O Portal.

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– Está bem melhor, não está?

– Totalmente – ela sorriu tirando a toalha sem sangue – não precisa mais de toalha.

Ele sorriu – Ótimo, isso apertava meu braço e...

– Você ficava todo enjoado – ela riu.

Ele sorriu e então olhou para seu braço, logo em seguida encarou Kyra que estava com seus olhos ainda azuis turquesas. Loki estava começando a pensar que essa era a verdadeira cor de seus olhos.

– Você não vai trocar de blusa?

– Por que eu deveria? – ele perguntou.

– Está suja de sangue – ela apontou para uma rodela suja no tórax.

Ele então puxou a blusa pra cima, mas sentiu uma fisgada em seu braço e o abaixou imediatamente. Ela então o ajudou a tirar a blusa e ele a agradeceu ficando de pé e indo até o outro lado da tenda, deixou sua blusa naquele canto e ela ficou somente o observando, cruzou os braços segurando o riso, mas ele percebeu a cara dela de deboche e então resolveu perguntar:

– O que foi?

– Você acha que sua blusa irá se limpar em um passe de mágica? Não se esqueça que não estamos em Asgard, Loki.

Ele somente a encarou em entender.

– Esquece – ela disse ficando de pé e dando uma pequena risada.

E eles então se encararam nos olhos. Aquilo era constante, mas naquele momento era diferente, eles estavam com outro tipo de desejo no fundo dos olhos, nem ela, nem ele sabiam explicar. Nenhum dos agiu primeiro, os dois foram no mesmo compasso, no mesmo momento. Os dois selaram seus lábios no mesmo instante e pela primeira vez depois de dias, eles tornaram a se beijar. Ela deu passagem a língua de Loki e ele afagava suas mãos nos longos cabelos pretos de Kyra, ele estava com o braço machucado, mas isso não o impediu de abraça-la pela cintura e a puxar para mais perto de si. Para falar a verdade, dor era o que ele menos sentia naquele momento. Ela então desceu uma de suas mãos pelas costas dele e ele arrepiou. Jamais em toda sua vida havia se sentido daquela maneira, e ele sabia o que queria, só não sabia se era certo. Mas nada do que ele pensava que era certo acabava sendo.

Ela não fazia nada a não ser ceder, ela não era tola e queria era perceptível, mas quando percebeu que aquilo tudo começou a tomar uma intensidade diferente, ela quebrou o beijo o pedindo pra esperar, ela não queria misturar as coisas.

– Espera...

Ele a soltou e a encarou.

– Eu...

– Você nada – ele disse – eu posso ver nos seus olhos que você quer isso mais que eu. Eu salvei você aquele dia, você estava dormindo e a única coisa que fiz foi tentar matar aqueles caras, mas eu não sabia que estava vulnerável. Na primeira que eu tomei – ele a encarava – eu me ferrei. Não sei que poder você tem sobre mim, se é algum tipo de bruxaria – ele riu, ela fechou a cara – mas pare de resistir, porque eu quero você.

– Você não me quer – ela o empurrou.

– Tem certeza disso? – ele perguntou furioso.

– Absoluta – ela o encarou, seus olhos pretos.

– O que há de errado com você? – ele perguntou balançando a cabeça – por que está inconformada com alguma coisa?

– Você é simplesmente o de...

– Eu sei quem eu sou... Quem eu era até um tempo atrás. É tão difícil de acreditar?

– Não adianta fugir. Está em sua natureza.

Don't Go Again, Loki.Onde histórias criam vida. Descubra agora