17 - Noite de gala

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Hoje haverá um jantar de gala e Jo insiste que a acompanhe, embora seu par seja Brian e Mark ela quer que a acompanhe, odeio este tipo de jantares, são sempre aborrecidos.

— Bem, então preciso de passar numa loja para comprar algo adequado.

— Sim também preciso ir buscar o meu vestido, vou só buscar a minha as bolsa. - Jo parecia entusiasmada com o evento.

Chegámos a uma loja de vestidos de cerimónia, para mim é um exagero tantos brilhos e apetrechos mas a Jo conhece o dono que tem uma pessoa que desenha os vestidos. Pede que encontre um vestido para mim, simples mas deslumbrante, fui chamada minutos depois ao gabinete de provas e não acredito no que vejo. Acabo de exprimentar um vestido amarelo canário de cetim, todo justo com cauda de sereia e numa da laterais tem uma tribal dos pés até debaixo do braço toda transparente ou seja uma das laterais do vestido iria mostrar parcialmente o meu corpo. Na verdade amei o vestido, é selagem e o resultado agrada-me.

— Vá lá Mel, sai daí! Quero ver-te! - saí da cabine para encarar Jo e o dono desta obra de arte.

— Oh MEU DEUS... que estrondo! - ambos estão de olhos arregalados.

— Confesso que o adorei! - ele ficou calado.

— Só tu para conseguires ficar tão bem com algo tão atrevido! Vai despir-te falta os sapatos.

O vestido foi um balúrdio, os sapatos foram de fácil escolha; pretos, bem altos e simples.

Já não teria tempo de ir a casa por isso tomei banho na casa de Jo, a maquilhagem não foi para além de um eyeliner preto e rimel. Fiz uma trança rabo de peixe a cair para o lado direito, graças a deus consegui comprar umas cuecas com as laterais em celicone e assim não era visível pela transparência lateral. Coloquei o meu vestido, os sapatos e estou pronta! Vou até ao quarto da Jo, está linda com um vestido preto sem costas e com muita roda, vai até aos tornozelos deixando a hipótese de admirar os lindos sapatos vermelhos, tem o cabelo apanhado e parece uma princesa. Quando vamos descer volto para trás, esqueci a bolsa, ao regressar a sala oiço Mark a falar a Brian...

— Diz-me se não tenho a irmã mais linda do mundo?

— Obrigado mas falta verem a outra princesa! - diz Jo entusiasmada - Mel despacha-te!

— Vou já - respiro fundo e desço devagar com medo de cair daqueles saltos.

— Fecha a boca Mark! - Desta vez é Brian que fala.

— Vamos ou vais ficar ao a babar-te? - diz Jo para o irmão já a abrir a porta da rua.

Acho que consegui impressiona-lo, sinto os olhos cravados no meu corpo e ao que parece ficou mudo. Durante todo o caminho o ambiente foi constrangedor, desta vez a viagem seria numa limusina, a Jo não parava de falar, Mark não tirava os olhos de mim, eu fingia não ver e Brian olhava para nós como se percebesse que algo se passava. A festa estava linda mas como imaginei cheia de gente chata, dez minutos depois de chegar e já estava entediada, ao chegar à mesa Mark sussurrou ao meu ouvido:

— Estás deslumbrante!

As suas palavras abalaram-me, depois de jantar fui apresentada a algumas pessoa da festa, Jo fazia questão que andassemos a desfilar com os nossos vestidos. Cada vez que algum homem metia conversa comigo, Mark aparecia e fazia questão de aparecer mais perto e de alguma forma afasta-los, era cómico. A música começou a tocar e fui eu que o convidei a abrir a pista, era uma balada perfeita " Wonderful Tonight - Michael Bublé ft Ivan Lins". Adorei estar assim tão perto do seu corpo e do seu cheiro, sorri maravilhada com a ideia de o ter novamente disponível para mim. Dançámos mais um pouco mas não era ali que queria estar, não com tanta gente, queria estar só com ele e este vestido não me deixa passar despercebida.

— Mark? - Estou esticada para lhe chegar mais perto do ouvido.

— Sim?

— Leva-me embora, quero estar só contigo! - É o homem mais complicado que conheço, está a olhar para mim como se fosse um extra terrestre.

— Sim, vamos! - fomos avisar Jo e Brian e voltámos na limusina.

A primeira coisa que fiz ao entrar em casa, foi tirar aqueles saltos horríveis, Mark fechou a porta e ficou parado a admirar-me, ele conseguia deixar-me sem saber o que fazer com o seu olhar tão intenso...

— Sabes, que tenho uma pergunta para fazer desde que te vi com esse vestido?

— Qual é?

— Tens alguma coisa por baixo desse vestido? - Pergunta enquanto atira o casaco para cima do sofá.

— Queres saber? - faço uma cara pensativa. - Tenta descobrir.

— Eu vou tratar disso, já! - Começa a caminhar até mim.

— Mark, Porque ficaste zangado comigo no outra noite? - Ele para e respira fundo.

— Não estava à espera daquilo! És um anjo em pele de diaba! Nunca pensei que pudesse ser o primeiro.

—Isso é mau ou bom? - Não percebi ainda.

— Para mim foi uma honra, lamento apenas não te ter impedido de dormir com aquele tipo da discoteca!

— Claro que não dormi com ele!

— Então serás sempre só minha! - recomeça a caminhar em minha direção.

— Nem penses, a tua mão não te ensinou a partilhar? - corro para o quarto.

— Mel! - Oiço chamar meu nome enquanto sobe as escadas.

— Es tão idiotam eu não fui tocada por mais ninguém.

— Exceto o beijo naquele fisioterapeuta idiota!

A impaciência venceu e ele veio ao meu encontro, abriu o meu vestido e matou a curiosidade. Eu despi cada peça de roupa que Mark tinha devagar para poder passar o máximo de tempo possível a admirar o seu corpo, ele mostra sempre um misto de desejo e tensão, não sei em que está a pensar mas algo o perturba.

— Em que estás a pensar? - Mark sai dos seus pensamentos.

— Quando te vi a primeira vez fiquei seduzido e enganei-me, porque não és uma miúda mas sim uma mulher.

Mais uma vez ele é meigo, o que é tão contraditório, tem todo aquele tamanho e vejo no olhar que também é selvagem como eu mas perto de mim parece gelado derretido, um saboroso gelado. Não sei se fizemos amor mas sexo também não foi, no entanto sinto que há uma barreira que Mark ergue quando está comigo na cama. Acordo a meio da noite, saio do quarto e oiço a voz de Mark e Brian, tento não fazer barulho mas como a casa é enorme e pouco consigo ouvir...

— Mark é melhor falares com ele, antes que as coisas se compliquem!

— O meu problema não é enfrenta-lo a ele mas sim a ela!

— Terás de o fazer o quanto antes, sabes isso.

Voltei para o quarto, percebi pelo aproximar das vozes e dos passos que estavam a vir em direcção aos quartos, quanto Mark entrou eu estava a pensar o que tinha ouvido, é tão pouca informação que não consigo chegar a nenhuma conclusão. Parece surpreendido por me ver acordada mas não comenta nada, acabo por adormecer em seus braços e de manhã acordo sozinha, graças a deus que ontem vesti-me aqui antes da festa e assim tenho uma roupa adequada. Bato à porta do quarto de Jo e perdemo-nos entre conversas de raparigas, passámos algum tempo na piscina, na hora de jantar fui para casa e adormeci no sofá a ver tv e com o telemóvel na mão, detestava aquele silêncio. Hoje não o vi e nem recebi uma mensagem, sinceramente estou frustrada.

Dancando para ti...também (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora