capítulo 04

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Maria Rosa

... Estamos indo de volta pra casa, e essa foi a música que embalou a minha volta ao Brasil. Nem acredito, Brasil! Depois de tantos anos, depois da morte da minha mãezinha, eu estou voltando. Não é bem à cidade que eu gostaria, mas é onde está a única família. Já são nove horas, e logo,logo avião pousa. Estou tão ansiosa pra rever a minha madrinha, a tantos anos que não a vejo. Será se ela mudou? Claro ne sua tonta, as pessoas mudam. E eu continuo divagando sobre a minha vida, até uma comissária de bordo chegar falando para colocarmos o cinto que logo iremos aterrissar.

Depois de uns vinte minutos aterrisamos no aeroporto internacional do rio, e assim que porta se abriu senti o calor, como eu estava com saudades desse climar, como eu estava com saudade de ouvir o português. Pra falar a verdade como eu estava com saudades de tudo.

Saio do avião e vou direto pegar minhas malas, vou para o portão desembarque, e agora como vou saber qual destas pessoas é a minha madrinha? Logo avisto uma senhorinha, e ela está com uma Rosa nas mãos, e não sei porque, mas tenho certeza que aquela é a minha madrinha. Caminhei em sua direção, e ela na minha, que ela estava com lágrimas nos olhos, quando chegou perto ela abriu os braços e me acolheu. Então ela disse.

-Você está igualzinha a sua mãe quando era da sua idade.- não aguentei e acabei chorando também.

-Ai madrinha, nem acredito que estou aqui, senti tanta falta de um abraço como esse, me arrependo tanto de não ter estado aqui para quando ela precisou- continuei a chorar abraçada a minha madrinha.

-Calma querida, se ela não quis que você fosse vê-la, ela devia ter os seus motivos, e além do mais você não deve nunca, me ouça bem, nunca se sentir culpada- ela parou o abraço olhou pra mim e limpou as minha lágrimas.

-Ah madrinha...

-Você nada, agora vamos parar com esse chororô aqui no meio do aeroporto e vamos pra casa.- Falou ela me puxando para a saída.

-Então, vamos.

Minha madrinha por milagre conseguiu um táxi, entramos e seguimos rumo a sua casa. Depois de um tempo ela me perguntando várias coisas sobre a minha nos states, nós já estamos quase chegando quando ela começo a falar.

-Filha quero te falar uma coisa.

-Pode falar madrinha

-Bom primeiro eu não tenho uma casa minha- ela fez uma pausa, para que eu assimilasse, continua- Mas não se assuste, nós não vamos ficar na rua, eu sempre morei na casa dos meus patrões. Na casinha nos fundos da propriedade. E eles permitiram que você ficasse comigo não é?

Ela me fala tudo isso, não digo nada pois não será por muito tempo. Minha madrinha não sabe mas pretendo levá-la para morar comigo. Nunca, nunquinha que eu irei deixá-la aqui. Matando se de trabalhar. Ela já é uma senhora e não devia mas trabalhar, e, se eu não consegui fazer alguma coisa pela minha mãe, pelo menos irei fazê-la pela minha madrinha. Só espero que ela não se opunha em mudar se.

-Tudo bem madrinha.

Ela me olha mas um pouco e fala.

-Tem mas uma coisa querida. Não quero que você se aproxime dos filhos dos patroes, não é que ele seja má pessoa, não é um ótimo rapaz, e por mas que você seja uma menina estudada, ele é um homem muito...muito. como diz vcs jovens, ele é um galinha. E não quero que você venha a sentir qualquer tipo de sentimento por ele.

Ela me olha envergonha, mas sei que ela só quer me proteger. Como se fosse uma mãe. mãe tudo bem pra mim, não sei de quem se trata, e mesmo se soubesse não pretendo me aproximar de algum, não é que eu tenha trauma nem nada, so nunca achei aquele cara e nem estou procurando se um dia ele parecer que bom se não, tudo bem também. Enquanto isso não acontece, vou ficando longe.

Rosa NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora