3 - Que carro...

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Chegámos a tal mansão onde a Maria tinha ficado esta manhã e avisto três bombas estacionadas bem na porta, nada de mais, somente um Maserati Granturismo, Audi R8 e um Dodge Viper... coisa berata. Desde pequena que sempre fui doida por carros, acho que foi o meu pai que me influenciou lembro de passear com ele de carro e apostarmos quem acertava no modelo e ano de fabrico das outras viaturas. Estaciono, enquanto Tara vai chamar a tia, saio do meu novo brinquedo e vou matar o desejo de ver de perto as beldades e espreitei o seu interior, passei a mão na pintura brilhante e foquei a minha atenção em cada detalhe, o meu pai já adorar estar aqui agora, são de morrer de inveja...

— Gostas do que vês? - Oiço uma voz masculina e dou um pulo de susto.

— Ah...sim são fantásticos, desculpa mas a minha curiosidade levou a melhor. Sou a Mel! - estendi a mão para cumprimentar o estranho.

— O teu brinquedo também é engraçado mas normalmente não é apreciado por raparigas. - Ele olha para a minha pick up e em seguida para mim - Mas conhecemo-nos?

— Vim buscar a Maria, estou hospedada em casa dela. Estes meninos são de tirar o fôlego! - Desvio o olhar do homem na minha frente que tem um olhar hipnotizante.

— Uma mulher que gosta de carros? Isso é a junção interessante! - Ele cruza os braços e tu.

— Não, perfeito é ter um destes meninos na minha mão mas por enquanto não me queixo da minha menina. - vou em direcção à carrinha.

— Queres entrar? Podes ir ter com a Maria ela está na cozinha - Ele aponta para a casa.

— Não obrigado espero aqui. - olho para a varanda do primeiro andar e vejo dois casais a olhar para nós. Se alguns demonstram curiosidade uma mulher em especial olha para mim como se fosse sua rival. Haja paciência para mulheres assim!

Fico a pensar, quem será o homem que me falou? Claramente um novo rico com os seus amigos riquinhos, as namoradas supérfluas e materialistas, deve ter mais dez anos que eu, não é lindo de morrer mas é interessante, um pouco musculado de mais, olhar intenso, um perfume masculo, mas...

— Vejo que já conheceste o Mark, ele e a irmã são os meus patrões. São como meus filhos. - diz a Maria orgulhosa.

— Sim acabamos de nos conhecer, agora vamos?

Chegámos a casa e Julio já esperava por nós, ele sabe sempre onde são as melhores festas da noite e por isso revelou que hoje iria levar-nos a uma delas numa discoteca muito conhecida, conseguiu entradas a contar connosco. A Tara adorou a ideia claro mas eu nem tanto, a Maria não se opôs no entanto informou que eu estava proibida de beber caso fosse de carro, isso era algo de que tinha noção. Claro que preferi ir de táxi, ninguém vai a uma discoteca beber água e sumos certo? Jantámos e subimos para trocar de roupa, o melhor passatempo de Tara, a vaidosa da família. Claro que o ela escolheu a minha roupa o que não me agradava, a sua escolha foram calças de pele justas, top justo meio transparente e botas altas, a maquilhagem também ficou por conta dela e optei por cabelo solto, não é bem o meu estilo mas até que gostei de me ver ao espelho, eu sempre fui a menina dans calças desportivas e t-shirt, é altura de mudar um pouco. O Júlio bate à porta e pede para nos despachamos, coitado quando ele conhecer a Tara vai ver que isso é quase impossível, nunca chegamos a horas a lugar nenhum com a nossa prima. Despedimo-nos da Maria e aguardamos o táxi, bate meia noite quando entramos na zona VIP com Júlio e alguns dos seus amigos que já estavam à nossa espera na entrada na boate. Feitas as apresentações fomos dançar claro, a discoteca estava cheia e tive de deixar Tara na pista e ir ao bar, o barman não tem mãos a medir por isso vou já pedir uma bebida também para ela e poupar uma viagem, está uma locura e já estou prestes a desistir quando oiço uma voz familiar...

— Por aqui Mel?

— Mark? É isso? - fiquei sem jeito, quase me esqueci do nome do homem.

— Então a Maria deixou as suas meninas saírem? - Como ele sabe que estou com a Tara?

— Sim foi o Júlio, o filho dela que nos convidou.

— Bem, estou ali! - apontou para um canto com duas mesas cheias de pessoas - Se precisares algo diz!

— Obrigado mas não será necessário!

Finalmente as bebidas estão nas minhas mãos, vou até à mesa onde os amigos de Júlio conversam, a Tara está na pista e uma das nossas músicas preferidas começa a tocar " What I did for love - David Guetta", claro que fui para a pista e arrastei o Júlio. Somos bailarinas, a música estava no nosso ADN, tínhamos coreografias nossas, por isso fizemos o que sabemos fazer melhor... Quando a música acabou é que reparamos que a pista era só nossa e os aplausos são para nós, regressámos à mesa para dar descanso aos pés e ao corpo, o suor escorria pelas minhas costas, estava mesmo a precisar da tal bebida que ainda não tive oportunidade de saborear.

Bastou colocar o meu traseiro no sofá para Jorge (dono da discoteca) aparecer, sinto a presença de alguém ao meu lado e olho para cima para encarar um homem muito bonito, um loiro barbudo de olhos azuis, corpo bem feito e sorriso de arrasar! Ele é...bom, muito mesmo.

— Olá miúdas, sou o Jorge, sou o proprietário da discoteca e gostaria de agradecer o espetáculo.

— Obrigado!

— Por hoje as bebidas são por conta da casa mas gostava de falar de negócios com as duas. - A Tara ficou toda entusiasmada e eu a ponderada não mostrei interesse.

— Que tal dar-me o seu cartão para depois contatarmos?

— Está a falar a sério, qualquer miúda no vosso lugar ficaria histérica. - Olha como eu adivinhei o seu jogo.

— Pois mas nós não somos umas miúdas quaisquer.

Levantei-me tirei o cartão que ele tinha na mão com o número de telefone e fui ao bar, Mark foi ter comigo expressamente para me falar, perguntou se o Jorge estava a ser indelicado, agradeci a preocupação mas pedi que não perdesse tempo connosco, eu sei cuidar de mim e de Tara, sempre soube! Ele pensa que eu preciso de um monte de músculos para me terem respeito? Oh santa ignorância! Continuamos a dançar até não poder mais, sempre a sentir olhares cravados em nós, o tal Mark e a sua namorada a tal que eu vi na varanda da casa continuavam a controlar cada movimento nosso.

Dancando para ti...também (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora