- Magoaste-te? - ele encara a minha mão.
- Sim, mas não tens nada a haver com isso! - resmungo.
- Poderia ter, se me deixasses...
- Não deixo, não sou obrigada a deixar! - dou de ombros.
Carrie está um pouco nervoso, posso ver isso na forma apressada como remexe nas suas folhas sobre a capa de plástico devidamente organizada.
- Não encontro a entrevista Mary! - ela diz-me.
- Como não encontras a entrevista? - questiono-a nervosa.
- Não sei dela, será que a deixei em casa com a pressa? - ela questiona alto sem retirar os olhos da sua pasta.
- O que fazemos agora? - olho-a.
- Podias ser tua a entrevistar-me, já que tens algumas bases sobre mim. - Niall sugere.
- Não te vou entrevistar, isso querias tu! - resmungo - Carrie, eu ajudo-te a organizar uma nova entrevista, ainda me lembro dos vários pontos que querias abordar, acho que se pensar-mos nisso juntas poderás concretizar esta entrevista com sucesso. - sorrio-lhe.
Ainda um pouco adoentada Carrie sorriu-me e acabámos por nos instalar numa mesa de duas cadeiras para trabalhar-mos a entrevista novamente. Conseguimos reconstruir a entrevista desde o inicio, com poucas falhas e ligeiros esquecimentos que se tornaram insignificantes para o assunto que iria ser abordado.
Consegui perceber o enorme potencial de Carrie para as entrevistas e reportagens e sabia agora o quão ela era boa no que fazia, de tal forma que lhe percebi o enorme mérito que ela tinha por ter tudo o que conseguiu até agora.
Parece que não mas fiquei feliz por ela, e surpreendentemente ela ficou feliz por mim. Dissera-me que fui uma enorme ajuda e quem sabia, poderia acompanhá-la nas próximas reportagens para a ajudar nas várias entrevistas. Poderia um dia vir a ser tão boa como ela!
Ao fim de algum tempo deixei Carrie sózinha para terminar os últimos ajustes, alguns erros e organização das perguntas, uma por uma, esse trabalho seria feito apenas por ela, uma vez que ela saberia onde começar e como terminar, exatamente da maneira dela! Que era muito boa!
Levanto-me da cadeira e dirijo-me ao pé de Niall.
- Podes indicar-me a cozinha? - peço-lhe de pé perante a sua figura masculina deitada sobre o sofá.
- Posso acompanhar-te? - pede-me.
- Se me disseres onde é...
- Tens pernas para lá chegar, já sei! - ele termina a frase que costumo usar.
- Exatamente! - digo e cruzo os braços.
Ele ergue-se do sofá, chega-se ao pé de mim e pousa uma das suas mãos sobre o cimo das minhas costas dando-me um leve empurrão em direção à cozinha. Sem um único ruído, Niall acabou por me acompanhar até à cozinha onde me pude servir.
Agarrei num par de copos para servir Carrie de igual forma quando ele intervem a meio do meu percurso até à torneira da água.
- Se preferirem, tem refrigerantes no frigorífico. Estão à vontade! - ele diz e enfia as suas mãos nos bolsos enquanto me observa.
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Short StoryNão há um para sempre com ele. É amor, até deixar de o ser... - Mary twisted (definição): torcido/a ,, neste contexto é utilizado como - reviravolta. ➳ @dianacrferreira 2016© | all rights reserved