Capítulo Trinta e Quatro.

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Maju narrando:

Hoje é segunda-feira e minha primeira ultrassonografia, já estou em casa mas ainda sinto aquela dorzinha quando ando no pé da barriga, o médico passou alguns medicamentos e o nutricionista me deu uma lista de coisas indicadas pro meu tipo de gravidez. Luan não quer mais sair de perto de mim nenhum instante, fica sempre de olho em mim e não me deixando nem se quer eu lavar o prato que sujo.

Gabriel passa o dia comigo fofocando e acompanha Lua, Kayke e Luan que também não ficam de fora da rodinha da fofoca.

Luan conversou com Kayke mas tive que ajuda-lo a contar a notícia pro mesmo, Luan não soube dizer que a mãe dele havia morrido e apenas disse que ela tinha ido embora e como a ingenuidade da criança é tão grande ele só ficou triste por ela não levar ele. Achamos melhor falar futuramente isso pra ele, quando ele estiver mais velho e com mais conhecimento sobre o mundo. Kayke por incrível que pareça não ficou tão abalado como imaginava que ficaria, ele ama o pai e ficar junto do mesmo já era algo que ele sempre almejava. Kayke não era meu filho de sangue e eu não era sua mãe e nunca ocuparia esse lugar que pertencia à Lívia, eu amava ele e o tinha como meu filho de consideração e uma criança cheia de amor e carinhosa.

Luan o acomodou em nossa casa e deu tudo pra ele e faz o máximo que pode pra sempre dá atenção pra ele e pra Lua ao mesmo tempo. Lua e Kayke só vivem grudados e brincando, pelo menos minha filha não ficou sem ninguém pra brincar agora.

Penteio meus cabelos com cuidado e assim que termino me olho no espelho, estou dentro de uma blusa de alcinhas preta florida, uma calça jeans lavagem clara e rasteirinhas, nada muito exagerado. Arrumo meus documentos na bolsa de colo e passo perfume me virando pra Luan que ainda se enxugava do banho.

─ Te espero lá em baixo ─ digo saindo mas o mesmo me interrompe.

─ Não! Me espera, não desce os degraus sozinha, é perigoso.

─ Luan, por favor, eu só tô em uma gravidez de risco e não em risco de morte, eu vou tomar cuidado ao descer.

─ Qualquer coisa grita bem alto ─ ele diz vestindo a bermuda rápido e me diverto com a preocupação exagerada dele.

Desço as escadas com cuidado e chego na cozinha vendo Gabriel tomando café.

─ Vai pra algum lugar? ─ pergunto vendo que ele estava arrumado.

─ Trabalho da escola na casa de uma amiga ─ ele diz com cara de tédio.

─ Sei ─ arqueio minha sobrancelha e faço uma carinha safada.

─ Miga sua louca ─ ele me repreende. ─ Só que não, ela é ridícula e não faz meu tipo, a bunda dela tem mais buracos que o asfalto.

─ Gabriel posso te perguntar uma coisa? ─ me aproximo me sentando na mesa e apoiando meus cotovelos na mesma.

─ Não, eu não sou viado, eu sou sincero e isso é diferente ─ ele diz comendo o bolo de queijo ligeiro. ─ Eu só falo a verdade, não tenho culpa se sou lindo e maravilhoso e sambo nas recalcadas.

─ Você falando assim parece que é gay.

─ Eu sou brincalhão Maju, brincalhão, lindo, maravilhoso, sincero, cheiroso, gostoso ─ ele diz contando nos dedos. ─ Existe alguém com mais qualidades que eu?!

Gargalho alto com a mão na barriga, é incrível como Gabriel consegue me arrancar gargalhadas tão fácil.

─ Toma juízo com essa sua amiga, tô de olho.

─ Aí credo! ─ ele diz fazendo cara de nojo e se levantando.

Espero Luan e me despeço de Gabriel que vai pro seu trabalho de skate, Julieta surge e diz que as crianças ainda estão dormindo, agora elas só queriam dormir de madrugada brincando sem parar e só sobrava pra mim e Julieta.

Apenas um Traficante IIOnde histórias criam vida. Descubra agora