Capítulo Oito.

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Maju narrando:

Os olhos esverdeados brilhavam na escuridão, ele estava suado, era como um assombração. Recuei meus passos colocando minhas mãos sobre a boca atônita, ele havia me visto. Meu coração bateu tão rápido que pensei que fosse sacar, meus olhos arderam e minha boca secou, sentia algo preso em minha garganta.

Como...Como... Como ele estava ali?!

─ Maju?! ─ o ouvi gritar meu nome, aquela sua voz rouca e grave que me causava um arrepio.

De repente saí de transe e corri até a janela olhando com o coração batendo forte para Luan que me chamava. O encarei como se fosse uma assombração. Será que ele era real?! Será que estava sonhando?!

─ Luan?! ─ fixei meus olhos no mesmo e colocou o dedo na boca pedindo silêncio.

Assisti Luan escalar a janela com facilidade e entrar dentro do quarto olhando ao redor com cautela, acho que os militares perceberam que ele estava aqui. Ele adentrou o cômodo e parou imóvel enquanto me olhava.

Meus olhos se encheram de lágrimas e meu rosto ardeu, não acreditava que ele estava ali, parado em minha frente. Como era possível? Só podia ser um sonho.

Ele continuava o mesmo de sempre, aquele mesmo traficante perfeito de tirar suspiros, continuava com os olhos esverdeados brilhantes mas um pouco sérios. Ele estava mais forte fisicamente, e parece que estava mais alto, não sei se era impressão da minha cabeça ou a verdade, pra falar com sinceridade, nem sabia se era real o meu Luan em minha frente.

Em seu antebraço havia uma nova tatuagem, era o nome Maju com as letras puxadas.

Ele continuava me olhando, parado e sem dizer nada, eu fazia o mesmo. Não conseguia produzir palavras e nem respirar, prendia minha respiração escutando os batimentos acelerados do meu coração.

─ Meu Deus... Luan... Como... Como...? ─ eu perguntei baixinho e o mesmo se aproximou em passos controlados, ficou diante de mim, realmente ele havia crescido mais, mas eu também havia e agora estava batendo bem no peitoral do mesmo, estava até me sentindo altinha.

─ Meu Deus, tu continua tão linda, parece que ficou mais perfeita que antes durante todo esse tempo ─ ele falou sussurrando e rouco.

Eu sorri e ele também, parece que naquele momento uma granada explodiu dentro de mim e dentro dessa granada estava três anos de saudades, da dolorosa saudade. Luan me envolveu um abraço apertado enquanto deixava lágrimas escaparem de seus olhos contraídos, eu também chorava muito abraçando o mesmo o quanto podia, colocava toda minha força naquele abraço tentando controlar toda a saudade que tinha dentro de mim.

Inalei o cheiro do seu pescoço e continuava o mesmo, nada havia mudado, ainda era o mesmo sorriso, o mesmo cheiro, a mesma perfeição, o mesmo abraço aconchegante.

Agora eu sabia que era real, eu podia sentir de ambos lados, o sentimento de saudade era recíproco.

Não queria soltar Luan, não queria nunca mais soltar ele, não queria nunca mais perde-lo.

Ele me soltou e segurou meu rosto com suas mãos fortes, seu toque continuava delicado, era mesmo o meu Luan, o meu antigo Luan.

Ele selou nossos lábios de forma delicada, e naquele simples selinho foi depositado tudo que estava guardado durante todos esses anos, finalmente deixei minha saudade voar pelo vento. Abri minha boca dando passagem pra boca de Luan, e o mesmo correspondeu o beijo de forma suave e cheia de saudade, sentia seu sabor em minha boca, sentia seu gosto incrível.

Eram três anos sem provar aquele sabor que era como droga para mim, eram três anos de dependência, eram três anos sem os toques quentes de suas mãos em meu corpo.

Apenas um Traficante IIOnde histórias criam vida. Descubra agora