13 - Welcome Home

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Lembro-me vagamente de ouvir vozes e uma delas era a de Mark e devo ter perdido a consciência para acordar mais tarde num quarto frio com ele a dormir na cadeira ao meu lado.

— Mark!?

— shiu, descansa eu estou aqui!

— Eu Lembro-me de um camião e... Ai, doí-me o braço e o pé.

— Calma vou chamar a enfermeira! - ele estava com olhos vermelhos e ar cansado.

Não me recordo de o ver novamente entrar no quarto, desperto outra vez mas com a doce voz da minha mãe. Não sei que horas são mas sei que ela abre um sorriso lindo quando olho na sua direção.

— Mãe?

— Oh minha bailarina, estavamos tão preocupada contigo. Que susto filha!

— Que horas são e como é que soubeste de mim?

— O Mark ligou a dizer que tiveste um acidente, graças a deus ele ia no carro atrás de ti, ele diz que o condutor do camião não parou no STOP. Como estás? - ele ia atrás de mim?

— Doi-me o braço e o pé! Mas o Mark e o pai?

— O Mark foi a casa mudar de roupa e tomar banho, ele não saiu do teu lado até nós chegarmos. Felizmente conseguimos um voo e chegámos a cerca de uma hora, ele diz que dormiste até agora.

— Já é de dia?

— Sim Mel, já são três da tarde e o médico deve estar aí a passar com o resultado dos exames.

— Mel? Filha, estava tão preocupado. Pregaste-me um susto. - Diz o meu pai ao beijar a minha testa.

— Eu estou bem pai!

O médico entra para me levar à sala do raio - x, estou apenas com algumas nódoas negras e dorida. Quanto ao pé tem de estar ligado e em repouso pelo menos uma semana, até à próxima consulta, Mark chega com Jo, Brian, Tara, David e Maria e insistiu em ficar esta semana em casa dele assim teria os cuidados da Maria e de Jo todo o dia. Danielle também lá tinha estado enquanto eu dormia, a minha mãe adorou-a e informou que a Tara e ela dariam as aulas até estar recuperada, a ideia de ficar em casa de Mark não me agradava mas não tinha alternativa.

Quando chegamos à casa de Mark, ele fez questão de me levar ao colo para o quarto de hóspedes, a pior das coisas foi sentir o seu cheiro e o seu corpo quente que me fazia sentir protegida. Acho que o órgão mais magoado era sem dúvida o meu coração, recordei o motivo de estar a conduzir naquela noite com a cabeça a mil e uma estúpida lágrima escorreu pela minha cara. Fiz sinal com os olhos para Mark não falar nada e então assim que ele abriu a porta do quarto e me pousou na cama vi que estava rodeada de amigos de verdade, o quarto estava cheio de flores, balões e gomas que eu adoro, tinha uma tv para estar entretida durante o dia, a Maria e a Jo fizeram questão de colocar uma mesa na varanda para tomar as refeições, uma mini aparelhagem para ouvir música e um peluche enorme na cama, um cavalo marinho gigante. Parecia um quarto de adolescente mas eu amei tudo, por isso agora as lágrimas que escorriam pelo meu rosto eram de felicidade.

— Então Mel, o que achas do teu quarto? - Pergunta a Jo de mão dada a Maria que também chora por me ver tão feliz.

— Eu adoro tudo, obrigado a todos!

— Mel eu e o pai amanhã temos de regressar mas ficamos bem cientes que vais ser tratada como uma princesa. - Ela pega na mão do meu pai.

— Podem ficar descansados que a Mel vai ter sempre alguém ao seu lado. - diz Brian com um sorriso.

— Sim fico feliz por isso, agora se não se importa vamos tomar um banho e mudar de roupa. Mark obrigado pela hospitalidade e pelo que fez pela Mel.

— Não tem de agradecer fiquem à vontade a Maria leva vocês.

— Bem nós temos um aniversário mas regressamos para o jantar em família. - Jo atira um beijo no ar e sai.

— Mark os meus pais vai ficar aqui? E tu?

— Sim eles vão ficar no meu quarto e quanto a mim não te preocupes! Bem eu vou sair mas se precisares de algo avisa. - beija a minha testa e sai.

Depois de um duche horrível com dores por todo o corpo, lá consegui vestir uns calções e uma Tshirt, quando me deito a porta abre-se.

— Mel eu e a mãe vamos s compras a tua mãe quer fazer o teu comer preferido, sabes como ela é! A Maria fica contigo. - O meu pai pega na minha mão. - Quase morri ao ver-te naquele hospital, eu amo-te minha Mel.

— E eu amo vocês, pai! Agora vai lá que eu quero jantar um belo cozido à portuguesa. - ambos rimos.

A minha mãe sabe que eu adoro este prato por isso é fácil adivinhar o menu mas a pergunta que me fica na cabeça é : onde Mark vai dormir? Bem provavelmente com a Lori, ele vai ser pai e eu tenho de me focar na minha recuperação e em voltar para os meus meninos. O jantar foi deliciosamente agradável, a minha família e os amigos. A minha mãe passou a noite a olhar para mim e Mark, será que percebeu alguma coisa? A noite foi horrível, as dores em todo o corpo não me deixavam estar deitada muito tempo e de manhã tive direito a pequeno almoço na cama. O meu pai saiu com Mark para saber dos danos na minha carrinha e a minha mãe fez-me companhia.

— Filha, vou tratar de tudo esta semana para vir tomar conta de ti.

— Mãe por favor, não é necessário, eu estou bem e estou rodeada de amigos.

— Sim eu sei, também vejo que o Mark se preocupa demasiado contigo. - Ela olha para mim expectante de uma resposta.

— Não entendo onde queres chegar mãe!

— Claro que ententes, tu és mulher e ele um homem bonito, com um enorme coração mas por favor Mel, tem cuidado para não te magoares.

— Sim mãe, mas neste momento somos só amigos.

— Ok eu vou tentar acreditar. - faz um sorriso e passa a mão na minha - Bem tenho um presente! - pega num saco e Pousa na cama.

— Mãe! Obrigado mas não sei se é o meu tipo de leitura - pego na trilogia " 50 Sombras de Grey ".

— Todas as mulheres deviam ler isto...

— Obrigado és a melhor mãe, a que horas vais embora?

— Depois de almoço, o Mark vai levar-nos ao aeroporto por volta das três da tarde e o teu pai está fascinado com o Jaguar XKR 75 do Mark.

— Pode ser que seja agora que ganhe um 4x4 Maserati Kubang!

— Não faço ideia que bicho é esse mas tira a ideia de outro carro. - a minha mãe não liga a carros.

Almoçámos todos no jardim, também o Júlio se juntou a nós, adorei matar as saudades dos meus pais e não há nada como a comida da mamã. Quando Mark regressa do aeroporto vem até ao meu quarto e trás uma cesta de frutas linda.

— Trouxe isto para ti, sei que adoras frutas.

— Podemos falar um pouco? - ele levanta uma sobrancelha, parece intrigado.

— Está tudo bem? - ele senta-se e pousa a cesta na mesa.

— Obrigado por tudo, por me teres salvo, pela minha estadia e pelo que fizeste aos meus pais.

— Faço tudo por ti Melany, não sabes como fiquei ao ver-te naquele hospital! - ele Pousa a mão na minha cara e passa o dedo nos meus lábios.

— Tomei uma decisão! - olho para a janela pois não sei se consigo dizer olhando nos seus olhos - Vamos esquecer tudo o que se passou entre nós e ficamos só com a amizade, tentarei ser cordial com Lori e quero que sejas feliz com ela, quem sabe se esta é a oportunidade de ela demonstrar o quanto te ama, juntos vão ser uma família.

— É mesmo isso que queres? estás a falar de coração? - pega no meu queixo e obriga-me a enfrentar o seu olhar - olha-me nos olhos e diz que é isso que sentes! É o que queres mesmo?

— Sim é! - os seus olhos perderam o brilho e toldaram-se com uma sombra negra.

Na verdade não é o que quero mas o que devo fazer.

Dancando para ti...também (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora