Sexta, dia de se jogar na night e se divertir até o dia raiar, Certo? ERRADO. Minha digníssima irmã deixou agendada uma droga de reunião às 18 horas. Reunião com um dono de imobiliária, alguma coisa assim, pois não prestei muita atenção no que a Cátia disse, estava marcando uns esquemas para o fim de semana. Apenas salvei o endereço no celular e saí.
Por sorte a reunião foi marcada para um restaurante, um ambiente mais agradável do que a formal sala de reuniões. Enquanto dirijo a caminho do restaurante me pego pensando por que o ambiente dos empresários precisa ser tão formal. Por que só inspiro confiança se estiver usando um terno e sapatos sociais? Por que a sala de reuniões parece um castelo medieval, com suas cadeiras de madeira maciça? O ambiente em tons escuros, sóbrio demais chega a me dar náuseas. Por que não podemos discutir projetos em bares enquanto saboreamos uma cerveja geladíssima? Por que não adotamos ambientes lúdicos, com sala de jogos, salas de descanso e etc? Até eu sei que funcionários relaxados produzem mais. Vou consultar essa possibilidade com o Sr. Paulo. Expandir mais uma sala e transformá-la numa sala de descanso. Excelente ideia.
Chego ao restaurante antes do horário marcado. Pontualidade acima de tudo, esse é o meu mantra desde que ouvi um sermão do Fernando depois do meu segundo atraso consecutivo. Vou direto para o bar enquanto aguardo a mesa ficar disponível. Peço um Mojito, uma bebida fraca para meus padrões, mas que me ajudará a relaxar. Retiro a gravata e guardo na bolsa carteira que fui obrigado a carregar para guardar documentos e afins. Mais um acessório para compor o look CEO fodão!
Enquanto o garçom prepara meu drink observo a morena com seu terninho verde claro que acaba de sentar próximo de onde estou. Ela escreve freneticamente num bloco de anotações, enquanto fala ao telefone. Olho cada parte do seu corpo exposta, as coxas definidas visíveis numa saía na altura dos joelhos, pernas torneadas, seios médios, escondidos numa blusa social preta, dona de olhos amendoados sedutores.
Ela nota meu olhar e disfarça, mas um sorriso involuntário surge nos seus lábios, sua atenção continua voltada ao telefone. Ela aparenta ter minha idade e pelo seu comportamento presumo está a trabalho, assim como eu. O garçom entrega meu drink e o copo d'água para a morena. Continuo observando e ela prolonga dessa vez o olhar em minha direção, essa troca de olhares dura quase um minuto, ela não desvia dos meus olhares, hora do xeque-mate.
— Não pude deixar de observar sua tatuagem no pé esquerdo — Ela fica surpresa por eu ter notado a tatuagem, ela usa uma sandália de salto alto, mas seus pés estão expostos.
— Muito observador – diz sorrindo.
— Algum significado especial? — Aponto para o local onde está escrito Persistência.
— Inúmeros. Mas como o próprio nome diz é persistência. Persistência para enfrentar a vida com todos os seus percalços... E você tem tatuagens?
— Quer descobrir?
— Só se você quiser me contar...
— Posso te mostrar depois — Ela soltou uma risada alta, sem se importar com os olhares que atraiu.
— Essa cantada funciona?
— Não foi uma cantada, foi um convite.
— Agradeço o convite, mas...
— Aline a reserva já está disponível? — Um homem baixinho e barrigudo indaga num tom agressivo.
— Ainda não Sr. Oliveira, faltam dez minutos para o horário marcado.
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CARPE VITA - DEGUSTAÇÃO
ChickLitSérie Os Albuquerques - LIVRO III ** LIVRO FICOU COMPLETO POR BASTANTE TEMPO, AGORA SÓ DEGUSTAÇÃO! Plágio é crime, seja criativo: reinvente :) Sinopse: Felipe Albuquerque é o mais novo dos irmãos Albuquerque's, 22 anos, lindo, rico e adora cu...