Chantagem

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Quando chegou a notícia de que Ethan estava processando a empresa para reaver o dinheiro da multa a coisa ficou nervosa. Não se falava em outro assunto naquele lugar.

Eu que não sou bobo, tratei de ficar perto da galera da fofoca para saber a quantas andava a coisa. Susy e Natasha eram as melhores e mais confiáveis fontes de informação. E eu me divertia por dentro enquanto mantinha a minha cara de paisagem.

A equipe do departamento jurídico estava trabalhando a todo o vapor pois nesse meio tempo eu ganhei uma folga do insistente Jason. Mas tudo o que é bom dura pouco.


– Gab, o pessoal do jurídico está te chamando lá embaixo – Me informou Jully.

– Diz que eu termino aqui e já desço – E em uns 5 minutos eu estava de frente com Cindy.

– Sr. Moura, o sr. Cruz vai recebe-lo em sua sala – Me informou a secretária e eu fiz esforço para não revirar os olhos e voltar para a minha.

– Sente-se sr. Moura – Disse Jason quando eu entrei em sua sala.

– E? – Disse eu depois de sentar e ficar encarando Jason pelo o que me pareceu uma eternidade.

– A equipe jurídica decidiu de forma não unânime adotar a estratégia de descreditar o sr. Coleman e para isso estamos reunindo funcionários que trabalharam com ele para servirem de testemunhas no julgamento.

– Se era só isso, com licença – Me levantei para sair, estava muito difícil controlar a raiva.

– Eu sou voto vencido Gab e você sabe disso – Alegou Jason quando eu estava com a mão na maçaneta.

– Não vou sentar naquela corte e falar mal de alguém que não merece. Mesmo porque só seriam mentiras.

– Estou de mão atadas, tenho que cumprir ordens – Sua voz estava muito embargada.

– Eu achava que você era melhor do que isso, mas vejo que você é tão desalmado quanto o resto dos tubarões desse andar. Não conte comigo.


Saí da sala bufando e entrei na escada de incêndio e comecei a correr andares para cima. O exercício forçado me ajudou a relaxar e depois de uns 12 andares eu finalmente peguei o elevador até o 83.

Estava com uma dor de cabeça que parecia que tinha uma britadeira no meu cérebro. Mandei logo dois comprimidos de Advil para dentro e antes que o expediente acabasse eu fui embora. Chamei um táxi e cheguei em casa um caco.

Ver Ethan se divertindo com seu protótipo era reconfortante, mas deveria estar muito na cara o meu estado físico e mental. Ethan me deu um beijo na testa e desabei no sofá.


– Vai me contar por que está com essa cara?

– O departamento jurídico traçou uma estratégia para a defesa da empresa.

– Eles vão tentar me descreditar – Disse Ethan e eu até me ajeitei.

– Como você sabe?

– Meu advogado disse que essa poderia ser a única maneira para que eles ganhem a causa.

– Não vou falar mal de você para o júri. Eu já disse cara-a-cara para o juiz White que você é um bom homem, que seria incapaz de fazer tal coisas e que não acreditava nas provas.

– Falou isso mesmo?

– Não é fácil reconhecer as boas pessoas, tem muita gente que finge ser bom. Só que quando a gente acha uma boa pessoa, não existem dúvidas. Você é uma dessas pessoas Ethan.

O Assistente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora