Capítulo 25

37 3 0
                                    

Sugestão: Lego House - Ed Sheeran, está na multimédia. Boa leitura
------------------

Ashley POV

Já passou pelo menos 5 dias, não sei bem, mas acho que foi mais ou menos isso. 

Continuo no mesmo quarto, degradado, sujo e com mau cheiro, com apenas uma cama simples e folhas de papel de jornal pelo chão. Á dias deram-me umas calças rotas para eu vestir porque o facto da janela estar partida estava-me a meter doente e estava a começar a ficar com febre. 

Raramente eles me dão de comer, e só como se aquela mulher, que não sei quem é, nem de onde vem estiver de bom humor. Ela não me diz quem é, e está sempre a falar do noivo dela, mas não sei quem é e sempre que lhe pergunto quem é levo sempre um estalo e diz para parar de me fazer de ingénua e sou a única que está a fazer figura de parva. Eu não lhe respondo, já á uns dias que não lhe respondo e ela manda os ajudantes dela baterem-me. Estou toda pisada e com nódoas negras, e o Harry? Bem, eu não sei dele, se calhar nem sentiu a minha falta ou se sentiu desistiu de mim. 

O frio é horrível, e o calor do meu corpo já não é suficiente. De vez enquanto, sem a super visão da mulher os armários dela vem violar-me, é horrível e nojento. Só tomei uma vez banho, porque um dos armários dela tem pena de mim, o seu nome é Nate. Ele alimenta-me sempre que pode e á noite vem falar comigo.

Ele é um pouco estranho, bem ele é simpático, agradável, mas não sei... parece que está sempre a puxar-me para falar da minha vida, mas eu tento sempre fugir a esse assunto. Ele parece-me um pouco suspeito, eu sei que não devia estar a pensar isto dele porque ele é o único que me está a ajudar mas não sei... algo me diz para não confiar nele a 100%.

O som da porta ser aberta com brutalidade assusta-me.

"Vamos" um gorila pega-me pelo ombro e sai comigo do quarto. Não digo nada e deixo-o levar-me, pois já sei que não ia valer de nada espernear, nem gritar para ele me largar.

Ele sai da casa velha e mais outros dois armários, levantam-se do sofá roto com os cigarros e seguem-no e entram num carrinha e mandam-me para dentro da carrinha.

Para onde é que eles me vão levar? De certeza que foi a mulher que lhes deu as ordens para me levar a algum lado, mas o medo que já á bastante tempo me tinha abandonado por já esperar algo deles voltar a percorrer-me e a lágrima que já não sai á algum tempo foge. Encolho-me na parte de trás da carrinha escura e vazia olhando para o escuro e pensando em tudo de mal que me poderá acontecer agora. Sinto-me adormecer.

(...)

Umas mãos agarram-nos meus braços e puxam-me. 

Abro os olhos e vejo dois "armários" tirarem-me da carrinha e vejo que afinal não era um pesadelo. Devia de ser de manhã e nesta rua não havia quase movimento nenhum, eles puxam-me para dentro do edifício e noto que era um bar vazio apenas com um rapaz moreno, e cabelo escuro, com várias tatuagens nos braços por de trás do balcão.

"A Marie?" um dos "armários" que me segurava nos braços pergunta ao rapaz moreno que estava atrás do balcão a limpar os copos com um pano laranja.

O bar era preto e vermelho, com vários sofás e mesas e um largo para dançar. Era grande e o balcão tinha várias cadeiras, em que a estante estava cheia de bebidas alcoólicas. As mesas eram castanhas e por cima tinha cinzeiros com ainda alguns copos e o que mais me assustou foi quando olhei para o palco que tinha. O palco era daqueles de stripers, com varão e luzes e um pano vermelho por trás.

"Está no escritório, ela disse para a levares para o galpão com as outras" ele disse olhando para nós três de relance.

Eles dão meia volta, agarrados a mim e dirigem-me á porta. Damos a volta ao bar e atrás tinha do tipo uns anexos já usados, no meio de uma floresta desabitada.

"Apresentámos-te ao teu novo lar, querida" um dos "armários" vai abrir o portão e o que vejo deixa-me chocada.

É um lugar enorme, preenchido por colchões no chão e roupas espalhadas com malas. Há mulheres por todos os lados com o seu olhar direccionado a mim olhando-me de cima a baixo. Umas com cara de nojo, outras indiferentes á minha existência, com pena e umas sem expressão. No cimo do galpão tinha janelas, o que fazia com que este tivesse pouca luz. As paredes eram brancas e as raparigas estavam num estado lastimável, mas havia umas com ar de superiores.

Eles mandam-me para dentro e fecham a porta.

"Como te chamas?" umas delas pergunto.

"Tu não és aquela da Vitoria's Secret?" outra pergunta.

"Sim, ela é aquela que apareceu na capa"

"Eu não acredito. Tu és a que se meteu com o noivo da patroa" uma outra diz e chama-me a atenção. Patroa? Elas sabem o que se passou? 

Todas olham chocadas para mim depois desta afirmação.

"CALOU" ouço uma gritar e sai do meio delas, olhando-me séria e vem para perto de mim. "Ashley Benson, não é mesmo?" ela dá a volta a mim, sempre olhando-me. Ela era loira, com olhos castanhos, um pouco mais alta que eu e tinha vestido um top com a barriga quase toda amostra e a saia mostrava toda as suas pernas.

"Sim" sussurro e olho para o chão. Eu estava a odiar tê-las a olhar para mim.

"Bem-vinda ao inferno, onde vais ser usada a toda a hora. Não te metas com nenhuma que também não nos iremos meter contigo, a tua cama é ali" ela aponta para o canto mais afastado com um colchão e uns lençóis finos. "DISPERSEM" ela volta a gritar e afasta-se comigo e todas as outras voltam aos seus lugares.

Olho á minha volta e vou para o colchão que a loira me tinha dito. Sento-me e olho para as raparigas que estavam nos colchões cola ao meu. Umas liam, outras falavam, e outras maquilhavam-se como se aquilo já fosse normal para elas e já estivessem habituadas a esta vida.

Uma rapariga com cabelo preto pelos ombros e roupas largas caminha na minha direcção.

"Posso?" ela aponta para o meu colchão ao meu lado.

"Sim" afasto-me para deixá-la sentar-se.

"Kylie" ela estende a mão.

"Ashley" e cumprimento-a.

The Past |HARRY STYLES|Onde histórias criam vida. Descubra agora