# Amy On #
Sozinha em casa, finalmente. Nada para fazer, portanto. Levantei-me preguiçosamente e dirigi-me à aparelhagem. Meto a tocar um CD de música ‘pesada’. Um CD que o pai de Cher gostava muito e que lhe deu antes de partir desta cidade. A música alta soava dentro de casa por todos os cantos. Subi as escadas em direção ao meu quarto, procurando os meus blue jeans, onde acabei por encontra-los na cadeira.
O desespero de encontrar a droga era muito. Eu precisava daquilo. Não sabendo a razão, sorri para o pacote depois de o encontrar no bolso das calças e projetei a droga na minha mão enquanto aquela música entrava nos meus ouvidos.
Fui para cima da minha cama, saltando várias vezes em cima dela, ao som da música. Acompanhando estes passos, projetei assim, um pouco de droga no meu nariz.
- O que é que estás a fazer?
Cher? Merd*.
- Nada…
- Então é por isso que estás diferente? – Cher perguntou. Hãn? Mas isso o quê? – RESPONDE-ME!
- Não estou diferente… - respondi.
- As tuas atitudes não mostram isso. – Cher já começava a ficar irritada.
- Sempre fui assim! – respondi indiferente.
- Não, tu nunca te drogaste! – ela gritou e eu permaneci calada – Olha bem para ti! – Cher empurrou-me até ao espelho – Estás igual?
- Estou… - menti.
- NÃO ESTÁS PORRA! – Cher aumentou o tom de voz – Estás mais magra, com olheiras…
Olhei para o espelho e observei tudo aquilo em mim. Na verdade, eu estava mesmo magra.
- Andas nisto há quanto tempo? – perguntou.
- Cerca de duas semanas. – baixei meu rosto.
- O QUÊ?!? – gritou surpreendida – E só te drogas ou também vendes? – perguntou chateada.
- Vendo também. Pouca mas vendo. – respondi ainda encarando o chão.
- Sabes Amy… Talvez tu devesses voltar. – Cher encarou-me e os meus olhos arregalaram-se.
- O quê? Voltar para onde? – perguntei mesmo sabendo o que ela iria dizer.
- Para a prisão. Tu não podes andar a fazer isto! – ela disse.
Custava-me ouvir aquilo da boca da minha melhor amiga, mas tinha a perfeita noção de que ela está certa.
- Quem é que te deu a droga? – Cher surpreendeu-me com mais uma das suas perguntas.
- Ahm…
- Sim…? – Cher olhou-me esperando uma resposta.
- Foram uns amigos do… - não terminei. Não tive coragem.
- De quem?
- Do Ni-Niall! – respondi. Percebi que o mundo de Cher tinha caído naquele momento.
- Ele também se droga? – perguntou um pouco desiludida.
- Não. Foi ele que disse para eu parar mas apenas ignorei.
Cher saiu do meu quarto batendo fortemente com a porta. A minha cabeça andava às rodas e só me lembro de Cher ter desligado a música e sair. Só aí é que adormeci.
# Amy Off #
# Cher On #
Eu tenho que mudar isto. Tenho que falar com o Liam sobre isto tudo.
Pego no telemóvel e procuro o número do Liam, encontrando-o logo de seguida. Carreguei no verde e esperei que ele atendesse.
- Sim? – ouvi do outro lado da linha.
- Temos que falar Liam. – disse-lhe.
- O que se passa? Foi a Amy? Ela está bem?
- Foi… - respondi-lhe à segunda pergunta – Ela anda metida nas drogas.
- O QUÊ?! – surpreendeu-se com a minha resposta.
- Ela não anda bem, e tudo começou depois de ela sair do hospital… - suspirei – Ela sente a tua falta.
- A culpa é toda minha! – Liam falou baixo mas eu ouvi.
- Mas ela também vende… - completei o que queria dizer.
- N-não. A Amy não pode estar a fazer isto! – Liam disse a chorar.
# Cher Off #
# Liam On #
Desliguei a chamada mandando o telemóvel para cima da cama, e vi Louis e Harry a olharem para mim.
- Está tudo bem? – Harry perguntou-me enquanto tentava esconder as minhas lágrimas.
- Pelo contrário – suspirei – Está tudo mal.
- Foi a Amy? – Louis questionou.
- Ela está no caminho que vos fez pôr na prisão – uma lágrima escorreu no meu rosto – Ela anda metida nas drogas! – acabei de dizer e antes dos meus olhos ficarem embaciados com lágrimas a derramar, pude ver as expressões de espanto deles.
