Capítulo 9

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Após quase um dia de viagem e sem paragens, já que era Sophie a conduzir, ela e Zayn chegam a Vancouver. Sophie estaciona o carro num parque e saem deste.

- E agora, como vamos encontrar essa área subterrânea? – Questiona Sophie a Zayn.

- Vou ter que tentar pressentir os outros da minha espécie. – Responde calmamente, observando tudo à sua volta, com atenção.

- E podes fazer isso?

- Claro. Mas preciso de forças... e de um incentivo.

***

Sophie assiste Zayn a correr de tal forma impressionante e nunca antes vista, mas a sua velocidade é tão elevada que só consegue ver uma vez ou outra a sua sombra na escuridão imensa. Não tinha pensado naquilo quando Zayn lhe falara em recuperar forças. Tinha-se esquecido completamente de que ele era o vampiro, e como tal precisava de sangue para se fortalecer.

Uma ou outra rajada de vento fazem-se sentir, movimentando os cabelos compridos de Sophie.

Subitamente, ouve folhas a mexerem-se, como se estivessem a ser pisadas. Como passos. Tenta ver para além do escuro mas não consegue ver nada, nem uma única sombra. Não consegue nem detetar Zayn algures por ali.

- Zayn, és tu?

Não obtém respostas. Os passos ficam cada vez mais próximos até que Sophie visualiza uma figura, Não parecia um homem, mas sim um animal. Um animal grande, cuja respiração podia ser ouvida a milhares de quilómetros. E sem mais nem menos, o animal move-se bruscamente, saltando na sua direção.

Sophie grita assim que sente uma mordida no seu braço esquerdo, mas depois a boca do animal afasta-se, rasgando-lhe a pele. Aos poucos se apercebe de uma outra figura que parece espetar algo no corpo do animal, e ouve-se um pequeno uivo.

Há alguns segundos de silêncio até que uma luz forte lhe é apontada na direcção dos olhos. Com alguma dificuldade, Sophie reconhece Zayn, que a olha com uma expressão preocupada.

- Estás bem, Sophie? – Pergunta, correndo na sua direção.

- Aquele bicho mordeu-me. O que aconteceu?

Zayn não responde e começa a despir o casaco, seguido da camisola. Sophie olha-o, boquiaberta. Zayn veste novamente o casaco, aperta-o e começa a enrolar a sua camisola à volta da ferida de Sophie.

- Obrigada...

- Espero que sare depressa.

- Não devia ir a uma farmácia?

- Não.

- Porque não?

- Foi um lobisomem. Foi um lobisomem que te mordeu – Acaba por dizer Zayn, encarando Sophie.

- Também existem?

- Sim.

- E porque é que ele me atacou?

- Não sei... - Responde, abanando com a cabeça lentamente. – Mas eu descobri algo.

Zayn pega na lanterna com a mão e começa a iluminar o caminho. Sophie não faz perguntas e limita-se a segui-lo.

A floresta tem muitas árvores enormes, algumas muito juntas. Sophie apercebe-se do quão assustador é aquela floresta, mas sente-se calma por não estar ali sozinha.

Zayn pára então em frente a um grande buraco na terra, com um tronco de uma árvore a tapá-lo por completo. O buraco parece estar inclinado o suficiente para uma pessoa poder caminhar dentro dele. Mas o mais fascinante é o que se vê quando Zayn aproxima a lanterna.

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