Perdidos

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Capitulo III

"Todos os homens que se aborrecem num planeta passam a sua pobre vida a procurar outro."

Charles Nodier




_Ei, você está bem? Acorda! – Diz Ivan enquanto bate no rosto de Matias com a mão.

Matias se levanta, e responde positivamente com a cabeça. 

_ O que houve? – Pergunta ele

_ Presumo que já tenhamos pousado. Você deve ter batido a cabeça.

Eles então se levantam, e com a lanterna do bracelete iluminam a nave a procura de mais alguém acordado.

_Capitão, por que não vamos até a cabine dos pilotos? – Matias resmunga enquanto limpa o sangue da boca com a mão.

_ Por que não vai você enquanto me certifico de que todos estão bem? – Responde o capitão enquanto se abaixava frente a um dos recrutas. _ E tome. Leve meu cartão para que consiga entrar.

Matias então pega o cartão e vai em direção a porta da cabine. Seus pés quase não se levantam do chão quando caminha, e sua testa brilha com a luz da lanterna.
Seus dedos trêmulos seguram o cartão, e seu nervosismo é evidente.

"Acesso Autorizado."

As portas se abrem, e sentados frente aos painéis de controle, os dois pilotos. Provavelmente desacordados pelo impacto da queda.

_ Preciso de ajuda por aqui capitão. – Grita ele enquanto passa a lanterna por cima do painel de controle.

_ O que houve recruta? Estão bem? – O capitão se levante e vai até a cabine. – Espero que estejam vivos. Precisamos deles para sair daqui. Vamos leva-los para perto dos outros.

Até que barulhos de passos ecoam dentro da nave, e um calafrio sobe pelo corpo dos dois sujeitos. Nada era visível naquele momento, a não ser as luzes de suas lanternas.
Os passos ficam cada vez mais próximos, mas ao mesmo tempo mais cautelosos.
Então Ivan se levanta devagar, e direciona sua lanterna em direção à porta, e lá estava ele.
Um recruta armado com um pedaço de ferro, assustado.

_ Seu desgraçado! – Esbraveja o capitão enquanto ri internamente. – Nos assustou.

_ Me desculpem, fiquei com medo. Diz o recruta aliviado olhando para os dois.

_Vamos, coloquem seus capacetes, e preparem suas mochilas. Temos que ir até a outra nave para nos certificar que os outros homens estejam bem.

Os três então se preparam, enquanto o capitão abre a porta principal pelo painel de controle.
O clima de fora era assustador, e enquanto a porta baixava, uma neblina entrava pelas frestas.
A outra nave estava a alguns metros de distancia, porém, em estado pior, o que não era algo muito bom.
O solo era rochoso, mas nele erguiam-se grandes formações similares a troncos de arvores.
O céu estava escuro, mas iluminava, mesmo que pouco, o cenário que mais parecia um labirinto de pedras.

_Está bem, temos que ficar calmos, e encontrar meios de entrar na outra nave. – Disse o outro recruta, com a voz trêmula enquanto desciam as escadas para fora da nave.

O silêncio era claro. Não havia mais nenhum ruído além do arrastar lento das botas dos três.

_Ei, olhem aquilo! – Gritou Matias enquanto apontava para uma das rochas que parecia diferente, pois algo nela brilhava.

Ivan então tomando a barra de ferro da mão do recruta, sem hesitar corre até a rocha.

_ Olhem o que achei! – Grita ele levantando em sua mão algo que parecia uma lamina, porém era preta, e fosca, e o brilho vinha de seu fio.
Com expressão de felicidade, o outro recruta ri, e vai em direção ao capitão dizendo:

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