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    O avião acaba por descolar e sinto-me um pouco desconfortável nesta fase uma fez que é um pouco barulhento, agarro com força o banco e sinto Niall pousar a sua mão sobre a minha. Sinto as minhas pernas tensas e fico com medo, medo que alguma coisa corra mal.

    - Está tudo bem, não tens de te preocupar. - ele diz baixo.

    Fecho os meus olhos com força e sou só capaz de relaxar assim que aquele estremecer para.

    O meu corpo relaxa quando o avião plana sobre o ar, e afasto a mão de Niall de mim. Ouço expirar nervoso e observo-o olhar através da janela a seu lado. Está a tentar relaxar de igual modo, presumo.

    - Estás bem? - ele pergunta-me sem retirar o olhar da janela.

    - Agora estou.

    Ao fim de uns minutos acabo por adormecer, uma viagem de duas horas dava tempo para tal e assim foi passando o tempo.

    Acordo quando Niall me abana nervoso.

    - Mary! Mary! - ele chama-me e eu olho-o.

    - O que foi? O que se passa? - pergunto erguendo-me e esfregando os olhos.

    - Não entres em pânico, mas acabei de ver o motor rebentar.

    - O quê? - exclamo e afasto-o de frente da janela.

    Os meus olhos presenciam a realidade que Niall falara.

    - Vamos despenhar-nos? - pergunto-lhe.

    - É o ma-mais provável. - ele gagueja.

    Não demorou muito para que ouvíssemos uma voz masculina provinda das várias colunas presentes no interior do avião.

    "Apertem bem os cintos ... ... estámos prestes a despenhar-nos ... ... Que Deus nos proteja!"

    Não podia ser verdade. Estaria eu a sonhar? 

    Mas não, vi o medo nos olhos de Niall, ouvi a voz de Carrie logo atrás de nós. O avião estava todo em pânico. Não tínhamos qualquer escapatória e ainda por cima, sabíamos o que nos esperava nos próximos minutos.

    O medo depois de ouvir a mensagem piorou, ouviam-se crianças a chorar no colo dos pais em lágrimas. Vi também duas mulheres grávidas que choravam no ombro dos seus maridos. 

    E depois existia eu. Completamente amedrontada, com as minhas mãos presas às de Niall enquanto sentia as várias lágrimas escorrerem-me pela cara.

    Era o meu fim. Eu sabia-o e o facto de não poder ver ou avisar os meus pais do que se passava, era tudo o que eu queria. Ligar aos meus pais e dizer-lhes que os amo mesmo antes de tudo isto.

    Era como se tivesse congelado naquele momento e tudo o que eu queria, era estar em casa.

    Nunca desejara tanto estar num só lugar.

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