Parte 10

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- Bom dia, precisa de alguma coisa? – ouvi uma voz de uma mulher que aparentava ter uns 40 anos.

- Bom dia! – fiz uma leve pausa – Não… Ahm, na verdade vinha falar-lhe daquele papel que está na montra.

- Ah, que bom! – a mulher exclamou sorridente – Venha aqui.

Ela dirigiu-se até ao sitio onde calculei que fosse o escritório, e segui-a. Vários clientes apareciam à medida que o tempo passava. Sentei-me na cadeira do escritório, e a senhora que me atendia, ocupou a cadeira do outro lado da mesa.

- Então veio aqui à procura de trabalho, não é verdade? – ela perguntou cruzando as pernas na cadeira onde se sentava.

- Sim. – afirmei sorrindo.

A senhora pegou numa folha onde me pediu para pôr os meu dados. Será que eu devia contar que estive três anos numa prisão? Eu não sei, mas algum dia ela vai ter que saber.

Logo que acabei de preencher aquela folha, ela começou a lê-la.

- Muito bem menina Amy – ela sorriu ainda lendo o currículo – Pode começar já a trabalhar amanhã.

Os meus olhos abriram-se de espanto com a rapidez de me ter aceitado.

- Muito obrigada senhora Sophie! – eu agradeci com um grande sorriso.

Sophie, era esse o seu nome. Apresentou-me todos os empregados e disse o que eu tinha de fazer.

Antes de dizer um ‘até amanhã’, não pude deixar de agradecer mais uma vez à senhora Sophie.

Meti os fones e rapidamente me dirigi a casa. Sorri para as pessoas que passava ao meu lado na rua. A verdade é que a minha vida está a mudar de uma forma surpreendente.

Meti as chaves metálicas na fechadura e logo abri a porta. A Cher encontrava-se à minha frente, bastante curiosa.

- Consegui! – eu abracei-a.

- Boa Amy! – sorriu – Tu mereces.

- Começo amanhã. – sorri de novo – Ah, é verdade… - arrastei-a até ao sofá na tentativa de a sentar – Aconteceu uma coisa…

- Amy, conta logo! Já sabes que odeio mistérios.

- Eu fui contra o Liam enquanto estava à procura de trabalho. – falei rápido e encarei o chão.

Cher começou a rir-se. Olhei-a séria e ainda se riu mais. Onde estava a piada?

- O que foi Cher? – questionei ainda sem perceber nada.

Ela continuava a rir-se. Mantinha a sua mão na barriga controlando as dores que aquelas gargalhadas lhe faziam.

- Des…Desculpa Amy – controlou o riso – Mas pareceu mesmo uma cena de filme.

Ri também ao imaginar. Mas, pensando bem, minha vida é um filme, e aquilo não tinha passado de uma pura realidade que eu tinha que enfrentar.

Maybe You Should Come BackOnde histórias criam vida. Descubra agora