Contando ao amigo

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RAFAEL NARRANDO


– Cara, elas foram fofocar – Bernardo riu – Vão demorar um pouco.

– Pior que foram mesmo – sentei no sofá oposto ao que o Bernardo estava – Quero contar uma coisa, cara.

– O que foi?

– Eu tô ficando com a Clara – falei com um sorriso besta no rosto.

– Como é que é? – ele arqueou a sobrancelha – Desde quando?

– Desde ontem a noite. Eu a vi dando moral para um idiota lá na Caandes, eu a tirei de perto dele, comecei a discutir com ela e acabei beijando-a.

– Nem sei o que dizer! – ele deu um sorriso, mas logo desfez – Na realidade eu sei, não vai magoar a Clarinha, por favor. Só a gente sabe o quanto ela sofreu por causa daquele Alex.

– Eu jamais magoaria a Clara, eu a amo demais pra machuca-la.

– Mas que tipo de amor? Você não tá confundindo as coisas?

– Sinceramente, não. A Clara sempre esteve ao meu lado, sempre me apoiou em tudo, ela sabe do que eu gosto e do que eu não gosto, eu a conheço por completo e sempre a amei – expliquei – Mas antes tinha a Priscila, entende? Ela ficava no meu pé e eu acabava não resistindo.

– Sei bem – ele revirou os olhos – Nunca gostei dela.

– Pelo visto ninguém gostava – sorri – Enfim, a Priscila não me deixava enxergar a mulher maravilhosa que eu tinha ao meu lado – novamente senti o sorriso bobo se formar em meus lábios – Esses quase dois meses ao lado dela foram incríveis! Eu me senti bem, senti que aqui é o meu lugar e é aqui que eu quero ficar! Quero ficar com a Clara e com a Belle.

– Irmão, tô sem palavras, sério! Eu nunca te vi falando assim nem da Priscila.

– Vai ver com a Priscila não era amor, era só desejo, uma paixão forte. Com a Clara é diferente, eu tenho visão de futuro com ela.

– Então eu te desejo os parabéns, amigo – ele me cumprimentou com um toque de mãos – Que você sejam felizes, mas lembre-se, se magoar a Clara, eu esqueço que sou teu amigo só pra ter dar uns murros.

– Relaxa, não vai precisar – balancei a cabeça e gargalhei.

Ficamos jogando conversa fora por mais algum tempo, Bernardo aproveitou para contar como era Nova York e como tinha sido incrível conhece-la ao lado da Larissa, agora sua noiva. Depois de um bom tempo as meninas voltaram para a sala.

– O papo tá ótimo, mas nós temos que ir, né amor?

– É sim, estamos super cansados da viagem – Bernardo concordou com a Larissa.

– E amanhã vamos começar a organizar o jantar de noivado – Lari comemorou – Depois disso vamos começar a preparar o casamento.

– Eu estarei ajudando em tudo – Clara disse – Sei que vocês não ousariam recusar minha opinião.

– Jamais, amiga – Lari abraçou a Clara – Você é a melhor organizadora de festas que eu conheço, óbvio que vai nos ajudar!

– Muito bem! – Clara sorriu.

– Bom, vamos lá – Bernardo falou enquanto dava um beijo na Clara, em seguida um toque de mãos comigo – Boa noite, casal!

– Boa noite meus queridos – Lari deu um beijo em nós e foi saindo, seguida pelo Bernardo.

Clara se jogou no sofá, colocando uma cabeça em um lado e os pés do outro lado, esticando-se por completo, enquanto eu trancava a porta. Fui até ela e levantei seus pés para que eu sentasse, coloquei seus pés em meu colo e comecei a fazer massagem.

– Eu precisava mesmo disso – ela disse manhosa – Só de pensar que amanhã começo a estudar já me canso.

– Verdade, você tem que ir descansar.

– Pior que tenho mesmo, vou acordar mais cedo para arrumar a Belle, amanhã ela começa a estudar também.

– Uma mocinha – sorri – Que horas começa lá?

– A aula dela começa às 7 e meia, minha faculdade às 8 – ela disse.

– Eu até me ofereceria para ir com vocês, mas não quero me meter nesse dia de mãe e filha.

– Você iria mesmo? – ela levantou-se e ficou de joelho no sofá – Vamos com a gente, por favor.

– Eu posso? – dei um sorriso e ela assentiu – Então eu vou!

– Obrigada – ela suspirou – Agora tenho que pensar na saída. Não sei como vai ser, porque ela sai 11:20, minhas aulas só encerram umas 11:40, por aí. Tenho que ver com meu pai se ele pode busca-la.

– Vamos fazer o seguinte, eu a pego e levo para a empresa que fica na rua de trás, quando você sair é só me dar um toque que eu te pego – fiz um carinho em seu rosto – A faculdade fica a umas 3 quadras da construtora, né?

– Isso – ela pulou em meu colo, abraçando-me – Você é um amor.

– Você merece que eu seja – dei um sorriso e juntei nossos lábios em um selinho demorado – Vai ficar bem sozinha aqui? Posso ficar se quiser.

– Vou ficar bem, não se preocupe – ela fez carinho meu rosto com o polegar – Vai descansar para estar disposto amanhã. Vem pra cá que horas?

– 6 horas eu tô aqui, você arruma a Belle enquanto preparo nosso café, pode ser?

– Você é incrível! – ela gargalhou – Te espero aqui as 6 da manhã, ok?

– Ok, amor. Agora me dá um beijo de despedida.

Trocamos mais alguns beijos, alguns mais calmos, outros mais quentes, e quando percebi que já estava me animando, encerrei com alguns selinhos, me despedi e segui para a minha casa.

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