Mudança de Planos

O pedido

Rafael narrando

Que eu estava nervoso era completamente nítido, mas a Clara estava tão emocionada com o casamento dos nossos amigos que nem chegou a me questionar nada. Com a desculpa de ir ao banheiro eu me afastei, dando início ao plano que eu, Bernardo e Lari estávamos planejando há muito tempo. Bernardo se aproximou da Clara e a tirou para dançar, segundos depois eu me encontrei com a Lari e fomos em direção ao palco. A banda tocou mais um pouco, dando tempo para que eu respirasse fundo e me preparasse para dar início a uma decisão muito importante na minha vida e na vida das minhas princesas Clara e Isabelle, eu desejava de todo coração chamar a Clara de minha mulher, não só por chamar, mas de papel passado e tudo, além de desejar de toda a alma ser o homem dela para a vida toda. Assim que a música silenciou, o Bernardo girou a Clara com cuidado, dando a ela total visibilidade do palco e do que estava prestes a acontecer.

– Oi amor – criei coragem e dei início ao que eu tinha planejado – Eu sei que você deve tá se perguntando como eu vim parar aqui, eu também me pergunto o mesmo, porque você sabe o quanto eu sou tímido – dei um sorriso sem graça, arrancando risos da Clara e dos demais presentes – Mas eu faço por você, porque você merece todo esse romantismo que eu tenho dentro de mim, esse romantismo que é todo seu – dei uma pausa e observei a reação dela, os olhos mareados, uma mão sobre a boca, ainda pasma e sem acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Tão linda! – A gente começou a nossa família de um jeito meio torto, de trás para frente, mas eu não poderia pedir uma família mais linda, abençoada e cheia de amor. Eu quero todo dia acordar para fazer vocês duas, as minhas duas princesas, as mulheres mais felizes do mundo. Eu quero sempre estar ao lado de vocês, protegendo-as e enchendo-as de mimo, de carinho e de amor. Quero ser teu homem para sempre e quero que você seja a minha mulher, mais do que nós já somos um do outro. Eu quero oficializar nossa união, quero você, a Belle, nosso lar, mais um filho e um cachorrinho – ela riu e balançou a cabeça, concordando com cada palavra que eu havia dito até agora – Clarinha, você quer casar comigo?

As lágrimas molhavam o rosto dela, mas o sorriso lindo não saiu de lá um segundo. Entreguei o microfone para a Larissa e desci do palco, indo de encontro a ela, o refletor foi seguindo a gente, até porque todos os convidados queriam saber a resposta. Cheguei até ela e me ajoelhei, abrindo a pequena caixinha onde estava um anel de noivado lindo, e peguei a sua mão, aguardando ansioso por uma resposta.

– É claro que eu quero! – ela respondeu, segurando a minha mão e pedindo para que eu me levantasse – Eu já sou sua.

– E eu já sou seu – segurei a sua mão e coloquei o anel no seu dedo anelar da mão direita, onde já havia uma aliança de compromisso que nós dois já usávamos desde alguns meses atrás – Eu te amo.

– Eu amo você.

Logo iniciamos um beijo calmo, que foi seguido das palmas de todos os presentes. Encerramos com um selinho e ela me abraçou forte, encostando sua cabeça no meu peito. Passei a mão no seu cabelo e beijei o topo da sua cabeça.

– Linda. Tão linda – repeti, lembrando da nossa primeira noite juntos onde a Belle foi concebida e lembrando da nossa primeira noite juntos depois da boate. Isso arrancou risos dela.

– Vão casar! Vão casar! – a Belle veio correndo até onde estávamos e nos abraçou pelas pernas.

– Olha quem apareceu! – peguei-a no colo, colocando-a entre nós dois – Você tá feliz, princesa?

– Muito feliz – ela bateu palminhas e sorriu – Posso ser daminha?

– Deixa eu pensar – a Clara brincou e olhou para mim – O que você acha, meu noivo?

– Eu acho que não existe daminha mais linda, minha noiva – dei um cheiro na Belle, arrancando risos dela – É claro que você vai ser nossa daminha!

– Eu amo vocês – ela levantou os dois bracinhos e colocou em volta do meu pescoço e do da Belle – Papai e mamãe.

– E nós amamos você demais, princesa linda! – Clara disse e dei um beijo bem demorado na bochecha da Belle.

– Agora a gente pode comer docinho? – Belle levou suas mãozinhas para a barriga – Eu quero.