Já se havia passado quatro dias desde o dia da entrevista. Desde o dia que encontrei Liam. A verdade é que nunca mais o vi a partir desse dia. Sinto saudades do seu sorriso, do seu olhar, de tudo.
- Bom dia! Será que me podia ajudar? – uma mulher com uns grandes cabelos loiros, olhos azuis e lábios carnudos, falou interrompendo os meus pensamentos.
- Claro! – eu sorri.
- Não encontro os lápis de cor. – ela disse.
Andei até ao sitio dos lápis de cor se encontravam. Dirigi-me até à senhora que me havia pedido os lápis.
- Quanto é? – ela perguntou.
- Um euro e vinte cêntimos.
A mulher retirou o dinheiro da sua carteira preta e entregou-me pagando o que tinha pedido.
- Obrigada! – eu disse e ela apenas mostrou o seu sorriso.
Ouvi três gargalhadas soarem na entrada da papelaria. O meu olhar dirigiu-se à porta e três olhares paralisaram em mim.
- Amy? Que fazes aqui? – uma voz rouca interrompeu o silêncio que se havia formado.
- Trabalho aqui.
Os seus olhos arregalaram-se surpreendidos por eu estar ali. Como sempre, a troca de olhares entre mim e Liam era constante.
- Precisam de alguma coisa? – perguntei.
- Ouvimos dizer que trabalhava aqui uma rapariga gira, e viemos cá ver. – a voz engraçada do Louis soou.
- Eleanor está de folga hoje – eu falei.
Fiquei triste por Liam ter vindo. Não sei. E se o interesse dele era mesmo Eleanor?
- A rapariga gira só podes ser tu. – uma voz grosa ouviu-se ali. Liam tinha dito aquilo. Corei logo. Mas Harry interrompeu aquele silêncio constrangedor.
- Nós vamos andando não é Louis? – ele deu uma cotovelada no braço dele.
Louis soltou uma gargalhada e os dois foram embora deixando-me sozinha com Liam.
- Ahm…
- Amy, desculpa!- ele falou aproximando-se – Deixa-me falar… - ele respirou fundo e agarrou as minhas mãos – Amy, tu… Eu não consigo parar de pensar em ti. Por mais que tente afastar-me, tu não me sais da cabeça ou apenas te cruzas comigo por aí – olhei-o sem saber o que dizer – Amy…
Não o deixei acabar. Juntei os meus lábios aos dele, beijando-o. Estava ali, à minha frente, o rapaz que eu amava.
- Mas o que vem a ser isto? – Sophie interrompeu o nosso beijo.
- Desculpe senhora Sophie! – eu falei envergonhada. Ela riu.
- Não tem mal Amy, não estava aqui ninguém – sorriu – Mas tens que ter mais cuidado.
Eu acenei afirmativamente com a cabeça, e ela dirigiu-se para o seu escritório.
- Logo vamos jantar? – ele perguntou – Isto se tu quiseres, claro!
- Sim – sorri.
Deu-me um último beijo e saiu. Como é que a minha vida tinha mudado tanto em apenas 15 minutos?