O Advogado

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Eu não cheguei nem a pisar direito no escritório e Natasha já se levantou. Entramos no meu aquário e enquanto ela me entregava alguns documentos desatou a falar.


– Ontem eu dei uma apurada naquele assunto com a Susy do RH e a coisa é ainda pior do que imaginávamos. Não só o Coleman foi mesmo mandado embora, como vai ser processado pela empresa.

– Processado? – Eu queria ter dado um grito, mas dentro do escritório jamais.

– Alguma coisa sobre quebra de confidencialidade ou algo assim que eu não entendi direito, mas o povo do setor jurídico já entrou com um processo ontem mesmo.

– Nossa, eu to chocado – E morrendo de pena.

– Aqueles tubarões do jurídico vão arrancar até as calças do coitado – Disse Natasha que se virou e foi saindo – Qualquer nova notícia eu te falo.

– Obrigado Nat – Joguei-lhe um beijo e ela piscou retribuindo.


Apesar de adorar uma fofoca, Natasha, assim como a Jully são ótimas pessoas. Ridiculamente lindas e simpáticas. Elas trabalham direitinho e eu não tenho o que reclamar delas.

Naquele dia eu trabalhei preocupado com Ethan, achava um absurdo as acusações que ele estava sofrendo e nem as tais provas me convenciam. Tentei falar com ele duas vezes, mas seu celular estava desligado.

Naquela tarde eu falei com George, mas depois de deixar Ethan em seu prédio ele não soube de mais nada. Quando eu saísse do trabalho ligaria para a sua casa. Não obtive resposta.

Duas semanas se passaram e eu recebi uma intimação de um oficial de justiça, para uma conversa com o juiz do caso Empresa contra Coleman. Corri até o departamento jurídico.


– Bom dia, Cindy – Li no crachá da recepcionista – Eu sou Assistente Executivo no 83 e preciso falar com um advogado da empresa, qualquer um.

– Seu nome? – Perguntou simpática.

– Moura, Gabriel.

– Só um instante que eu vou ver se algum pode te atender ok?

– Muito obrigado Cindy – Me sentei numa poltrona e depois de um telefonema ela levantou.

– Senhor Moura – É engraçado os americanos dizerem meu sobrenome com sotaque – Pode me acompanhar por favor?

– Claro – Me levantei e caminhamos até uma sala.

– O sr. Cruz vai te atender – Ela me indicou a porta e saiu.

– Obrigado de novo – Bati na porta e ouvi um "Entre".

– Pois não sr. Moura? – Disse o tal advogado Cruz.


Jason Cruz, segundo a placa na porta da sua sala, ele não deveria ter mais do que 33 anos, moreno, com um par de olhos castanhos, barba cerrada, um cabelo preto e liso perfeitamente penteado e usando um Armani que provavelmente custava um mês do meu salário.


– Pode me chamar de Gabriel, até prefiro – Disse me aproximando de sua mesa.

– Sente-se, em que posso ajudá-lo?

– Recebi essa intimação agora pouco e não sei muito bem do que se trata – Lhe entreguei o papel e ele começou a ler.

– Você trabalhou diretamente com Ethan Coleman aqui na empresa? – Perguntou ainda lendo o papel.

O Assistente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora