Olho as horas, eram agora quatro horas da tarde e eu tinha-me despachado rápido o suficiente para vir ter com Carrie, ela estava atrasada, como sempre.
Assim que ouço os seus passos e a fechadura da porta a grunhir, a porta abre-se de seguida e observo Carrie, o seu cabelo emaranhado e o se nariz vermelho. Não contive o riso e deixei uma baixa gargalhada escapar-me por entre os lábios.
- Então Rodolfa? Tudo bem? - questiono-a.
- Não te dei confianças para isso Mary. - ela diz autoritáriamente.
Baixo o meu olhar até aos meus pés quando ela muda o seu tom de voz.
- Não acredito que levas-te a sério... Estou a brincar miúda, entra aí! - ela sorri-me.
Acabo por dar uns passos em frente e olhar ao meu redor a ótima casa que ela tinha, era tão confortante e as cores que quando eram iluminadas pelo sol, fazia com que as divisões parecessem maiores e pacificavam até a alma mais escura.
Bem, mais propriamente sobre Carrie ela apertava o lenço continuamente no nariz para limpar toda a sujidade que dele escorregava e pingava. Tinha pena dela, não sabia como ela poderia escapar desta.
Assim, entrei para o seu quarto onde as malas estavam abertas e deslocadas por vários locais, ela via-se quase que grega para arrumar todas as peças e acessórios de roupa nas mais variadas malas que lhe pertenciam.
Observei-lhe a face, triste e doente, se bem que tentava puxar um sorriso ao de cima mas as suas forças quase que a impediam de o fazer por muito que ela se esforçasse.
- Não te preocupes, eu ajudo-te Carrie, não me importo de te arrumar os pertences, para além disso trouxe-te alguns aqui na minha mala que estavam no escritório, pensei que te pudessem fazer falta.... - sorri-lhe.
Abri a minha mala para ela poder retirar tudo o que lhe pertencia enquanto dobrava alguma da sua roupa e colocava delicadamente nas suas malas.
Algum tempo passou enquanto ela retirava os seus pertences da minha mala, até ao momento em que ouço a sua voz rouca chamar por mim. Ergo e viro a minha cabeça na sua direção quando ela se faz pronunciar.
- Quem é este?
Ela ergue uma fotografia de Niall em direção a mim, queria que ela tivesse visto tudo menos aquilo. Apresso-me, na sua direção, retiro-lhe a fotografia das mãos e guarda no bolso de trás das minhas calças.
- Não devias ter mexido nas minhas coisas Carrie, não gosto que mexam nas minhas coisas! - digo nervosa.
- Tem calma Mary, ninguém morreu, por amor de Deus tanta coisa por uma foto? - ela encara-me.
Suspiro, não era só uma foto, era a foto. A foto que eu mais estimei em toda a minha vida, para que pudesse relembra-lo todos os dias, não o queria esquecer, pelo menos o meu coração não queria quanto à minha mente já o tinha tentado várias vezes e por isso mesmo que tudo o que me resta dele é apenas uma foto que carrego todos os dias na minha bolsa.
- Desculpa Carrie, é apenas passado... - digo por último e continuo a juntar as suas coisas.
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TWISTED : nh
Short StoryNão há um para sempre com ele. É amor, até deixar de o ser... - Mary twisted (definição): torcido/a ,, neste contexto é utilizado como - reviravolta. ➳ @dianacrferreira 2016© | all rights reserved