voltar a amar, não depois de tudo o que ele me fez passar.

    - Tenho completa certeza, os meus olhos são a prova viva disso. - respondo, calmamente, ao irmão do homem por quem me apaixonei.

    A quem amei, dava a minha vida por ele se fosse preciso mas ele não, talvez fosse capaz até de esconder o que sentia por mim só para não se envergonhar com a minha existência.

    A princípio pensei ser apenas uma questão de tempo até ele se conformar e aceitar o facto de que estávamos juntos e que ele já não precisava de esconder isso ao mundo, mas enganei-me, tudo o que ele sempre planeou foi esconder-me, usar-me.

    O meu amor era cego e assim eu continuei a amar quem mais mal me fazia, quem mais mal me tratava e sem saber cuidar de mim, destruiu-me.

    Apercebi-me disso tarde de mais, tive de o ver trair-me com os meus próprios olhos e mesmo assim foi difícil para mim adaptar-me a esta versão da minha vida, ou melhor, da vida dele que eu em tempos pensara que era unicamente partilhada comigo.

    Olhando agora para trás, sei que fui ingénua ao pensar que ele alguma vez sentiu alguma coisa por mim, por tentar imaginar o quanto ele me podia amar. Pensava para comigo se chegava a senti-lo com a mesma intensidade que eu. Mas não.

    Tudo o que acontecera entre nós era pura ilusão, uma ilusão que eu pretendi viver e que agora me arrependo profundamente.

   Estou decidida a desistir de tudo aquilo que passei ao pé dele incluindo todas as recordações que pretendo apagar da minha mente, pretendo absorver a parte que ele me ocupou no coração ainda que fique vazia, mas ao menos não carrega um sofrimento.

    Assim, faço as malas, pego em todos os meus pertences e guardo-os comigo. Sabia que teria de voltar a casa, pedir desculpas aos meus pais que tanto me avisaram que ele não valia nada e sabia também que o Niall, não voltaria a olhar-me, nunca. Até porque eu, não estava com intenções de o voltar a olhar de igual forma.

   Passaram-se dias, que depressa se transformaram em meses e assim se sucedendo pude ignorar o tempo que passei com aquele homem, aliás, ele era apenas um rapazinho com todas aquelas atitudes de 13 anos no corpo de alguém com 19, penso que ele ainda teria muito que crescer.

    Espero que também um dia e olhe para trás ele se aperceba do quanto eu me esforcei, daquilo que fiz e que dei tudo por tudo para que resultasse, para que ele fosse feliz a meu lado, fiz o que podia.

   E tudo com que ele me agradecia era apenas um mero cigarro para que pudesse fumar junto dele, nada de mais importante, mas eu sempre lhe negava. Odiava o fumo, suportava-o para estar ao pé dele. Odiava bebidas alcoólicas, mas forcei-me a bebê-las por uns tempos. Odiava até o facto de cortar o cabelo, e nisso tive a minha sorte pois Niall amava-o comprido, como eu o tinha, e por isso mesmo o cortei.

    Cortei apenas para não me recordar de mais nada que tenha a haver com ele, ou o que ele gostava ou deixava de gostar, precisava de me mudar, não só de local como de aparência. E assim o fiz, segui o meu caminho assim como o vi seguir o dele, com apenas um passado partilhado entre nós.

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