Papai Rafael

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RAFAEL NARRANDO


Voltei para a escolinha da Belle o mais rápido possível, me encaminhei até um banco próximo a janela e me sentei lá. Vi seus olhinhos me procurando e acenei, sendo respondido com um sorriso largo dela. Ela voltou a sua atenção para a aula e eu peguei meu celular no bolso, ele estava vibrando sem parar.

– Oi – falei assim que atendi.

– Oi senhor Rafael – respondeu a Zoraide, minha secretária – Queria saber se o senhor vem para a empresa hoje.

– Vou sim, só não sei a hora, estou na escolinha da minha filha.

– Não sabia que o senhor tinha uma filha – ela falou com um tom de surpresa.

– Ela não é a minha filha, mas é filha da minha namorada – sorri ao pensar em quanto a Clara ia ficar louca de me ouvir chamando-a de "namorada" – É como se fosse. Então, é algo importante?

– Só o senhor Pietro queria saber para que o senhor analisasse a obra dele.

– Avisa a ele que na hora que a Belle sair, eu vou aí e o ajudo.

– Ok senhor, tenha um bom dia.

– Igualmente Zoraide.

Desliguei o celular e percebi que havia várias mensagens da Clara, todas perguntando se eu estava no colégio ou se a Belle já tinha me liberado, outra parte pedindo um milhão de desculpas por ter atrapalhado meu trabalho. Dei um riso ao ver a preocupação dela e respondi que a Belle estava bem e que ela não estava me atrapalhando.

Às 10 da manhã a professora pediu para que me chamassem na sala, todas as crianças já estavam com as mochilinhas na mão, inclusive a Isabelle.

– Senhor Rafael, achei incrível o que o senhor fez – ela comentou assim que me viu – A maioria dos pais não têm paciência de esperar por causa do trabalho.

– As crianças em primeiro lugar sempre – sorri.

– Meus parabéns! – ela então chamou a Belle, que veio correndo e segurou a minha mão – Bom, hoje eles vão ser liberados mais cedo por ser o primeiro dia, questão de adaptação, temos que ir com calma, mas a Isabelle já fez muitos amiguinhos né?

– É – ela sorriu.

– Tudo certo então – apertei a mão da professora para me despedir – Até mais, professora.

– Até mais – ela sorriu para a Belle – Tchau Isabelle.

– Tchau tia – ela retribuiu o sorriso e acenou para os amiguinhos – Tchau amiguinhos.

Todos responderam um "Tchau" em coro e acenaram para a Belle. Peguei a bolsa dela, segurei em sua mão e fui guiando-a até o carro, coloquei-a na cadeirinha, passei o cinto e entreguei a sua boneca. Dei partida e fomos em caminho da construtora.

– Gostou dos amiguinhos? – perguntei enquanto a olhava pelo retrovisor.

– Sim – ela respondeu com um sorriso – Eles são legais comigo.

– Isso é bom, princesa. Agora vamos na construtora do tio, tá? Lá eu te dou papel e caneta pra você se divertir enquanto eu resolvo uns trabalhos.

– Quero gagau – ela fez bico.

– Gagau? – sorri – Tudo bem, vou resolver isso.

Ao chegar na construtora, tirei-a do carro e nos encaminhamos para o elevador, todos que passavam por nós acenavam e Isabelle retribuía.

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