Vamos pensar na proposta

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Sophia

Estávamos todos muito apreensivos, pois a demora por notícias foi enorme.
–Familiares da Larissa, por gentileza. –o médico gritou assim que cruzou a recepção e levantamos a mão para que ele viesse em nossa direção.
–O que ela teve, doutor? Ela está bem? –perguntei muito preocupada.
–Bem, antes de tudo, eu preciso me apresentar. Eu sou o doutor Vitor Mendes e estou responsável pelo caso dela. O que me foi passado previamente foi que a Larissa tinha uma doença de risco vital e que a situação era bastante preocupante. Mas eu não sabia qual era a doença, porque ninguém sabia o nome, mas meu faro não me enganou, pois sou especialista no assunto. –eu achei ele um folgado, ele nem sabe o que minha filha tem. Demorou quase um mês o diagnóstico dela.
–Mas o senhor nem sabe ao certo o que minha filha tem. –eu disse na lata.
–Senhora, me desculpe ser tão direto e não falar direito. Mas eu cuido dos pacientes que tem a mesma doença da sua filha por volta de 15 anos. Sei que se trata de uma doença rara e de difícil recuperação. Eu não sei se foi ironia do destino ou alguma providência, eu só sei que ela parou nas minhas mãos. Não é questão de se amostrar, mas sou um dos médicos de referência no assunto no mundo. –ele disse com tanta certeza, clareza, que eu me surpreendi.
–Não é possível! Que benção! –meu marido falou imediatamente ao se deparar com as informações que o médico dizia.
–Eu trato de pessoas de todas partes do mundo, mas minha paixão é emergência e não abro mão de estar aqui nos plantões. A sua filha poderia ir a óbito se recebesse alguma medicação errada diante desse quadro, mas recebeu a certa, ela está bem e até já está brigando com o namorado. –falou rindo.
–Não me fale que ela quase morre se não fosse o senhor, eu não quero perder a minha menina.
–Perder para o quê? Se for perder para o Luan, a senhora já perdeu, porque o casamento vai sair a qualquer bjora dessas. Mas se for para a doença, eu te digo que por mais complicado e com as probabilidades negativas que ela traz, sua filha pode sair dessa muito bem. –ele fala com tanta confiança que eu fico impressionada.
–A gente pode ir ver ela? –a Bruna pergunta ao médico.
–Claro que sim, mas terão que se dividirem em dois grupos para não lotar o quarto. –ele responde preenchendo algo na folha da prancheta.
–Doutor Vitor, só te peço que não conte a ela sobre essa doença e nem sobre a gravidade. Não achamos que seja o momento. –o Marcos lembrou de comentar sobre isso.
–Claro, eu respeito a decisão de vocês, mas contem logo, porque precisamos iniciar o tratamento imediatamente. –ele fala simpático.
Decidimos que eu e o Marcos entraríamos primeiro e o médico nos conduziu até o quarto.
–Licença, atrapalhamos os pombinhos? –o Marcos falou ao entrar.
–Óbvio que não! Podem entrar e se sentarem aí na poltrona. –a Lari fala animada e nem parece que deu mais um susto.
–Vocês dois ainda vão me matar do coração. Pode ter certeza! –desabafo.
–Mãe, eu só quero deixar bem claro que isso foi um acidente.
–Eu espero que não se repita. –falei firme. –Se eu visse o Luan há uma hora atrás, eu não sei se estaria vivo agora. Desculpe-me pelas palavras no telefone.
–Não precisa disso, Sophia. Eu tive minha parcela de culpa. –ele disse calmo.
–Parem com essa história. Eu só quero ir embora daqui, comer uma pizza e deitar na cama da minha casa. –Larissa fala da sua forma espontânea e eu fico perplexa que essa menina não leva nada a sério.
–Acho impossível. –Luan fala a ela.
–Então, Larissa, você está bem melhor, como fui com a sua cara, eu vou te liberar amanhã cedinho. –o médico se meteu no assunto.
–Eu quero ir embora agora, doutor. Eu estou ótima. –ela insistiu.
–Infelizmente, querer não é poder, e nem vai demorar, pois já são 3 horas da manhã. –o médico deu o aval final.
–Eu vou lá na recepção para a Bruna e os meninos darem uma passada aqui, e depois eu volto para dormir com você. –digo indo dar um beijo nela.
–Eu vou acompanhar a sua mãe para o pessoal consegui entrar. –o Marcos também disse se despedindo.

Está diante dessa situação me deixou muito nervoso em perder a minha menina e com os próximos capítulos do quadro dela, mas pelo menos eu me sentia menos culpado

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Está diante dessa situação me deixou muito nervoso em perder a minha menina e com os próximos capítulos do quadro dela, mas pelo menos eu me sentia menos culpado. Minha irmã entrou feito um furacão no quarto.
–Cunha, não me faça ter um ataque cardíaco de novo, por favor. –ela disse indo beijar a Lari.
–Pois é, mocinha! Ah, e também ande com uma placa dizendo que não pode ingerir álcool, pois eu não poderia imaginar.–o Bruno completou.
–Aconteceu, gente, eu também senti o gosto e mandei tudo para dentro por conta da bad que bateu. Da próxima tomarei mais cuidado e serei mais prudente.
–Eu vou tomar juízo e não vou permitir que você faça alguma coisa igual a hoje. –falei e todo mundo riu, até parece que eu não sou capaz de ter maturidade.
–Acabei com a party de vocês. –Lari disse frustrada.
–Sem essa, o importante é a sua recuperação. –Bruna disse fazendo todo mundo concordar.
–Obrigada a todos vocês. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava pessoas tão prestativas assim, principalmente aqui no Brasil. –todos nos abraçamos ao redor dela, tomando cuidado com o equipo de medicação.
–Que cena linda, gente! Mas vim avisar que a mocinha precisa descansar. –o médico falou na porta do quarto fazendo a Larissa reclamar. –Sem drama, Larissa.
–Eu quero ficar. –disse a Larissa.
–Amor, deixa a minha mãe, aliás, você tem show amanhã, uma ressaca para cuidar e tem que estar descansado. –ela disse sincera, e acabei concordando e a beijando.
–Eu vou na casa da sua avó antes de viajar.
–Pode ser! Beijos! Eu amo você!
–Eu também te amo! –digo me despendido com o coração partido.
–Luan, me aguarda lá fora com os pais dela. Nós vamos conversar. – o médico falou e fiquei apreensivo.
Enquanto o médico não vinha os pais de Larissa me adiantaram o possível motivo da conversa e quando eu estava louco com o caos o médico chegou.
–Então,eu acho que todos os três e eu já sabemos o caso da Larissa e a gravidade da coisa. Logo, eu venho informar que seis uma honra e uma excelente experiência cuidar do caso. –ele falava muito atencioso e por mim, seria ele mesmo.
–Mas não moramos aqui, o senhor não iria para Inglaterra atrás da minha menina. –a Sophia disse.
–Não precisaria,tem como ela fazer aqui na cidade. –ele continuou calmo.
–Mas a nossa vida é lá, ela tem a faculdade e os amigos lá. –eu me senti excluído com o comentário do Marcos, mas fingi demência.
–Lamento informar, mas eu tenho quase convicção que ela não vai conseguir conciliar a faculdade e o tratamento. Aqui pelo que vi ela também tem amigos, tem o namorado e provavelmente a família. Eu acho bem preferível. –o médico falou e eu sorri com o comentário.
–Mas lá todo o tratamento dela é gratuito. –Sophia argumentou.
–Dinheiro não é nenhum problema, se for o caso, eu pago tudo. Eu concordo com o doutor, ainda mais porque vocês mesmo falaram que ele é um dos melhores e está empenhado no caso. –me posiciono.
–Eu só cumpro o meu papel como médico. –ele disse tímido.
–Admito que o senhor está mostrando ser um excelente profissional,pois de cara identificou uma doença dita rara sem exames complementares. Mas eu ainda não sei o que eu posso fazer. –Sophia era muito difícil de lidar.
–Pense melhor, já sabem onde me encontrar. Mas repito que o quanto antes começarmos será melhor. A respeito do pagamento, já me certifiquei que o convênio paga e cabe apenas a decisão geográfica de vocês. Se for lá, posso ajudar de longe. –o médico continuou prestativo.
–Vamos pensar na proposta. –Marcos falou e senti que ele tentaria convencer a Sophia.

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