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    - Eu sei que tudo está bem Mary. - ele diz-me junto do ouvido - Enquanto aqui estiveres.

    Afasto-me um pouco dele e encaro a sua face onde constam dois olhos azuis com tons avermelhados em volta. Algo em mim diz-me que se aqui continuar, não terei a sorte nem a força de o continuar a negar. Não desta forma.

    Desvio o meu olhar de encontro às minhas malas e lembro-me de que temos um quarto de hotel alugado para esta noite, o que nos iria permitir escapulir da figura masculina do Niall.

    - Carrie, não temos um quarto de hotel há nossa espera?

    - Não te contei? Poças! Vamos ficar aqui, Niall cedeu dois quartos da sua mansão para que nos pudéssemos alojar. - ela sorri - Que cavalheiro não achas? 

    Não posso crer. Não nisto! E ainda por cima não tinha dinheiro suficiente para que pudesse alugar um quarto aqui por perto, daí ser obrigada a ceder ao cavalheirismo de Niall James Horan.

    Acabo por observar o seu olhar baixo que se foca em nós mais uma vez, parece que não tem muito para onde olhar já que passa noventa por cento do seu tempo a encarar-nos.

    - Niall, porquê tanto cavalheirismo? - pergunto curiosa.

    - Apenas quis que tivessem tudo ao vosso dispor uma vez que por estes lados é complicado pagarem um apartamento, é uma zona verdadeiramente cara. 

    Acabei por me limitar à mudez, não queria estar a armar-me em esperta quando tudo o que ele estava realmente a querer ser, era cavalheiro. Só não quero cair noutra asneira, com ele não.

    Tudo o que sentia por ele custou a passar, custou a desaparecer de mim e não quero que volte, daí ter de passar uma noite na sua mansão, pode ser um sacrifício quando tudo o que me lembro é de acordar ao lado dele. Essas eram as minhas manhãs preferidas. Foram em tempo, quero dizer.

    - Ótimo! - concordo por fim.

x x x

    Não demorou muito para que lá fora escurecesse, podia-se observar a linda noite através da grande vidraça no quarto onde me pude instalar. Com um chocolate quente entre as mãos, acabo por me virar ao ouvir a porta do quarto abrir-se.

    - Ficas linda de pijama, como sempre. - elogia-me.

    - Não devias de estar a dormir? - interrogo-o.

    - E tu? Também não deverias? - eleva uma sobrancelha.

    - Não consigo adormecer cedo fora de casa... - pronuncio e bebo um pouco de chocolate quente.

    - Eu sei que não, por isso é que vim aqui. 

    Sento-me sobre a berma da cama e desvio o meu olhar em direção aos lençóis da minha cama passando uma das minhas mãos sobre a mesma.

    - Senta-te. - sugiro.

    Lentamente ele caminha até ao pé de mim e não demora até sentar-se sobre a cama, ao pé de mim, cruzando as pernas sobre os lençóis.

    Dou mais um gole a partir da chávena enquanto o encaro com os olhos.

    - Porque não me dás uma segunda oportunidade? - ele volta a pedir.

    Engulo o que acabei de tomar e não demoro muito até lhe responder à pergunta que ele tanto ansiava.

    - Devias saber que é difícil para mim depois do que presenciei... tu sabes. 

    - Éramos novos Mary...

    - E o que te faz querer que eu ainda te quero de volta?

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