Estamos nessa pelo poder

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Campo XIII; Sábado (três anos antes); 15h30

-Qual é a minha cor preferida? -A garota perguntou com um sorriso no rosto e Shawn franziu as sobrancelhas para pensar, brincando com as pontas de seus dedos entrelaçados enquanto admiravam o céu, deitados na grama do grande quintal.

-Azul? -Ele fez uma careta fingindo chutar e ela largou sua mão num revirar de olhos, dando-lhe um tapa na barriga que só o fez rir.

-Não é porque azul é a sua cor preferida que vai ser a de todo mundo. -Ela respondeu emburrada e ele a encarou de soslaio, achando linda a forma como ela franzia as sobrancelhas e inflava as narinas toda emburradinha.

-Como é que você sabe que essa é a minha cor preferida?

-Eu presto atenção em você.

-Eu também presto atenção em você! -E prestava mesmo, toda a sua atenção sempre pertencia à ela.

-Não presta nada, se prestasse saberia a minha cor preferida...

-Mas eu sei.

-Não é azul!

-É branco.

Lizzie abriu e fechou a boca diversas vezes num crispar de olhos, encarando-o interrogativamente e vendo surgir um sorriso enorme em seus lábios. O garoto levantou os ombros encarando-a de forma divertida e ela fechou a cara mais ainda, cruzando os braços.

-Por que você não disse de primeira? -Ela perguntou desconfiada e ele mordeu o lábio inferior para conter o sorriso.

-Porque toda vez que eu erro, você fica linda toda irritadinha.

-Vai-te à merda, Shawn! -Lizzie bradou numa carranca, empurrando-o com força antes de levantar e sair andando em passos firmes na grama recém cortada em direção à casa.

-Lizzie! -Ele gritou, levantando todo desengonçado atrás dela.- Espera, Lizzie! Eu tava brincando!

-Pois vá brincar com a sua mãe!

Shawn cerrou os lábios para segurar a risada, correndo todo tronxo na direção da garota que seguia em seus passos firmes sem olhar para trás. Era sempre assim. Quando estava perto o suficiente, puxou-a pelo braço de forma a fazer com que ela virasse bruscamente em sua direção, e quando ela o fez, abaixou a cabeça para desviar do tapa que sempre vinha e passou os braços por sua cintura, trazendo-a para si.

-Sabe, eu não acho que minha mãe gostaria desse tipo de brincadeira. -Ele murmurou se aproximando, encarando fixamente a boca da garota que segurou seu rosto com força, apertando-o entre a mão, fazendo com que ele soltasse um guincho de dor.

-Se você me chamar de estressadinha outra vez...

-Como fe vofê não foffe. -Ele tentou murmurar enquanto ela apertava seu rosto e ao terminar a frase, sentiu o aperto intensificar ainda mais.- Ouch! Tá doendo!

-É pra doer mesmo! -Ela balançou um pouco seu rosto antes de soltá-lo e dar um leve tapa em sua face.- Você é péssimo, sabia? -Shawn assentiu com veemência e revirou os olhos antes de passar os braços por seus ombros, aproximando-se ainda mais dele.- Eu realmente não sei porque ainda perco meus dias na sua companhia.

-Porque mesmo eu sendo péssimo, ridículo e infantil -Ele sorriu ao usar as palavras que ela sempre usava.- você me ama.

-Amo?

-Ama. -Ele apertou ainda mais o abraço na cintura da garota, colando totalmente seus corpos.- Se não, não teria aceitado ser minha namorada.

As Galáxias de UranoOnde histórias criam vida. Descubra agora