destiny

09

Foi estranho para Louis acordar no outro dia e perceber que estava em um colchão. Mas assim que olhou para cima e viu o lindo menino de cabelos cacheados em sua cama, ele se lembrou. Jay e Anne estavam no cio e Harry estava em sua casa enquanto isso, já que seria meio que impossível ele ficar na casa de Anne.

Enquanto sua mente era repleta de pensamentos, Louis tinha seus olhos azuis colados no rosto de Harry, na forma como sua boca se formava em um biquinho e em como seus cílios bonitos tocavam suas bochechas coradas pelo sono. Seus cachos caíam ao redor de seu rosto e Louis deu um sorriso inconscientemente. Harry parecia um anjo.

O menino cacheado deu um pequeno suspiro enquanto lentamente abria seus olhos. Louis não poderia achar uma cena mais adorável.

— Bom dia — murmurou para o de olhos verdes ao que o menino abriu completamente seus lindos olhos.

Harry fez uma careta confusa, olhando em volta. Parecia tentar se lembrar do que havia acontecido assim como Louis e logo seu olhar se voltou para o moreno.

— Oi — respondeu com a voz rouca pelo sono.

Louis lhe deu um sorriso, observando as bochechas do menino ficarem novamente coradas.

— Então, o que você quer fazer hoje? Não há muitas opções, mas você é o convidado por esses dias. Você decide.

Harry soltou um pequeno bocejo, cobrindo sua boca com a mão em seguida.

— Eu preciso ir até a floricultura — falou.

— Você não precisa ir hoje, Harry. Sem Anne pode ficar difícil pra você lá. Deixe a floricultura fechada por essa semana. Não vai fazer muita diferença, você vai ficar aqui em casa então não terá despesas.

Harry assentiu com a cabeça, pensativo.

— Bom, eu tenho que trabalhar de qualquer forma. — Louis continuou e então deu um sorriso com o pensamento que teve. — Você poderia vir comigo. Eu acho que você iria gostar. E você poderia conhecer meus amigos também.

Harry o olhou um pouco receoso. Louis sabia o quanto ele era meio desconfiado das coisas, mas ele sabia que tudo ficaria bem.

— Não precisa se preocupar. O lugar onde trabalho é super tranquilo, com pessoas descontraídas e meus amigos não vão fazer nada de errado.

Ele assentiu com um olhar um pouco mais animado dessa vez e Louis se permitiu sorrir, se levantando.

— Vamos tomar o café da manhã e então podemos ir. As meninas já devem ter saído, elas saem um pouco mais cedo para ir para a escola.

Harry se levantou logo em seguida, saindo atrás de Louis.

Eles tomaram um café calmo, com poucas palavras. Harry tomou alguns comprimidos logo depois — que havia trazido no bolso do casaco — e Louis se perguntou o que eram aqueles medicamentos, mas deixou essa ideia de lado. Ele não iria invadir a privacidade do menino.

Em pouco tempo depois, os dois já estavam trocados. Louis usando uma calça skinny preta, Vans, uma camiseta preta normal e uma jaqueta jeans por cima. Emprestou uma roupa para Harry também; procurou as roupas mais neutras que tinha, porque havia percebido que o menino gostava de se vestir com roupas mais neutras, por vezes femininas e delicadas. Então emprestou uma calça jeans clara mais larga, uma camiseta branca básica e ele ficou com sua jaqueta preta por cima. Nos pés o cacheado estava com o Converse branco que já usava no outro dia. Fez também um coque nos cabelos cacheados, deixando-o adorável.

Saíram de casa, indo até o carro de Louis e indo para o seu trabalho.

Louis poderia dizer que estava ansioso para o que Harry iria achar do seu trabalho. Ele não sabia se o menino gostava de tatuagens ou não, mas ele realmente esperava que sim.

Ele podia imaginar Harry com algumas tatuagens, talvez algumas coisas delicadas como ele, como pássaros, borboletas ou alguma frase fofinha.

Eles chegaram alguns minutos depois, considerando que o lugar era perto da casa de Louis.

Entraram e, logo de cara, Louis viu Zayn arrumando algumas coisas em um balcão.

— Hey, Z. Bom dia — murmurou Louis deixando sua bolsa em um canto.

Zayn, no entanto, deu apenas um aceno de cabeça, com o seu jeito calado de ser. Mas então, o alfa virou seu corpo para olhar o amigo e se deparou com Harry o olhando com as bochechas vermelhas.

Louis percebeu e foi para perto do cacheado, tentando lhe passar algum conforto.

— Ah, Zayn, esse é o Harry, um novo amigo. E Harry, esse é o Zayn, ele também trabalha aqui comigo e somos amigos há algum tempo.

— Oi. — Harry murmurou baixinho, tímido como sempre.

— Olá, Harold. — Zayn cumprimentou de volta, errando o nome do menino, mas Harry pareceu não se importar. Deu um pequeno sorriso e então se virou para o balcão voltando a arrumar suas coisas.

— Bom dia, pessoas! — E esse foi Liam.

Ele chegou atrás de Zayn e lhe deu um beijo na boca.

Louis realmente não entendia como Liam poderia ser tão animado e Zayn tão introvertido e serem um casal; pensava que um completava o outro. Os dois eram alfas, isso era visto muitas vezes como algo repulsivo pelo sociedade conservadora, mas muitas pessoas viam isso como uma forma de poder. No entanto, Louis achava que Liam e Zayn não se preocupavam muito com classe, assim como o de olhos azuis. Eles se amavam muito, isso era visível e isso bastava.

Louis nunca disse a ninguém, mas às vezes queria ter uma relação tão bonita como a deles.

— Oh. Olá?

Louis foi tirado de seus pensamentos ao ouvir a voz de Liam ser dirigida a Harry.

— Hum, esse é Liam, Harry. E Liam, esse é Harry, meu novo amigo.

— Olá, Harry. — Liam lhe deu um aceno com a mão, um sorriso animado no rosto.

— Oi. — Foi o que o menino cacheado disse, como sempre.

O restante do dia foi normal. As pessoas vinham, faziam suas tatuagens, pagavam e então iam embora. A única diferença é que havia um menino cacheado curioso dessa vez. Harry não era como aquelas pessoas curiosas que eram chatas e queriam saber de tudo. Ele era curioso, mas na dele, olhava para tudo e às vezes perguntava a Louis o que era tal coisa.

No final do dia, Harry parecia mais descontraído com Zayn e Liam e Louis ficou realmente feliz ao perceber isso. Os alfas eram pessoas boas e se Harry precisava de novos amigos, eles seriam perfeitos.

— Talvez eu queira fazer uma tatuagem. — Harry murmurou enquanto voltavam para casa.

Louis o olhou surpreso, lhe dando um sorriso.

— Eu imaginei que sim. Pude ver sua animação — respondeu.

— Mas não dói?

— Dói, mas é uma dor boa. Talvez seja a melhor dor que possa existir — riu. — Isso soa estranho, mas é verdade. Enquanto você faz dói um pouco, mas você se sente bem, porque é algo que você quer fazer, é algo que você quer ter como parte de você.

Louis desviou a atenção da estrada, olhando novamente para o menino cacheado que tinha um olhar admirado no rosto.

— Então eu quero mesmo fazer uma tatuagem.

Louis riu novamente.

Harry era tão adorável.