Parte IV

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Mais uma vez, Michael Bay, também conhecido como o meu pai, estava certo sobre tudo que me dissera.

Para conquistar o coração de uma garota era preciso paciência e compreensão.

Vou pular para parte mais interessante: Nina com os braços ao meu redor enquanto a minha lambreta azul zunia pela estrada.

Eu havia acabado de praticamente raptá-la - ou salvá-la - da festa onda ela estava. Não que a Nina precisasse ser salva, ela me parecia disposta o suficiente a encarar o grandão de 150 quilos de quem ela havia despertado a fúria – longa história, nem queira saber.

O importante é que antes de fugirmos da festa Nina havia se decidido. Ela queria aproveitar o seu restinho verão comigo. E nós tínhamos apenas alguns dias até que ela fosse embora.

Agora nós dois ríamos feito bobos por nenhum motivo em particular. Nina estava me abraçando e tê-la ali me fez sentir o rei do mundo, capaz de conquistar qualquer coisa. Eu queria tê-la na garupa da minha lambreta para sempre.

A sensação de ter uma garota que claramente sente algo por você, confia em você, é mágica.

Nina e eu aproveitamos nossa primeira noite para nos conhecer melhor enquanto pulávamos as rochas da rebentação na praia. O mar batia contra as pedras e a lua iluminava tudo com seu brilho prateado. O ar estava quente, nunca nos deixando esquecer que ainda era verão.

Descobri que Nina morava em São Francisco e se formaria no colégio aquele ano. Tinha uma irmã mais velha que também era sua melhor amiga e sua cor preferida era lilás. Em um dado momento puxei Nina para a mesma rocha que eu, a mais alta de todas. O rosto dela ficou bem próximo do meu, fazendo nossos corações acelerarem. Sei que era é o momento perfeito para beijá-la e queria fazer isso. Mas uma maldita onda quebrou o momento nos encharcando por completo. Peguei Nina no colo e sai correndo dali antes que outra onda viesse e ganhei a mais bela risada da loirinha, agora não tão enfezada.

Percebo que Nina prefere quando sou engraçado e não romântico. Sou romântico por natureza, assim como Nina é realista por força do hábito. Somos opostos, mas ao mesmo tempo combinamos tão bem.

Ainda na mesma noite, fomos para a melhor pizzaria da cidade e devoramos nossa pizza 4 queijos com borda de cheddar, a preferida da minha acompanhe. Nina suspirou e olhou ao redor com satisfação.

Ela estava feliz.

- Acho que nunca me diverti tanto. – admitiu com um sorriso sem graça. – Na maior parte do tempo eu sinto que estou... Desperdiçando a minha vida, sabe? Não estou aproveitando, não estou vivendo. Só existindo. E o tempo passa tão rápido que me assusta, Jon.

Peguei a sua mão e cobri com a minha. Queria vencer a distância entre nós e abraçá-la.

- Às vezes me pergunto o que há de errado comigo, eu me sinto tão... Estática. Tenho vontade de gritar ou me encolher e nunca mais sair do quarto. – ela mordeu o lábio. – Eu não tenho um propósito de vida. Não tenho uma paixão. E isso é frustrante!

Assim que Nina terminou de falar eu sabia o que devo fazer. O projeto se formou em minha cabeça e tinha até mesmo um nome: Projeto Os Melhores Quatro Dias.

Eu iria ajudar a Nina. Sentia que precisava fazer isso mais do qualquer outra coisa. Iria ajudá-la a achar um sentido, um propósito em sua vida.

Até o final da semana tinha certeza que Nina estaria "curada" dessa melancolia. Eu só não imaginava que Nina também me curaria. Na verdade, eu nem sabia que precisava ser curado até encontrá-la.

Projeto Os Melhores 4 Dias (Conto).Onde histórias criam vida. Descubra agora