A dupla

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CLARA NARRANDO

Estacionei o carro em frente a casa do lago e de lá já pude ver o carro do Alex. Maldito! Ele estava na porta de entrada com um sorriso enorme no rosto.

– Seja bem vinda a minha casa! – ele abriu os braços.

– Não vim aqui para brincar! – cheguei perto, encarando-o – Eu quero a minha filha.

– Não seja esquentadinha, primeiro me dá um abraço, eu estava morrendo de saudade de você!

– Eu realmente desejo a sua morte agora, seu canalha!

Sua aparência mudou rapidamente, o sorriso sumiu, dando espaço para uma feição de ódio. De repente tudo aconteceu muito rápido, ele segurou minha cabeça e bateu contra a parede, então tudo se apagou.

Acordei em um dos quartos da casa, eu estava deitada na cama e minhas mãos amarradas atrás das minhas costas. Sentado em uma cadeira próxima a janela estava Alex com um enorme sorriso no rosto.

– Acordou, Bela Adormecida. Quer alguma coisa?

– Cadê a minha filha? – fiz força para sentar – Eu já estou aqui, não estou?

– Uma coisa de cada vez, princesa – ele cruzou uma perna sobre a outra e olhou pela janela – O dia amanheceu tão lindo!

– Foda-se o dia! EU QUERO A ISABELLE! – gritei, fazendo-o novamente me encarar e mudar a expressão do rosto. Tremi com medo de que ele fizesse algo com a gente, eu tinha acabado de perceber que eu não ia conseguir nada assim. – Por favor.

– Bem melhor – ele sorriu – Vou busca-la. Já volto.

Ele se aproximou e beijou minha testa, me deixando com uma vontade imensa de chuta-lo, mas me contive pelo bem da minha filha. Assim que ele saiu eu pude respirar fundo, já era dia e nada do Rafa, dos meus pais, da polícia. Será que eles não tinham ido pedir uma pista aos pais do Alex? Em poucos minutos o Alex chegou, ainda sozinho, veio até mim com uma faca na mão, instintivamente fechei meus olhos, mas ele apenas cortou as cordas que me prendiam.

– Pode trazer a Belle.

– Mamãe – ela correu direto para os meus braços. Abracei-a forte e comecei a chorar. Como era bom ter minha princesa nos meus braços de novo! – Quero casa.

– Nós vamos já já, meu amor. Eu prometo.

– Não deveria prometer em vão, querida Clara – a voz ecoou pelo quarto, fazendo-me perceber que não era apenas o Alex envolvido nisso.

– Eu deveria imaginar que tem dedo seu! Rafael nunca vai te perdoar por isso, nunca!

– Ele nunca vai saber, meu amor! – ela sentou na poltrona próxima a cama e sorriu – Alex, vai preparar as coisas e leva a pirralha para comer, não quero leva-la para o Rafael com fome.

– Não – ela choramingou e eu a apertei forte, não querendo que a tirassem de mim.

– Alex, por favor – implorei.

– Eu não vou machucar você – ele se abaixou para olhar a Belle – Vou só te levar para comer umas torradas e tomar Nescau – ele então olhou para mim – Eu juro, eu jamais ia machucar a Belle.

– É melhor que ela saia, você não vai querer que ela nos escute.

– Tá – suspirei – Amor, eu juro que ele não vai te machucar, se isso acontecer pode me gritar, eu sempre vou cuidar de você.

Mudança de PlanosOnde histórias criam vida. Descubra agora