Imagine Josh

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ForeverCarat

Era constrangedor.
Todos o dias eu tinha que voltar pra casa seguindo o garoto que eu gosto.
Não que eu seja um stalker ou algo parecido, é que eu e ele moravamos na mesma direção, na verdade, um na casa ao lado do outro.
Vergonhoso? Sim, porém eram quinze minutos a mais pra poder olha-lo.
Ao chegar em casa, não sei se tive impressão, mas Joshua deu uma olhada para mim de canto de olho e uma risadinha e entrou em casa.
Chacoalhei minha cabeça, afastando a ideia.
- Tô assistindo muito dorama.- falei sozinha e entrei em casa.
Não senti cheiro de nada, o que normalmente não era comum.
Na cozinha, um bilhete: "Meu amor, tive que viajar as pressas para o Brasil, sua vó tá doente e eu não podia te tirar da aula.
Qualquer coisa me ligue, ou fale com a senhora Hong. Bjs, Mamãe."
O que será que aconteceu com a minha vó? Bom, a minha mãe provavelmente está no vôo e com o celular desligado, ligo para ela depois.
Fucei os armários e não tinha nada pra comer, ou seja, teria que ir ao mercado.
Me troquei rapidamente e sai de casa, coincidentemente Joshua também saia da dele, nos entreolhamos.
- Olá.- ele disse, sorrindo.
- Oi.- eu respondi, retribuindo o sorriso.
- Indo à onde?- ele perguntou, o que me estranhou, normalmente só trocamos um "Olá".
- Ao mercado, minha mãe não está em casa.- seu rosto mudou de expressão, mas não pude explicar do que era.- algum problema?
- A minha mãe também não está em casa, ela foi para os Estados Unidos visitar a família e disse pra pedir a sua mãe se precisasse de algo.
- A minha mãe foi pro Brasil e falou a mesma coisa, pra pedir ajuda a sua mãe se precisasse.
- Bom, vamos ao mercado, tenho que comprar as coisas pra casa também.

(...)

Depois de alguns dias sozinhos, eu e Josh já viramos amigos, mas o meu sentimento esta muito bem guardado.
Nós nos ajudavamos, ele ia comigo até à escola e voltava também.
Com certeza eu havia ligado para minha mãe, pelo que ela me disse, minha vó estava com problemas na coluna e teria de fazer uma cirurgia, e na recuperação minha mãe iria ficar com ela.
Já era sexta - feira, eu estava em casa arrumando o quarto quando começou a chover forte, os trovões soavam e os raios caiam.
- Pelo amor de Deus que não caia a...- a luz acaba.- energia.- fechei os olhos e respirei fundo.
Meu celular apitou, anunciando mensagem, era Josh.
"Acabou a luz aí também?" Ri baixo, Josh realmente era bem lerdo.
"Sim, acho que no bairro todo."
"Abre a porta aqui." O que esse louco veio fazer aqui?
Desci correndo as escadas e abri a porta, Josh estava ensopado, a blusa estava colada no seu corpo e a calça de moletom parecia pesada, os cabelos caiam na testa e... eu nunca pensei que ele poderia ficar mais lindo do que já era.
- (S/N)... acorda, vai me deixar entrar ou vai ficar aí moscando?
- Ah... entra, entra.- disse, fechei a porta e corri para o banheiro pegar minha toalha.- o que você tem na cabeça, Hong? Por que não ficou em casa?
- Porque você tem medo de chuva e de escuro, eu não ia te deixar sozinha porque sou um ótimo amigo.
- Vai pro banheiro e toma um banho quente, eu vou lá em cima pegar alguma roupa pra você.- subi as escadas.
- Mas como se tá sem luz?
- A água é aquecida por placa solar.- gritei enquanto abria o armário e procurava algo.
Não havia muito lá, apenas algumas roupas minhas, pijamas super largos e calças de moletom três vezes maiores que eu.
Peguei uma blusa e uma calça, e voltei ao banheiro, colocando apenas a roupa lá dentro.
- Aqui, eu tenho isso, já a cueca, bom... eu não posso fazer muita coisa.
- Tudo bem, obrigado.
Enquanto ele não saia do banheiro eu acendia algumas velas.
Ouvi a porta do banheiro ser destrancada e olha em direção a ela.
- Por que você tem roupas tão largas?- ele disse abrindo os braços e olhando para si mesmo.
- Isso é meu pijama.- ri, terminando de acender a última vela.- peguei algumas cobertas, pode se cobrir.
- Só se vc for comigo.- não era pra ser mas eu entendi aquilo de uma maneira romântica.
- Ham... ta bom.- sentamo-nos no sofá e o silêncio reinou, até ele quebrar.
- Ainda estou com frio.- ele disse se aproximando, me acolhendo e nós com brindo com o cobertor.
- O que foi isso?- perguntei baixo.
- Calor humano esquenta mais que cobertor.- ele me olhou.- sabe o que esquenta mais ainda.- balance a cabeça negativamente.
Sem responde, Josh me beijou, e eu tive que admitir, aquele foi o melhor beijo da minha vida.
Josh pediu passagem com a língua e o beijo se tornou perfeito.
O ósculo durou mais algum tempo, não muito, mas quando parou ninguém disse nada, nos olhamos e nós abraçamos.
- Fica comigo?- ele perguntou baixinho.
- Acho que já respondi sua pergunta.- o senti rir e beijar o topo da minha cabeça.
- Você é maravilhosa.
- Você também.

(...)

Dois meses se passaram desde que eu e Josh começamos a ficar, minha mãe e a mãe dele já haviam voltado.
É claro que eu havia falado pra minha mãe dele já ele eu não sei.
Nos limitamos a nós ver apenas na escola e quando saímos de casa, não saíamos juntos, a não ser que tenhamos alguma festa em comum.
Minha mãe bateu em minha porta.
- Entra.- disse desviando o olhar dos livros e cadernos.
- O Josh tá aí em baixo.- fez uma careta, ele me parece nervoso.
Larguei o lápis e segui minha mãe até à sala, o que deu nele? Ele nunca vem em casa.
- Josh?- perguntei.- o que faz aqui?
- Ham.... É.- ele se enrolou e pigarreou, olhou por cima do meu ombro e falou.- a conversa é com a sua mãe.
- Então por que ela me chamou?
- Porque você tem que aceitar.
- Aceitar... O que exatamente?
- Eu ganhei duas passagens pra Europa, e eu quero que você vá comigo.
- Mas...
- Calma, quero te pedir outra coisa.
- Hum...
- Quer namorar comigo?- estava sem reação, são sabia o que falar, Josh nunca mostrou que iria me pedir em namoro, mesmo que estejamos juntos a dois meses.
Com as mãos na frente da boca, olhei minha mãe, a mesma balançava a cabeça afirmando freneticamente.
- Oh meu Deus eu...- coloquei uma mão no peito.- é claro que sim.
Ele me abraçou e eu retribui.
- É viajar comigo?
- Quero muito.
- Podem ir.- minha mãe disse e nós rimos.
Ele me beijou, e eu tive certeza de que aquele iria ser o melhor namoro da linha vida.

Seventeen One Shots [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora