Capítulo 16

11 1 0
                                    

Depois de se vestir um pouco à pressa para não deixar Zayn muito tempo à espera. Sophie sai do quarto e encontra o vampiro a falar ao telemóvel. Assim que este nota a sua presença e o olhar fixo em si, diz umas últimas palavras e desliga.

- Sim. Está bem. Eu agora vou ter de desligar. Sim. Até logo. – Zayn guarda o telemóvel no bolso e encara Sophie. – Desculpa por ter entrado sem bater antes.

- Não faz mal. – Responde Sophie, tentando não deixar aparecer o constrangimento que sentira anteriormente, e decide mudar de assunto. – Eu estive a pensar.

- Em quê?

- Eu quero encontrar-me com a outra bruxa outra vez.

- O quê? Mas porque raio é que queres voltar lá?

- Eu quero que ela revele mais. Ou que se descaia.

- As bruxas são espertas. Mesmo que tentes provocar a sua queda, ela vai perceber.

- Mas basicamente eu sou como ela. Por favor, deixa-me tentar.

- Pronto, está bem. Vamos tão.

- Não. – Interrompe Sophie, agarrando-o pelo braço. – Eu vou sozinha.

- Sozinha?! – Zayn passa-se completamente, acabando por basicamente berrar no meio do corredor. – Tu não podes ir sozinha! É perigoso!

- É o melhor! – Sophie grita também, fazendo Zayn calar-se, mas mantendo a sua expressão de desaprovação. – Ela não confia em ti. Eu percebi isso e tu também. Se também estiveres presente, ele não irá falar toda a verdade. Mas se eu estiver sozinha, ela pode revelar muito mais.

Sophie tem razão. Mesmo sabendo que é perigoso para Sophie encontrar-se com uma bruxa sem saber se esta está realmente do seu lado ou num plano para a apanhar, Zayn sabe que as suas sucessivas intervenções na anterior conversa coma bruxa desconhecida fizeram-na desconfiar ainda mais dele. O facto de bruxas e vampiros terem andado em guerra durante tantos anos criou barreiras entre estes, e os dois tipos de criaturas nunca foram capazes de criar confiança entre si. Se a bruxa já o achava suspeito, quando Zayn repetira que bruxas não era de confiança e nunca seriam, ela deve mesmo ter lutado contra os seus desejos que o matar naquele preciso momento.

- Tudo bem. – Rende-se Zayn. – Mas precisas de ter muito cuidado.

- Ainda bem que compreendes que é melhor assim. E eu vou ter cuidado. Vou ter todas as minhas defesas preparadas.

- Lembra-te de que ainda não sabes bem quem verdadeiramente és e do que és capaz.

- Pela Anne eu farei tudo. Vou lutar por ela, nem que seja a última coisa que eu faça.

Sophie volta ao quarto para pegar nas chaves do carro.

O elevador, que devia ser ocupado por, no máximo, 6 pessoas, leva no seu interior 10 pessoas, quando Sophie carrega no botão para chamar o elevador que vinha do andar quarto números acima do do seu quarto.

Quando a porta se abre e ela vê que ainda tem um minúsculo espaço para si, entra e encolhe-se um pouco. À medida que as portas se fecham, Sophie observa Zayn a olhar na sua direção, deixando de o ver assim que as portas se fecham por completo.

Já no parque de estacionamento, Sophie procura o seu carro, uma vez que não se lembra de onde o deixara. Decide abri-lo com o comando, e reconhece as luzes do seu carro ao longe, entre dois BMW novos, como se tivessem sido comprados recentemente.

OriginsOnde histórias criam vida. Descubra agora