O Assistente (Romance Gay)

A Patente

Ethan adorou o laptop novo e estava bastante empenhado em seu trabalho. Ele comprou diversos objetos numa loja de utilidades e parecia uma criança montando Lego.

Ele disse que precisava organizar o pensamento dele de uma forma mais esquemática e criar pequenos modelos daquele jeito ajudava a compreender os problemas. Me lembrava aqueles esquemas de colégio quando mostram a cadeia do DNA para os alunos na aula de biologia.

Nossa rotina estava bem monótona com o passar dos dias. Ethan parecia ter empacado num problema e a cada dia sem solução o deixava mais ansioso. Numa sexta-feira ele estava a ponto de ter um ataque de nervos.

- Que merda! - Disse jogando o brinquedinho colorido longe.

- Wow! Quanta agressividade. O que o brinquedo colorido te fez?

- Tá mais para o que ele não fez!

- Calma Ethan, desse jeito você não vai conseguir nada. Precisa esfriar a sua cabeça.

- Eu tenho, mas não consigo! Eu sei que estou muito próximo da resposta e se esse componente funcionar pode ser a minha redenção.

- Você não tem do que se redimir. Não fez nada de errado.

- Eu sei que não, mas eu já poderia ter chegado na solução se tivesse lá trabalhando. Depois do que aconteceu nenhuma empresa vai me contratar. Eu perdi a credibilidade.

- Vamos viajar! Está decidido!

- Viajar? Ficou louco?

- Você fica quieto aí que eu preciso dar uns telefonemas. E junta a bagunça que fez com os brinquedinhos coloridos - Disse de forma bem mandona.

- Quanta agressividade - Rebateu Ethan e eu mostrei a língua para ele que riu.

- Alice? Tudo bem com você? Preciso te cobrar aquele favor...

O bom de trabalhar em uma empresa como a minha e ter um cargo como o meu, tanto na época de assistente do Ethan como no andar 83 são os favores. Sempre tem alguém desesperado para você ajudar e uma hora você poder cobrar um favor é maravilhoso.

Eu já fiz muita coisa para muita gente e tenho tantos nomes de pessoas nos meus contatos que me devem uma ou duas que fica até difícil escolher de quem cobrar. Essa pessoa em especial é Alice, ela é secretária de um empresário em Miami.

Eu quebrei um galho gigante para ela aqui em Nova York durante a visita do chefe dela a nossa empresa. Ele é rico e queria investir dinheiro no ramo da tecnologia. Passamos uma semana trocando figurinhas aqui e agora era minha hora de pedir um favor.

Depois de falar com Alice no telefone, corri para meu velho laptop agora sempre a minha disposição e com alguns cliques estava quase tudo pronto.

Peguei minha mala média no armário e como um bom profissional fiz caber nela tudo o que era necessário para mim e para Ethan. Voltei para a sala e o brinquedo colorido estava recolhido num canto da mesa todo desmontado.

- Melhor a gente ir dormir, amanhã nosso voo sai cedo do JFK.

- Voo?

- Vamos para Miami amanhã de manhã.

- Gabriel você perdeu o juízo? Eu ainda estou falido lembra? Não vou aceitar que banque uma viagem para a Flórida sozinho.

- Eu detesto quando você subestima as minhas capacidades sabia. Eu acho desnecessário esse seu orgulho todo, mas eu não vou feri-lo.

- Subestimar você? Não entendi.