Estava um pouco frio quando acordei e a claridade entrava pela janela. Jason não estava na cama e assim que coloquei minha cueca sai do quarto.
Sobre a bancada entre a cozinha e a sala tinha um copo de suco, um prato com ovos mexidos, torradas e um bilhete. Sentei num dos banquinhos e os ovos ainda estavam mornos, li a mensagem.
"Precisei ir embora, mas essa foi a melhor noite da minha vida. Espero que ela se repita muitas e muitas vezes"
Felizmente eu não tenho o hábito americano de comer ovos, bacon e essas coisas no café da manhã, então peguei geleia na geladeira e aproveitei as torradas com suco. Estava nas nuvens e depois de comer fui para o banho.
Perdi meu celular dentro de casa e fiquei o dia inteiro do sábado incomunicável. Na verdade, eu só dei falta dele umas 7 da noite. Como domingo era meu dia de faxina, eu o acharia.
Domingo quando arrastei o sofá maior encontrei o coitado caído, sem bateria, morto da Silva. Quando ele pegou um pouco de carga e eu o liguei fiquei um pouco chateado de não ter nenhuma nova mensagem.
Para falar a verdade meu celular era só um meio de trabalho. Poucas pessoas tinham o número e até hoje não sabia como Jason tinha conseguido.
Segunda-feira no trabalho eu desci na hora do almoço e passei no andar do jurídico, mas Cindy disse que o sr. Cruz não tinha passado por lá ainda. Ela disse que as vezes é comum quando eles precisam resolver algo da empresa.
Enquanto almoçava tentei seu celular sem sucesso mais uma vez. Eu sempre me dei mal em relacionamentos amorosos e aquela situação estava me deixando mal.
Na quarta-feira e ainda sem uma única notícia de Jason, fui até o setor do RH. Procurei a amiga de Natasha, Susy e uma moça baixinha e sorridente veio de me atender.
Eu a conheci enquanto buscava um substituto para mim mesmo, mas não associava seu nome ao seu rosto quando Nat falava dela. Caminhamos até uma sala vazia e entramos.
– Eu me lembro de você, era o assistente do Coleman – Disse ela com um sorriso.
– Sou eu mesmo, Gabriel.
– Natasha disse que gostaria de falar comigo.
– Então Susy, eu sou amigo do Jason Cruz do jurídico e a dias não tenho notícias dele, sabe se aconteceu alguma coisa?
– Menino, ninguém te contou? – Perguntou como se o que ela tivesse para contar fosse de domínio público.
– Não? O quê?
– O Cruz esteve aqui segunda, pediu uma licença sem vencimento, devolveu telefone, cartão de crédito corporativo.
– Sério? Mas aconteceu alguma coisa com ele?
– Não fui eu quem o atendi, mas pelo o que eu soube ele alegou ter motivos pessoais. Ele é prata da casa, menino de ouro que foi destaque da capacitação e fez seu caminho na empresa.
– Conheço essa história.
– Ninguém sabe o que ele tem, mas como ele nesse período não vai receber salário, a empresa não está incomodada com seu afastamento. Quando ele voltar, voltará.
– Só mais uma pergunta Susy, ele solicitou informações minhas aqui no RH?
– Solicitou sim, ele enviou uma cópia de uma intimação que o juiz White enviou para você e outros funcionários. Passamos as fichas de todos vocês para que ele estudasse o caso ou algo assim.
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O Assistente (Romance Gay)
RandomO sucesso de alguém começa com as pessoas que estão nos bastidores. Conheça a história de Gabriel e se surpreenda ao saber que o topo e o fundo do poço estão mais perto um do outro do que você imagina.